quarta-feira, 31 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 31.05.2017


Será que se pode ou até, que se deve continuar a amar um ser, que num dado momento, adopta pontos de vista e comportamentos desonestos, indignos?
Muitos homens e muitas mulheres tiveram de pôr a si próprios esta pergunta.
Evidentemente, o amor que se tem por um ser produz sempre, nas regiões subtis, certos efeitos benéficos para ele e pode acabar por influenciá-lo.
Mas, por outro lado, não é bom para o equilíbrio psíquico de cada um continuar a ter na cabeça e no coração alguém que, ao seguir uma má direcção, está a tornar-se um perigo público.

O amor deve ser vivido com alegria e na luz.
Se sentis que um determinado homem ou mulher já não merece verdadeiramente o vosso amor, não deveis insistir.
Há tantos seres na Terra que o merecem, conhecidos ou desconhecidos!
O essencial é que nunca pareis de amar, pois é o amor que vos mantém vivos.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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terça-feira, 30 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 30.05.2017

Quantas vezes pudestes constatar, na vossa vida quotidiana que vos falta a paciência!
E essa falta de paciência prejudica a manifestação de todas as vossas qualidades.
Esforçai-vos, pois, todos os dias, por conquistar um pouco mais de capacidade para suportar.
Ao invés de reagirdes imediatamente às palavras, aos acontecimentos, começai por fazer silêncio em vós e respirai profundamente, para convocardes todas as forças da paz, da harmonia e da luz, que vos ajudarão a encontrar a melhor atitude.

É importante aprender a trabalhar com a respiração!
Quando fazeis os exercícios de respiração, de manhã, podeis repetir interiormente a palavra "paciência", impregnando-vos do seu sentido, das suas vibrações, da sua aura.
E, ao pronunciardes esta palavra, acrescentai-lhe uma imagem que aumente o seu poder; assim, essa virtude acabará por impregnar plenamente a vossa consciência.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

segunda-feira, 29 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 29.05.2017

Muitas pessoas que não têm sabedoria nem experiência imaginam que podem assumir grandes responsabilidades e fazer-se passar por autoridades!
E, quando não são bem-sucedidas, consideram-se vítimas: os outros não souberam apreciá-las, compreendê-las e apoiá-las no seu propósito.
É a pior das atitudes.

Aqueles que se apercebem dos seus insucessos devem compreender que ainda não estão prontos para realizar as suas ambições.
Mesmo que tenham conhecimentos e vontade, isso não chega.
Nas circunstâncias em que deveriam ter manifestado compreensão, atenção, talvez se tenham mostrado fechados, duros, obtusos.
Quando deveriam ter agido com diplomacia, com autodomínio, talvez tenham sido desajeitados, impacientes.
Portanto, ao invés de considerarem toda a gente responsável pelos seus insucessos, devem ser um pouco mais humildes e aceitar ir à escola.
É a partir desse momento que o sucesso e os bons resultados se tornarão possíveis para eles.

domingo, 28 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 28.05.2017


 Quando olhais o Sol, o centro do nosso sistema solar, procurai contactar com o vosso próprio centro, o vosso espírito, que é omnipotência, sabedoria perfeita, omnisciência, amor universal, e aproximai-vos dele em cada dia.
Enquanto permanecerdes separados do centro, sereis sempre atirados de um lado para o outro como uma bola, estareis à mercê dos ventos e das tempestades que sopram no mundo.

Dir-me-eis, evidentemente, que as tarefas da vida quotidiana vos obrigam a deixar o centro para prosseguirdes as vossas actividades na periferia.
Mas se, de facto, tiverdes de afastar-vos do centro de vez em quando, isso não vos obriga a cortar a ligação com ele.
Pelo contrário, quanto mais actividades tendes no mundo (a periferia), mais deveis reforçar a ligação com o espírito, pois é deste centro que recebeis a energia, a luz e a paz que vos permitem levar a bom porto todos os vossos empreendimentos.
E o Sol ajuda-vos a manter a ligação com o centro em vós.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sábado, 27 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 27.05.2017

 Um cientista dir-vos-á que só admite como verdadeiro e digno de interesse aquilo que ele pode observar, calcular, medir, pesar, comparar, classificar; tudo o resto é duvidoso e deve ser posto de lado.
Sim, mas isso reduz imenso o seu campo de consciência, pois dois terços - digamos dois terços... - da existência humana são passados em actividades que ninguém pesa nem mede.
Sim, em dois terços do seu tempo, as pessoas vivem, simplesmente.

Se essa vida não merece atenção nem interesse, por que é que um cientista continua a viver?
Como toda a gente, ele respira, come, bebe, dorme, caminha, tem pensamentos, sentimentos, sensações, desejos, encontra-se com pessoas de quem gosta ou de quem não gosta, até as abraça e as beija, e não se questiona sobre se faz isso cientificamente.
Como é que ele aceita viver uma vida não científica?
Deveria recusá-la!
Evidentemente, é muito melhor que ele continue a viver.
Mas, então, deve decidir-se a levar a sério todas as manifestações da existência que, por enquanto, escapam às suas investigações.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



sexta-feira, 26 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 26.05.2017

Jesus dizia: «O meu Pai trabalha e eu trabalho com Ele.»
Mas quem, mesmo entre os Iniciados, pode pronunciar semelhante frase?
Quem sabe mesmo o que significa, verdadeiramente, trabalhar?
Tudo o que a maioria dos humanos pode dizer é: «Eu faço uns trabalhitos...
Esforço-me...
Dou cabo da cabeça...
Faço tentativas mal sucedidas.»
Ora, trabalhar é algo absolutamente diferente.
É por isso que, desde há dois mil anos, ainda não se apreendeu o que há de profundo nesta frase: «O meu Pai trabalha e eu trabalho com Ele.»; ela não tem tido utilidade, permaneceu vazia de sentido.
Será que as pessoas, simplesmente, se interrogaram sobre o que é esse trabalho de Deus, como é que Ele trabalha, e como é que Jesus se associou a esse trabalho?

O trabalho do Cristo é purificar tudo, harmonizar tudo, iluminar tudo e fazer convergir tudo para a Fonte Divina que, em retorno, verte as suas correntes de vida sobre toda a Terra.
Só é digno de dizer «eu trabalho» quem conseguiu elevar-se até ao Espírito Divino para se impregnar da sua quinta-essência e fazer com que todas as criaturas beneficiem dela.


quinta-feira, 25 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 25.05.2017

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

Quanto mais um ser se torna sensível, mais se expõe a sofrer por tudo o que vê e ouve à sua volta.
Mas deve ele tornar-se insensível para não sofrer?
Não.
Se o fizesse, tornar-se-ia rapidamente tão duro como uma pedra.
Não se deve ter medo de sofrer, e este é mesmo um domínio em que o sofrimento não deve ser muito tido em consideração.
Mesmo que isso implique sofrer, é preferível aumentar a sua sensibilidade, pois é o grau de sensibilidade de um ser humano que determina a sua grandeza, a sua elevação.
Ele deve, simplesmente, evitar confundir sensibilidade com pieguice.

