segunda-feira, 15 de maio de 2017
A LUZ, ESPÍRITO VIVO
Capítulo I - A LUZ, ESSÊNCIA DA CRIAÇÃO
Continuação (3)
«No começo era o Verbo» - o primeiro movimento do espírito divino, que criou o círculo, o Universo.
Da mesma forma, antes de empreender uma cerimónia mágica, o mago deve construir um círculo à sua volta.
A origem desta prática, que é muito antiga, provém dum saber extraordinário respeitante à aura humana.
Quando se diz que o mago deve entrar no círculo que traçou, isso não significa somente que ele deve traçar à sua volta um círculo material, mas também que deve criar o círculo vivo da aura e colocar-se no seu centro; isto é, que o seu espírito deve ser activo, vigilante, senão ele arrisca-se a ser vítima dos espíritos invisíveis.
Se o mago se contenta em traçar à sua volta um círculo material sem que, pela sua forma de viver, tenha trabalhado previamente sobre a sua aura para a tornar pura, luminosa e poderosa, talvez consiga obter o que deseja, mas, quando sair do círculo mágico, todos os seres que lhe tinham obedecido quando ele estava dentro do círculo (porque as entidades invisíveis respeitam este símbolo, bem como as palavras mágicas que são pronunciadas) se põem a persegui-lo.
Estas desventuras acontecem a todos os magos que ignoram as leis que eu estou a explicar-vos.
Os espíritos invisíveis, que vêem que a sua aura não é pura nem luminosa, acabam por se vingar de terem sido constrangidos a obedecer a homens que não eram dignos disso.
Tais magos ignoram que no começo era o Verbo, isto é, que antes de se lançarem na realização de vastos empreendimentos têm de construir uma aura poderosa, um verdadeiro círculo mágico de luz.
Esse círculo não se traça automaticamente, com giz ou com qualquer outro meio, é preparado pelo amor, pela pureza, pela impessoalidade.
Porque é que, muitas vezes, aqueles que se lançam em práticas mágicas não só não obtêm qualquer resultado, como ainda atraem desgraças?
É que a sua aura ainda não é poderosa, luminosa, pura, e, quando eles querem projectar o seu pensamento, não se produz nada que possa revesti-lo e torná-lo forte.
Para que o pensamento possa voar é preciso dar-lhe asas, e essas asas encontram-se na aura.
«No começo era o Verbo, e o Verbo era com Deus, e o Verbo era Deus...»
Quando Deus criou esse grande círculo luminoso, impregnou-o com a sua quinta-essência.
As árvores, as plantas, os animais, os homens foram primeiramente imagens flutuando na aura de Deus...
Tudo o que existe está mergulhado na aura de Deus, no seio da qual vivemos, como diz São Paulo: «Movemo-nos em Deus e temos n'Ele a nossa existência...»
Todos estamos mergulhados na aura de Deus, ela penetra-nos, atravessa-nos.
Meditai diariamente no poder de vidélina, a luz viva que é o elemento primordial de toda a Criação
Um dos símbolos da criação do mundo é a rosa mística.
Os seis círculos que formam as pétalas representam os seis dias de que Deus precisou para criar o mundo (seis dias simbólicos, evidentemente, que duram milhões de anos!).
Aliás, certos esoteristas interpretaram a primeira palavra do Génesis: Berechit, que significa «no começo», como a combinação do verbo bara (criar) com chit (seis).
Colocai em cada círculo uma das seis cores: violeta, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho, e meditai nelas...
O círculo central representa a cor branca de que as outras seis cores saíram...
Mesmo que não compreendais a profundidade deste símbolo, pelo simples facto de contemplar esta figura perfeita criareis laços entre ela e vós, e isso ajudar-vos-á no vosso trabalho espiritual.
A luz é o estado mais subtil da matéria, e aquilo a que nós chamamos matéria é a forma mais condensada de luz.
Portanto, todo o Universo é constituído pela mesma matéria... ou pela mesma luz... mais ou menos subtil, mais ou menos condensada.
Tudo o que encontrais condensado na terra, existe no plano etérico sob uma forma mais subtil, mais pura.
E o sentido do trabalho espiritual está precisamente em conseguirmos encontrar, num estado subtil mais próximo do estado primordial, tudo aquilo de que temos necessidade.
Nós vamos assistir ao nascer-do-sol para podermos nutrir-nos com o mais puro dos alimentos: a luz.
Quando Jesus dizia: «Bem-aventurados os que têm fome e sede...», ele não se referia a uma fome e a uma sede físicas, referia-se a uma fome e a uma sede de verdade, de sabedoria, de justiça, de liberdade... até ao ponto de já não se ter fome nem sede senão de fogo e de luz.
A alma tem fome e o espírito tem sede.
A alma come o fogo e o espírito bebe a luz.
O fogo é um princípio masculino, a alma um princípio feminino, e cada um alimenta-se do elemento que lhe é complementar.
A alma aspira a um princípio positivo, activo, dinâmico e come o fogo.
O espírito, que é masculino, precisa de um princípio feminino e bebe a luz.
Do mesmo modo que o princípio masculino engendra o princípio feminino, é o fogo que engendra a luz: a luz é uma manifestação, uma emanação do fogo.
Quando acendeis o fogo, ele produz luz.
E quanto mais puros são os materiais que alimentam o fogo, tanto mais pura e subtil é a luz.
A luz é uma veste do fogo, por isso ela tem sempre uma relação com a matéria.
No Alto, nas regiões sublimes, a luz está em relação com a matéria e o fogo com o espírito.
Foi por isso que Deus, o fogo primordial, criou, antes de tudo, a luz, e foi a luz que a seguir criou o mundo, nada foi feito sem a luz.
Cada vez que acendeis uma fogueira, é precisamente a história da criação do mundo que se repete diante de vós.
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