Para a ciência espiritual, ser sensível é ser capaz de se abrir cada vez mais ao esplendor e às riquezas do Céu, de captar as maravilhas do mundo divino, ao ponto de já não sentir a estupidez, a vulgaridade e a maldade dos humanos.
Os grandes Mestres e, acima deles, os Anjos e os Arcanjos, não sofrem com a fealdade, pois não a vêem.
Eles só vêem a beleza e vivem continuamente em alegria.
 

quarta-feira, 24 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 24.05.2017

É natural que cada um esteja ligado à sua família, à sua região, ao seu país, e trabalhe para eles.
Mas isso não deve impedi-lo de alargar o seu campo de consciência e de pensar muito mais longe, muito mais alto.
No seu coração, na sua alma, ele não deve aceitar limites.
Do mesmo modo que participa na vida da sua família, da sua cidade, do seu país, ele pode aprender a participar na vida cósmica.

Por que é que se há-de pensar que, para viajar e trabalhar no Universo, é preciso ser astronauta e ter um foguetão?
Arrastada pelo Sol, a Terra percorre o espaço e, portanto, os humanos estão na Terra como numa aeronave que prossegue o seu curso por entre as estrelas.
É o que faz deles cidadãos cósmicos capazes de participar conscientemente, luminosamente, na vida universal.
É este domínio a que, na verdade, eles pertencem; é esta a sua verdadeira dimensão.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV
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terça-feira, 23 de maio de 2017

NATUREZA HUMANA E NATUREZA DIVINA






Capítulo  III  -  À  PROCURA  DA  NOSSA  VERDADEIRA  IDENTIDADE

Continuação (3)

O homem que se identifica com a sua natureza superior consegue reencontrar-se, "conhecer-se", isto é, tomar consciência de si mesmo como parte da própria Divindade.
Está escrito na Bíblia: «Vós sois deuses.»
Sim, os homens são deuses, e se, infelizmente, se parecem muitas vezes com animais que se devoram e se matam uns aos outros, é porque a consciência que têm de si próprios se situa demasiado baixo, na personalidade, numa região onde se vêem limitados, desligados dos outros.
Na realidade, nós somos todos um.
Por isso, antes de decidirdes fazer mal a alguém, deveis reflectir e dizer para convosco que é também a vós mesmos que ides fazer esse mal, porque vós viveis nesse ser e ele também vive em vós.
Eis o começo da verdadeira moral: compreender que o mal que fazemos aos outros é a nós mesmos que o fazemos.
Muitas pessoas verificaram que, se um ser que elas amam sofre ou tem uma infelicidade, é como se elas mesmas tivessem essa infelicidade, e se lhes acontece algo de bom, elas regozijam-se, sentem-se triunfantes como se essa felicidade lhes tivesse acontecido a elas.
Isto só pode acontecer quando a filosofia da unidade, do amor, da universalidade, penetra no ser humano, quer dizer, a filosofia do verdadeiro conhecimento de si próprio.
Senão, rejubila-se com a infelicidade do vizinho; infelizmente, é assim, as pessoas ficam felizes, rejubilam com o mal dos outros.
É a personalidade que mantém as pessoas em estados de consciência inferiores, e se elas não se apercebem disso, é justamente porque se identificam com ela, em vez de se identificarem com a sua natureza superior.
É certo que é difícil vencer certos instintos, certos desejos, mas é preciso, pelo menos, estardes conscientes de que não é o vosso verdadeiro eu que tem esses desejos.
Desligando-vos assim da vossa personalidade, enfraquecei-la e, então é mais fácil estabelecerdes uma ligação com a vossa natureza superior e identificardes-vos com ela.
Como foi possível os humanos perderem a luz ao ponto de se abstraírem deste "conteúdo", desta quinta-essência, desta alma que todos temos, a ponto de ignorarem o que é vivo, intenso, subtil, para só darem importância ao que é material, inerte?
Eles têm que compreender que não há nada mais perigoso, porque, ao concentrarem-se na matéria, identificam-se com ela, e assim ficam paralizados, imobilizados e à mercê dos inimigos.
É preciso saber mexer-se, mudar de lugar, ou mesmo voar como as aves, porque nessa altura já não se fica à mercê das circunstâncias.
Todos os seres que sabem mexer-se, que são vivos, subtis, não podem ser aprisionados; não se consegue capturá-los, eles escapam-se sempre, voam... e planam.
Vós direis: «Sim, mas há sempre o corpo físico!»
Isso é verdade; ele é pesado, material, está exposto a todos os perigos.
Mas a alma...
Tentai apoderar-vos da alma de um homem, do seu espírito, da sua consciência!...
Há algo no homem que está acima de todas as condições e circunstâncias.
Podemos apropriar-nos do corpo, sim, mas não do perfume que flutua no ar.
Aquele que desce demasiado baixo na matéria fica à mercê dos outros, que assim dispõem dele.
E é o que acontece com a maior parte dos humanos: são outros que dispõem deles, colocam-nos aqui, empurram-nos para acolá, tiram-nos, mandam-nos embora, aprisionam-nos ou matam-nos.
Por isso, a minha conclusão é a seguinte: para serdes capazes de superar todas as circunstâncias, de não vos deixardes abater por nada, por nenhuma infelicidade, nenhuma tragédia, para serdes capazes de planar acima dos acontecimentos, deveis elevar-vos, elevar-vos sem cessar, e sobretudo não vos materializar.
Desse modo, os problemas, as perturbações, os prejuízos, nada vos afectará; vós estareis acima disso, muito longe, muito alto.
Para atingir esse estado de consciência sublime, deveis meditar muitas vezes sobre a fórmula. «Eu sou Ele», e pronunciá-la.
«Eu sou Ele» quer dizer: só Ele existe, eu não existo, não passo de um reflexo, de uma sombra.
O homem não existe enquanto criatura separada, faz parte do Senhor e só Ele possui uma existência própria.
Deus é o único que existe e nós somos uma projecção d'Ele.
Então, quando dizemos «Eu sou Ele» compreendemos que não existimos fora de Deus, ligamo-nos a Ele, aproximamo-nos d'Ele até nos tornarmos um dia como Ele.
Há milhares de anos que a História nos transmite testemunhos de criaturas que conseguiram identificar-se com o Senhor, e elas obtiveram os poderes, a luz, viveram êxtases.
Enquanto o homem não conhece a sua verdadeira realidade, identifica-se com o corpo físico, com os seus sentimentos, com os seus pensamentos, sem saber que eles não são a verdadeira realidade, e é por isso que ele continua fraco e doente.

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 23.05.2017


 MESTRE  PETER  DEUNOV

O Mestre Peter Deunov dava a seguinte regra: «Põe a bondade como base da tua vida, a justiça como medida, a sabedoria como limite, o amor como deleite e a verdade como luz.»

Se aprofundarmos esta regra, veremos que ela é extremamente instrutiva.
A bondade é a única base sólida em que um edifício pode assentar.
Mesmo que esse edifício seja belo e inteligente, desmoronar-se-á se não tiver como suporte a bondade, a benevolência que se é capaz de manifestar em relação a todos os seres.
A justiça é uma qualidade que dá a noção de medida certa.
Ser justo, como indica o símbolo da balança, é saber preservar sempre o equilíbrio: nunca pôr pesos só num dos pratos, mas estar atento para acrescentar um pouco de um lado, tirar um pouco do outro...
A sabedoria é um limite, isto é, uma fronteira graças à qual nós podemos proteger-nos dos inimigos exteriores e interiores que nos ameaçam.
O amor dá-nos o gosto pelas coisas.
Mesmo que tenhamos a riqueza, o saber, a glória, a vida parece-nos tão insípida sem amor!
A verdade é a luz que ilumina a nossa estrada: graças a ela, avançamos sem risco de nos perdermos ou de cairmos.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

segunda-feira, 22 de maio de 2017

NATUREZA HUMANA E NATUREZA DIVINA


Capítulo  III  -  À  PROCURA  DA  NOSSA  VERDADEIRA  IDENTIDADE

Continuação (2)

A primeira descoberta que faz aquele que começa a reencontrar-se pelos métodos da meditação e da identificação é que não existe uma multidão de seres separados, mas um Ser único que trabalha através de todos os seres, que os anima e se manifesta através deles, sem eles o saberem; sim, um único Ser, que dirige e ordena todas as suas manifestações.
Os que compreenderam esta verdade já não podem criar divisões nem fazer guerra; para eles, o mundo inteiro é um ser colectivo.
Vou dar-vos uma imagem.
Imaginai que nesta mesa estão vários copos de cores, matérias, formas e dimensões diferentes.
Em todos estes copos eu deito um mesmo perfume: os recipientes são diferentes mas o conteúdo é o mesmo, é a mesma essência perfumada.
Ora, eu noto que os copos estão imóveis e conservam uma forma fixa, mas a essência começa a elevar-se, a expandir-se e, como ela é subtil, etérica, opera-se no ar uma fusão: o perfume de cada copo mistura-se com o do copo vizinho, encontram-se todos em cima e formam apenas um, uma unidade indivisível.
Esta imagem pode fazer-nos compreender que aquele que, levado pela personalidade, só vê separação por toda a parte, vive na ilusão.
Se ele aceitar essa ilusão, enganar-se-á eternamente acerca da realidade das coisas, adoptará uma filosofia materialista enganadora ou, digamos antes, uma filosofia verídica no que respeita à matéria, à forma, ao recipiente, mas enganadora no que diz respeito ao conteúdo, quer dizer, à alma, ao espírito, aos pensamentos e aos sentimentos, onde tudo se funde e é apenas um.
Imaginai agora algumas pessoas reunidas à volta de uma mesa e que têm amizade e amor umas pelas outras.
Aparentemente elas estão separadas: dum ponto de vista materialista, no plano físico, são criaturas distintas.
Mas esse ponto de vista é limitado, porque entre elas circulam correntes e, portanto, produzem-se trocas, fusões de forças e de energias; pelo facto de se amarem, num certo plano elas formam apenas um.
Quer se trate de copos, quer se trate de corpos físicos, somos mais ou menos obrigados a ter em conta a forma, os contornos, os limites, mas quando nos ocupamos do perfume, da vida subtil dos seres, deixa de haver contornos e limites.
Já não podeis dizer: «Eis os limites do perfume ou da vida, eis onde eles terminam.»
Isso é impossível, porque não se pode fixar limites a tudo o que é móvel, vivo, irradiante, subtil.
Reparai em mim, por exemplo: vós podeis desenhar exactamente os contornos do meu corpo físico, do meu rosto, do meu perfil.
Mas será que esse corpo que desenhais é "eu"?
Será que "eu" tenho contornos?
Não, eu não sou o corpo físico, sou este ser que pensa, que sente, que age, e até pode acontecer que seja um pouquinho mais vasto do que o corpo que vedes...
E isto é igualmente verdade para vós.
E o sol?...
Ele está lá no céu, com contornos, uma forma, uma determinada dimensão...
No entanto, como é que, àquela distância, ele consegue tocar-nos?
Ele está lá em cima, muito longe e, no entanto, toca-nos.
Portanto, ele consegue dilatar-se ao ponto de chegar até nós.
Pois bem, se o sol é capaz de fazer isso, nós também somos: sim, enviando através do espaço os raios que são os nossos pensamentos.
Quando enviais o vosso pensamento a alguém, mesmo que essa pessoa esteja a milhares de quilómetros, vós podeis chegar até ela.
O pensamento não é mais do que emanações e projecções exactamente semelhantes à quinta-essência que o sol não cessa de enviar para a terra e ainda para além dela, a milhares de anos-luz, para o Universo inteiro.
Os raios do sol são a sua alma, que ele projecta no espaço infinito, são os seus pensamentos, e os seus pensamentos são ainda ele.
E os planetas?...
Reparai na terra: a parte líquida é mais vasta do que a parte sólida; a parte gasosa, a atmosfera, mais vasta que a parte líquida, e a parte etérica estende-se ainda muito mais além, para lá do sol.
E como esta observação também é válida para Mercúrio, Júpiter, Vénus... pode concluir-se  que todos os planetas se tocam, se impregnam, se interpenetram e formam uma unidade.
Exteriormente, eles estão separados e afastados uns dos outros, mas interiormente (quero dizer, na parte subtil), fundem-se.
Também nós, como os planetas, nos tocamos todos por intermédio dos nossos pensamentos, das nossas emanações...
Eis a verdadeira ciência, a verdadeira filosofia.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 22.05.2017

Por todo o lado se vê rosas e se oferece rosas, mas será que isso traz grande coisa?
Depois de terem sido postas numa jarra, já ninguém lhes presta atenção, a não ser que, ao passar, se sinta o seu perfume.
No entanto, uma rosa torna-se mais viva se olhardes com uma consciência esclarecida: estabelece-se um contacto entre ela e vós, sentis que uma criatura magnífica habita nessa flor e que ela se dirige a vós.

Alguns dirão que isso é impossível, que só acontece nos contos, que eles nunca poderão ouvir a voz das flores.
Na realidade, há diferentes maneiras de ouvir a voz das flores.
Se o que eu estou a dizer-vos parece saído de um conto, ficai sabendo que os contos não são só belas histórias para crianças, inventadas por pessoas que tinham muita imaginação.
Eles correspondem a uma realidade muito profunda, que vós podereis apreender, finalmente, no dia em que conseguirdes abrir-vos para fazer trocas com toda a Natureza.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


domingo, 21 de maio de 2017

NATUREZA HUMANA E NATUREZA DIVINA






Capítulo  III  -  À  PROCURA  DA  NOSSA  VERDADEIRA  IDENTIDADE

O maior erro dos humanos é terem sempre tendência para se identificarem com a sua personalidade.
Quando dizem: «Eu quero... (dinheiro, um carro, uma mulher), eu estou... (doente, de boa saúde), eu tenho... (tal desejo, tal gosto, tal opinião)», eles crêem que se trata deles mesmos, e é precisamente aí que se enganam.
Na realidade, é a personalidade que deseja, que pensa, que sofre, e eles, que não sabem isso, correm e esfalfam-se para satisfazer as suas exigências.
Como nunca se analisaram para conhecer em profundidade a verdadeira natureza do ser humano, os diferentes planos em que ele evolui, identificam-se constantemente com a personalidade, e particularmente com o seu corpo físico.
Mas o discípulo, esse, deve saber que é bem mais do que o seu corpo físico e que todos os seus desejos e instintos não são ele, mas uma pequeníssima parte dele, e só possuindo este conhecimento é que ele pode avançar rapidamente no caminho da evolução.
O yoga do conhecimento de si próprio chama-se na Índia, Jnani-Yoga.
Aquele que pratica Jnani-Yoga quer conhecer-se, encontrar-se.
Ele começa, pois, por se situar: quem é, onde está.
Ele vê que mesmo que perca um braço mantém o seu eu, continua a dizer "eu".
Portanto, o seu eu não é esse braço.
E as pernas, o estômago, etc... será que são ele?
Não, ele é algo mais.
Depois, ele estuda o domínio dos sentimentos e verifica que os sentimentos que experimenta não são ele: uma vez que pode observá-los, analisá-los, é ele que os domina; ele está, portanto, algures, muito mais acima.
E o mesmo acontece com os pensamentos.
É assim que, progressivamente, ele acaba por descobrir que o eu que procura, esse eu que está acima de tudo, esse Eu Superior, é uma parte de Deus, e que ele é grande, imenso, poderoso, luminoso, omnisciente...
E, após anos e anos de disciplina e de prática espiritual (e, mesmo assim, isto não é dado a todos os yoguis), ele funde-se com o seu Eu Superior.
Quanto ao pequeno eu, mutável, vulnerável, insignificante, não era "ele", uma vez que podia passar sem esse eu, renunciar a esse eu, deixá-lo, como a um envelope usado, ao passo que "ele" continuava a existir!
Consideremos um outro aspecto da questão.
Uma criança, quando fala de si, diz "eu"; quando ela cresce e se torna um ser adulto, mudou, mas continua a dizer "eu"; e quando chega à velhice ainda diz "eu".
Esse "eu" é, pois, imutável.
É o corpo que não pára de mudar, ao passo que o "eu" permanece o mesmo.
O que é então, esse "eu"?
O homem procura-o e vê que não é o seu corpo físico, nem os seus sentimentos, porque os sentimentos mudam ao longo da vida, nem os seus pensamentos, porque os pensamentos, as ideias, também mudam.
Aquele que se analisa profundamente acaba por descobrir que este ser em relação ao qual diz "eu" é, na realidade, uma parte do próprio Deus, e faz todos os esforços para se unir a ele.
É assim que acaba por compreender que a sua personalidade não é uma realidade eterna, mas um reflexo fugidio e parcial do seu verdadeiro Eu, uma miragem, uma ilusão, e foi essa ilusão que os hindus chamaram "maya".
O efeito mais pernicioso desta ilusão é que ela arrasta os humanos para a via da separatividade: arranca-os da Fonte Divina, que é para todos o verdadeiro Eu, para os fazer viver numa multidão de pequenos eus separados, com desejos diferentes, sentimentos diferentes, tendências diferentes.
Não é o mundo que é uma "maya", como há quem pense, mas sim a nossa personalidade, o nosso eu inferior, porque ele nos impele sempre a considerar-nos como seres separados dos outros e separados do Universo.
O mundo não é uma "maya"; o mundo é uma realidade, a matéria também é uma realidade, tal como a mentira e o inferno.
A ilusão é julgarmo-nos separados da vida universal, desse Ser único que está em toda a parte mas que não podemos sentir nem compreender, porque o nosso eu inferior no-lo impede.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 21.05.2017

Ao deixar esta terra, o homem não tem de abandonar unicamente os seus bens materiais; tudo o que, nos domínios da inteligência e da sensibilidade, lhe vem de outras pessoas, de livros, de obras de arte, também se apaga, excepto se ele verificou, experimentou e viveu profundamente tudo isso.
Se não for o caso, quando ele voltar, na encarnação seguinte, terá de reaprender tudo, com muitas dificuldades.
Mesmo o facto de alguém poder falar ou escrever sobre todo o tipo de assuntos não prova que ele os conhece verdadeiramente e talvez tenha de reaprender tudo desde o começo, como se fosse novo para ele.

Eis um dos exemplos mais evidentes: as pessoas casam-se e têm filhos, mas muitas revelam-se tão pouco capacitadas para desempenhar esse papel, ficam tão perdidas como se o vivessem pela primeira vez.
No entanto, quantas vezes elas não passaram já por essa experiência nas suas encarnações anteriores!
Mas, como nunca procuraram realmente aprofundar o seu papel e as suas responsabilidades de marido, de esposa, de pais, é algo inteiramente novo para elas e cometem erros, sofrem...
Deve-se, pois, levar a sério cada papel, cada actividade, para que, numa próxima encarnação, não se esteja de novo desprovido de capacidades.

sábado, 20 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 20.05.2017

Cada um de vós é habitado por uma chama, uma aspiração divina e, por mais fraca que ela seja, está nas vossas mãos alimentá-la para ela se tornar um braseiro gigantesco.
Quando começais a sentir essa chama arder em vós, sede prudentes, não deveis expô-la a todas as correntes de ar que podem apagá-la.
Isto é, não deveis relacionar-vos com todo o tipo de pessoas, nem ler todo o tipo de livros, nem assistir a todo o tipo de espectáculos; escolhei as melhores influências para o vosso coração, para o vosso intelecto, para a vossa alma e para o vosso espírito, influências que vos fortaleçam interiormente.

Quando vos sentirdes verdadeiramente fortes, podereis enfrentar tudo, e as condições ou os encontros que antes vos teriam deitado por terra, reforçar-vos-ão.
Quando uma chama encontrou alimento suficiente ara se tornar um braseiro, nenhuma tempestade pode apagá-la; pelo contrário, torna-a mais intensa.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sexta-feira, 19 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 19.05.2017

Numa solução ácida incolor, o químico verte algumas gotas de um reagente chamado "tornesol" e o líquido torna-se vermelho.
Em seguida, ele acrescenta, gota a gota, uma solução básica: de início nenhuma mudança ocorre.
Mas ele continua lentamente, gota após gota, e de súbito o líquido fica azul.
Podemos tirar deste fenómeno uma lição para a vida psíquica.
O homem que transgride as leis divinas não vê imediatamente as deteriorações que ocorrem nele, imagina que pode continuar impunemente...
Mas, um dia, com mais uma transgressão, ele desconjunta-se interiormente.

É claro que esta lei também se verifica em relação ao bem.
Alguém vem ter comigo para se queixar de que há anos que se esforça por fazer um trabalho sobre si mesmo, sem obter resultados, e está desalentado.
Sou obrigado a dizer a essa pessoa que ela não sabe raciocinar, pois os seus esforços não podem dar imediatamente resultados visíveis e tangíveis.
Ela deve continuar e, um dia, necessariamente, a transformação ocorrerá.
Tanto em relação ao bem como em relação ao mal, o facto de não se ver nada durante muito tempo não significa que nada está a acontecer.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 18.05.2017

O nosso Eu superior, o nosso Eu divino, envia-nos constantemente mensagens; se não as recebemos, ou se as recebemos deformadas, é porque acumulámos em nós demasiadas impurezas.
Observai um candeeiro a petróleo cuja chaminé de vidro está suja de fumo: a sua chama não será tão luminosa, tão forte nem tão bela, como se a chaminé estivesse completamente transparenta; é preciso limpá-la.

Pois bem, pode dizer-se que o ser humano é como um candeeiro a petróleo: a luz que está dentro dele e que quer manifestar-se através dele, essa luz que é o amor, que é a sabedoria, tem de passar por todas as camadas de impurezas que ele acumulou por causa da sua vida insensata, sem respeitar, no seu intelecto e no seu coração, as leis da sabedoria e do amor.
Portanto, ele tem de se limpar, de se purificar, até os seus diferentes corpos - físico, astral e mental - se tornarem transparentes e puros.
 Então, essa luz divina, oculta dentro dele e que se esforça por atravessar a escuridão, poderá brilhar, finalmente, com toda a sua intensidade.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


quarta-feira, 17 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 17.05.2017

No livro do Génesis, está escrito que Adão e Eva, depois de desobedecerem a Deus, foram expulsos do Paraíso.
Mas isto não passa de um relato simbólico destinado a explicar a descida do ser humano à matéria.
Na realidade, esta descida não foi um erro nem um acidente, estava prevista pela Inteligência Cósmica.
Porquê?
Porque, para chegar a um conhecimento mais completo, o ser humano precisava de desenvolver as suas capacidades intelectuais.
Para as desenvolver, tinha de se empenhar na exploração da matéria e, portanto, ser colocado em condições em que a sua percepção do mundo espiritual ficaria momentaneamente enfraquecida.
Os humanos ainda estão nessa etapa do seu desenvolvimento: em pleno materialismo.
Mas esta etapa não é definitiva.
Quando esta experiência terminar, eles regressarão às regiões da alma e do espírito que deixaram e, graças a todas as experiências feitas na matéria por intermédio do intelecto, voltarão a elas enriquecidos.


terça-feira, 16 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 16.05.2017


 A língua é um instrumento precioso, mas não foi dada ao homem para os usos que, na maior parte das situações, ele lhe dá: enfraquecer ou aniquilar os outros.
A sua verdadeira vocação é a de levantar aquele que caiu, de esclarecer, de encorajar, de guiar quem procura  a sua via.
Algumas pessoas estão privadas do uso da palavra nesta vida e pode acontecer que essa doença lhes tenha sido infligida como punição pelo mal que elas fizeram numa vida anterior, em que maldisseram, caluniaram ou acusaram falsamente outras pessoas.
A língua só foi dada aos humanos para abençoarem, agradecerem e comunicarem com sabedoria, justiça e amor.
Aqueles que ignoram o valor desta riqueza que possuem perdê-la-ão um dia, de uma forma ou de outra.

A língua é responsável por muitos acontecimentos, felizes ou infelizes da existência; é ela que nos faz perder ou ganhar amigos.
Fazei, então, por mostrar que sois sábios, bons, honestos, controlando a vossa língua e encontrando sempre uma palavra benfazeja para cada um.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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segunda-feira, 15 de maio de 2017

A LUZ, ESPÍRITO VIVO






Capítulo  I  -  A  LUZ,  ESSÊNCIA  DA  CRIAÇÃO

Continuação (3)

«No começo era o Verbo» - o primeiro movimento do espírito divino, que criou o círculo, o Universo.
Da mesma forma, antes de empreender uma cerimónia mágica, o mago deve construir um círculo à sua volta.
A origem desta prática, que é muito antiga, provém dum saber extraordinário respeitante à aura humana.
Quando se diz que o mago deve entrar no círculo que traçou, isso não significa somente que ele deve traçar à sua volta um círculo material, mas também que deve criar o círculo vivo da aura e colocar-se no seu centro; isto é, que o seu espírito deve ser activo, vigilante, senão ele arrisca-se a ser vítima dos espíritos invisíveis.
Se o mago se contenta em traçar à sua volta um círculo material sem que, pela sua forma de viver, tenha trabalhado previamente sobre a sua aura para a tornar pura, luminosa e poderosa, talvez consiga obter o que deseja, mas, quando sair do círculo mágico, todos os seres que lhe tinham obedecido quando ele estava dentro do círculo (porque as entidades invisíveis respeitam este símbolo, bem como as palavras mágicas que são pronunciadas) se põem a persegui-lo.
Estas desventuras acontecem a todos os magos que ignoram as leis que eu estou a explicar-vos.
Os espíritos invisíveis, que vêem que a sua aura não é pura nem luminosa, acabam por se vingar de terem sido constrangidos a obedecer a homens que não eram dignos disso.
Tais magos ignoram que no começo era o Verbo, isto é, que antes de se lançarem na realização de vastos empreendimentos têm de construir uma aura poderosa, um verdadeiro círculo mágico de luz.
Esse círculo não se traça automaticamente, com giz ou com qualquer outro meio, é preparado pelo amor, pela pureza, pela impessoalidade.
Porque é que, muitas vezes, aqueles que se lançam em práticas mágicas não só não obtêm qualquer resultado, como ainda atraem desgraças?
É que a sua aura ainda não é poderosa, luminosa, pura, e, quando eles querem projectar o seu pensamento, não se produz nada que possa revesti-lo e torná-lo forte.
Para que o pensamento possa voar é preciso dar-lhe asas, e essas asas encontram-se na aura.

«No começo era o Verbo, e o Verbo era com Deus, e o Verbo era Deus...»
Quando Deus criou esse grande círculo luminoso, impregnou-o com a sua quinta-essência.
As árvores, as plantas, os animais, os homens foram primeiramente imagens flutuando na aura de Deus...
Tudo o que existe está mergulhado na aura de Deus, no seio da qual vivemos, como diz São Paulo: «Movemo-nos em Deus e temos n'Ele a nossa existência...»
Todos estamos mergulhados na aura de Deus, ela penetra-nos, atravessa-nos.
Meditai diariamente no poder de vidélina, a luz viva que é o elemento primordial de toda a Criação

Um dos símbolos da criação do mundo é a rosa mística.
 Os seis círculos que formam as pétalas representam os seis dias de que Deus precisou para criar o mundo (seis dias simbólicos, evidentemente, que duram milhões de anos!).
Aliás, certos esoteristas interpretaram a primeira palavra do Génesis: Berechit, que significa «no começo», como a combinação do verbo bara (criar) com chit (seis).
Colocai em cada círculo uma das seis cores: violeta, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho, e meditai nelas...
O círculo central representa a cor branca de que as outras seis cores saíram...
Mesmo que não compreendais a profundidade deste símbolo, pelo simples facto de contemplar esta figura perfeita criareis laços entre ela e vós, e isso ajudar-vos-á no vosso trabalho espiritual.

A luz é o estado mais subtil da matéria, e aquilo a que nós chamamos matéria é a forma mais condensada de luz.
Portanto, todo o Universo é constituído pela mesma matéria... ou pela mesma luz... mais ou menos subtil, mais ou menos condensada.
Tudo o que encontrais condensado na terra, existe no plano etérico sob uma forma mais subtil, mais pura.
E o sentido do trabalho espiritual está precisamente em conseguirmos encontrar, num estado subtil mais próximo do estado primordial, tudo aquilo de que temos necessidade.
Nós vamos assistir ao nascer-do-sol para podermos nutrir-nos com o mais puro dos alimentos: a luz.
Quando Jesus dizia: «Bem-aventurados os que têm fome e sede...», ele não se referia a uma fome e a uma sede físicas, referia-se a uma fome e a uma sede de verdade, de sabedoria, de justiça, de liberdade... até ao ponto de já não se ter fome nem sede senão de fogo e de luz.
A alma tem fome e o espírito tem sede.
A alma come o fogo e o espírito bebe a luz.
O fogo é um princípio masculino, a alma um princípio feminino, e cada um alimenta-se do elemento que lhe é complementar.
A alma aspira a um princípio positivo, activo, dinâmico e come o fogo.
O espírito, que é masculino, precisa de um princípio feminino e bebe a luz.
Do mesmo modo que o princípio masculino engendra o princípio feminino, é o fogo que engendra a luz: a luz é uma manifestação, uma emanação do fogo.
Quando acendeis o fogo, ele produz luz.
E quanto mais puros são os materiais que alimentam o fogo, tanto mais pura e subtil é a luz.
A luz é uma veste do fogo, por isso ela tem sempre uma relação com a matéria.
No Alto, nas regiões sublimes, a luz está em relação com a matéria e o fogo com o espírito.
Foi por isso que Deus, o fogo primordial, criou, antes de tudo, a luz, e foi a luz que a seguir criou o mundo, nada foi feito sem a luz.
Cada vez que acendeis uma fogueira, é precisamente a história da criação do mundo que se repete diante de vós.


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 15.05.2017


Podemos encontrar na nossa vida psíquica o equivalente à metamorfose da lagarta em borboleta.
Durante um certo período da sua existência (e isso pode durar séculos!), o ser humano é como a lagarta, que tem necessidade de comer folhas, isto é, de satisfazer os seus apetites à custa dos outros e, assim, ele suja-os, fá-los em pedaços.
Mas, um dia, ele fica com vergonha do seu comportamento e decide melhorar; então, começa a entrar em si mesmo, a orar, a meditar, preparando assim um casulo para proteger o seu trabalho interior.
Até que, desse casulo, sai uma borboleta que voa no ar.

Vós direis: «Mas que casulo é esse que nós devemos preparar?»
É a aura.
O discípulo que toma consciência do poder da aura, que trabalha sobre a sua aura, já não "come" os seres; ele é como a borboleta, que já não come as folhas e voa, ligeira, de flor em flor para se alimentar com o seu néctar.
A diferença entre um homem vulgar e um Iniciado pode resumir-se em poucas palavras: a maneira de se alimentar.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

domingo, 14 de maio de 2017

A LUZ, ESPÍRITO VIVO






Capítulo  I  -  A  LUZ,  ESSÊNCIA  DA  CRIAÇÃO

Continuação (2)

Podemos verificar este processo de criação nos grandes Iniciados.
Também eles possuem uma aura luminosa que não só lhes circunda o corpo e os protege, como lhes fornece a matéria para as suas criações.
Quando um Iniciado quer criar pelo pensamento, utiliza os mesmos meios que Deus quando criou o Universo: projecta uma imagem, ou pronuncia uma palavra, que atravessa a sua aura.
Essa aura que o envolve serve de matéria para a manifestação.
A imagem projectada ou a palavra pronunciada, reveste-se da matéria da aura.
Um homem que quer realizar uma ideia, mas não possui a matéria subtil da aura, nada pode criar.
Sem dúvida já reparastes que, em certos dias, vós falais sem que isso produza qualquer efeito sobre os outros, que permanecem frios, indiferentes, ao passo que noutras ocasiões, pelo contrário, com uma palavra muito simples produzis uma impressão formidável.
Sim, porque essa palavra tem vida.
As palavras que empregais forem previamente mergulhadas na vossa aura, aí se vivificaram e se reforçaram e, assim revestidas de uma certa potência, puderam penetrar na alma dos outros e fazê-la vibrar.
Nos dias em que a vossa aura está fraca, as vossas palavras são insignificantes, vazias, nada há nelas; vós falais mas não obtendes qualquer resultado.
Essas palavras não estão impregnadas do elemento que a aura fornece: vidélina.
O poder dos Iniciados advém-lhes de que eles sabem impregnar as palavras que pronunciam com a matéria da sua aura, que é abundante, intensa, pura.
A palavra não é mais do que um suporte, só pode produzir efeitos na medida em que estiver impregnada do elemento criador, vidélina.
Aquele que não sabe pronunciar as palavras mágicas bem poderá gritar e agitar-se, que jamais conseguirá fazer-se ouvir pelos espíritos superiores e atraí-los.
Mas um Iniciado, que pronuncia essas mesmas palavras sem gritar, sem fazer gestos, somente com a força interior proveniente da sua aura, obterá grandes resultados.
Não foi a palavra que criou o mundo, foi o Verbo, isto é, a luz.
O Verbo foi o primeiro elemento que Deus pôs em acção, e a palavra é o meio de que o Verbo se serve para realizar o seu trabalho de criação.
Quando a força primordial saiu de Deus, ela era espírito; foi ao retornar a Deus que se tornou luz.
O sol negro envia vidélina, o espírito, ao sol luminoso, e o sol luminoso reenvia a luz visível, svétlina, ao sol obscuro.
É no retorno que o espírito se transforma em luz.
Quando Deus fez o primeiro movimento, o seu Espírito, o Verbo, entrou em acção, e quando o Espírito retornou a Deus tinha-se tornado luz.
Tudo o que o centro envia para a periferia retorna para o centro, porque o círculo tem um limite e, portanto, estabelece-se uma circulação ininterrupta do centro para a periferia e da periferia para o centro.
Ao regressar ao centro, a corrente de forças possui novas qualidades e provoca novas reacções ao longo do seu trajecto de retorno.
A natureza da corrente não é a mesma à ida e à vinda.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 14.05.2017


 O intelecto é uma faculdade que permite ao homem conhecer o mundo físico e um pouco do mundo psíquico, não mais do que isso.
É, pois, uma faculdade muito reduzida.
O intelecto, só por si, não pode conhecer a verdade.
A verdade de uma rosa não está somente na sua forma, na sua cor, no seu perfume, que é possível descrever ou analisar.
A verdade de uma rosa é a sua alma, é uma emanação, todo um conjunto de elementos subtis que fazem dela uma rosa e não outra coisa.

E acontece o mesmo em relação a um ser humano; a verdade sobre ele é muito mais do que aquilo que se vê, engloba tudo o que lhe diz respeito: os seus pensamentos, os seus sentimentos, os seus projectos, a sua alma, o seu espírito...
Enquanto não os conhecermos, não conheceremos a verdade sobre ele, teremos apenas algumas noções sobre a sua aparência e o seu comportamento.
A verdade sobre o ser humano é uma síntese que só pode ser conhecida pela faculdade a que chamamos intuição.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sábado, 13 de maio de 2017

A LUZ, ESPÍRITO VIVO






Capítulo  I  -  A  LUZ,  ESSÊNCIA  DA  CRIAÇÃO

Diz-se que Deus é um fogo devorador e, na maior parte das mitologias, o deus mais poderoso é o do fogo.
Evidentemente, não se trata aqui, do fogo que conhecemos: o fogo físico não passa de um aspecto do fogo universal.
Na realidade, existem múltiplas espécies de fogo: o que arde no coração dos homens, o que está adormecido na base da coluna vertebral, o do sol, o do inferno, o que está escondido no coração das pedras, dos metais, etc. ...
Mas já reparastes que o fogo só é perceptível se for acompanhado de luz?
Sim, a luz é a matéria através da qual o fogo se manifesta.
Transpondo esta imagem, descobrir-se-á que a luz é essa substância que Deus, o fogo primordial, emanou de Si mesmo na origem do mundo, ao dizer: «Haja luz!»
Esta luz é precisamente o Verbo mencionado no início do Evangelho de São João: «No começo era o Verbo, e o Verbo era com Deus, e o Verbo era Deus...
Tudo o que foi feito, foi feito por ele...»
A luz é o Verbo que o Criador pronunciou e pelo qual criou o mundo.
O mundo físico, tal como o conhecemos, não é mais do que uma condensação da luz primordial.
Deus, o princípio activo, projectou a luz e trabalhou sobre essa luz, como sobre uma matéria, para criar o Universo.
É aqui que se começa a perceber a manifestação dos dois princípios - masculino e feminino - que estão na origem da criação, posto que Deus, o fogo, o princípio masculino, tirou de Si mesmo e projectou o princípio feminino, a luz, a matéria em que Ele ia criar.
Diz-se que Deus criou o mundo a partir do nada.
Nada exterior a Ele, sim, e é isso que para nós é difícil de compreender, pois só podemos construir algo com materiais e instrumentos exteriores a nós.
Na realidade, não se pode criar a partir do nada, e esta ideia duma criação a partir do nada apenas significa que foi de Si mesmo que Deus tirou a matéria da Criação.
O Universo é precisamente essa substância extraída d'Ele e tornada exterior a Ele, mas que continua a ser Ele.
Com o que é que o bicho da seda tece o seu casulo e a aranha a sua teia?
Com o que é que o caracol fabrica a sua casca?
Com uma substância que conseguem extrair de si mesmos.
Se soubermos observar a Natureza, quantos fenómenos nos podem ser revelados por aquilo que os pensadores consideram como os mistérios mais impenetráveis!
A própria ciência descobrirá um dia que a luz é a matéria primordial na qual o Universo foi criado, e o homem, se conseguir aprender como proceder, também poderá tornar-se criador como Deus.
Segundo o Génesis, o primeiro acontecimento do mundo foi a criação da luz.
Deus disse: «Haja luz!»
Mas de que luz se trata?...
Em búlgaro, existem duas palavras diferentes para designar a luz: svétlina e vidélina.
A palavra svétlina designa a luz física e, é formada a partir da raiz do verbo que significa «brilhar».
A palavra vidélina designa a luz espiritual e, é formada a partir da raiz do verbo que significa«ver».
Vidélina é a luz que permite ver o mundo espiritual, o mundo invisível; foi vidélina que, ao materializar-se, deu origem a svétlina, a luz física.
Compreendereis melhor esta ideia se eu vos lembrar a experiência do tubo de Crookes: nas duas duas extremidades dum tubo, em que previamente se fez o vácuo, estão colocados dois eléctrodos ligados a uma fonte de energia eléctrica; quando se faz passar a corrente, o cátodo emite um fluxo de electrões na direcção do ânodo, mas ele permanece escuro e, é na região do ânodo que aparece uma luminescência.
A luz que o sol nos envia não é a do primeiro dia, que o Génesis refere.
Para lá do sol físico existe um sol invisível, obscuro, o sol negro, que continuamente envia energias ao sol visível.
Este transforma-as e envia-as, por sua vez, sob a forma de luz.
A luz que vemos não é aquela que Deus criou no começo quando disse: «Haja luz!»
Ela veio depois.
O primeiro sol enviou a luz primordial, vidélina, que o sol visível transforma e reenvia sob a forma de raios (svétlina).
Vidélina, a verdadeira luz, só revela as coisas ao embater nelas.
Se nada se encontra na sua passagem, ela permanece invisível.
Só o obstáculo que encontra a pode revelar.
No começo era vidélina, isto é, o primeiro movimento que se manifestou no espírito de Deus sob a forma de jorro, de irradiação para fora, para o exterior d'Ele.
Antes de criar, Deus projectou à sua volta um círculo luminoso a que se poderia chamar a sua aura.
Através desse círculo de luz, Ele fixou os limites do Universo e, logo que esses limites foram fixados, projectou  na luz da sua aura, vidélina, imagens que se materializaram, que se cristalizaram.
Foi, pois, vidélina que forneceu a matéria para a Criação.
E quando São João diz, no início do seu Evangelho: «No começo era o Verbo, e o Verbo era com Deus, e o Verbo era Deus...», «o Verbo era com Deus» significa que nada foi feito sem a participação de vidélina, a aura de Deus.
O Verbo divino é a luz.





Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 13.05.2017


A tendência natural dos humanos é proverem as suas necessidades e resolverem os seus problemas sem terem em conta os outros, e mesmo em detrimento dos outros, se isso lhes convier.
Pois bem, são cálculos muito mal feitos.
Eu dir-vos-ei que, tendo em conta o vosso próprio interesse, deveis decidir-vos a já não trabalhar só para vós mesmos, mas antes para a colectividade.
Sim, e isto no vosso interesse, porque sois uma parte dessa colectividade.

Quando a colectividade melhora e progride, vós beneficiais com essas melhorias.
Ganhais com isso, porque colocastes o vosso capital num banco que se chama "família humana", "fraternidade universal", da qual sois membro.
Quando trabalhais só para vós mesmos, para satisfazer o interesse do vosso eu limitado, nada de bom podereis obter dessa actividade.
Vós direis: «Poderei sim, porque trabalhei para mim.»
Não, porque o vosso eu separado, egoísta, é um poço sem fundo, sempre insatisfeito e, ao trabalhar para ele, atirastes tudo para esse poço.
Deveis, pois, deslocar o objectivo do vosso trabalho e colocá-lo muito alto, num ideal de universalidade.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


sexta-feira, 12 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 12.05.2017



 Nós deixamos marcas, registos, em todos os lugares por onde passamos e em todos os seres e objectos em que tocamos.
Existem pessoas más, das quais se diz que, onde elas põem o pé, a erva não torna a crescer.
E, pelo menos simbolicamente, isso não é exagero.
Outras, pelo contrário, só pensam em iluminar, vivificar, aquecer e libertar as criaturas: por onde quer que passem, deixam marcas tão vivificantes, tão luminosas, que aqueles que lá vão depois delas sentem-se repentinamente regenerados.
Então, onde quer que estejais, pensai em pronunciar os melhores desejos: «Que todos aqueles que aqui vierem se sintam tocados pelo amor e pela fraternidade!...
Que eles descubram a verdadeira vida!...
Que eles se tornem filhos de Deus e trabalhem para a vinda do seu Reino à terra!...»
Em todo o lado, quando estais numa cidade ou no campo, quando andais numa rua ou por um caminho, abençoai, pelo pensamento, essa rua ou esse caminho.
Pedi que todos aqueles que por lá passarem recebam a paz, a luz, a esperança.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV
 

quinta-feira, 11 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 11.05.2017

Alguns psicólogos, para justificarem a desobediência e a grosseria das crianças e dos adolescentes, defendem que, por eles serem muito mais inteligentes e dotados do que os pais, é normal que lhes façam frente.
De facto, existem crianças excepcionais, mas são casos muito raros, e não é verdade que a maioria das crianças são génios que têm razão ao revoltarem-se contra os pais que são medíocres.
Não!
Antes de mais, é preciso saber que, se uma criança nasceu nesta ou naquela família, é porque há uma razão para isso, pois nada acontece por acaso, os Senhores dos Destinos agem com sabedoria e justiça.
E, quando a criança já está na situação, é tarde para pôr essa situação em causa.
Ela encarnou naquela família ou porque o mereceu, ou para ali fazer um estágio especial, e esse estágio consiste, desde logo, em aceitar os seus pais.
Depois, ver-se-á...
A partir do momento em que pertence a essa família, ela deve fazer tudo para viver em harmonia com ela.
Quando tiver dado provas da sua verdadeira superioridade, poderá fazer o que quiser, mas antes, não.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

quarta-feira, 10 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 10.05.2017



O amor dos humanos é muitas vezes comparável a um fogão de sala cujo fumo está sempre a enegrecer o seu ser interior.
Durante o inverno, quando esse fogão está a funcionar, as janelas estão fechadas, há falta de ar, as pessoas ficam entorpecidas e a vitalidade diminui.
Mas quando, com a primavera, chega o Sol do amor espiritual, abre-se completamente as janelas, o ar puro entra e, finalmente revive-se!

Que lição se deve tirar destas imagens?
Que deveis manter-vos distantes do vosso fogão de sala, isto é, das vossas paixões, dos vossos instintos, das vossas cobiças, pois eles mantêm fechadas as janelas da vossa alma, impedem o ar de entrar, opõem-se àquilo que é mais vivo em vós.
E não temais que uma vida regulada pela medida certa e pela razão vos faça morrer de aborrecimento.
Quando o Sol da sabedoria e do amor divinos começar a aflorar-vos, vós mesmos constatareis que essas experiências passionais, que antes eram tão importantes para vós, já não passam de um pouco de cinza.
A vossa morada interior tornar-se-á luminosa e pura e vós conhecereis a verdadeira alegria.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

terça-feira, 9 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 09.05.2017


 Mesmo que se queixem disso, os humanos aceitam viver na agitação e de um modo febril.
E, para alguns, são essas tensões e essas trepidações constantes que representam a verdadeira vida.
Eles correm de um lugar do mundo para outro, passam o dia inteiro agarrados ao telefone, tratam ao mesmo tempo de uma quantidade de assuntos, e acham que assim é que estão activos e são criadores.
Ora, é no silêncio que se manifesta a verdadeira actividade, é no silêncio que se realizam as maiores obras, as criações imortais.

De vez em quando, pensai em parar um pouco: esforçai-vos por sentir a vida intensa que jorra do centro dessa ausência de barulho e dessa imobilidade aparente.
O silêncio é o lugar da plenitude e do movimento perfeito.
Deveis tomar consciência disto, e encontrareis em vós mesmos esta qualidade de silêncio de onde jorrarão as vossas mais belas criações espirituais.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

segunda-feira, 8 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 08.05.2017

Para descobrirmos a presença de Deus em nós, o melhor exercício que podemos fazer é procurarmos identificar-nos com Ele.
Mas identificar-nos com o Senhor não é imaginarmos que conseguimos elevar-nos até Ele e que, lá em cima, podemos declarar-nos omniscientes e omnipotentes.
Aqueles que fazem este exercício de identificação devem pensar unicamente que se deixam invadir pela imensidão de Deus, que se apagam face a essa imensidão e se fundem nela.

Relativamente aos homens, muitas vezes é necessário ser afirmativo, resistir e até opor-se para não desaparecer.
Mas, perante Deus, é apagando-se, sendo humildes, que as pessoas se afirmam e crescem.
Neste domínio também age a lei da polarização: o grande e o pequeno atraem-se.
Deus, que é infinitamente grande, ama o infinitamente pequeno.
Se vos tornardes  pequenos, Deus atrair-vos-á a Ele.
É a humildade que nos permite fundir-nos verdadeiramente com Ele.

domingo, 7 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 07.05.2017


Nos Livros Sagrados é dito que as almas dos justos exalam perfumes que fazem as delícias do Senhor e das entidades celestes.
E é uma realidade: a alma de um justo exala um perfume e esse perfume atrai os Anjos, atrai o Espírito Santo.
O Espírito Santo só desce numa alma cujo perfume pode respirar.
Por isso, é muito importante para nós, conseguirmos, com o nosso trabalho espiritual, melhorar a qualidade dos perfumes, isto é, das emanações dos nossos corpos psíquicos, não tanto para atrair os humanos, mas para atrair os amigos do mundo invisível.
Por que não havemos de oferecer-lhes essa alegria?
Vós dizeis que queimais incenso...
Isso está bem, mas não é o suficiente: se quereis atrair os Anjos, deveis aprender a também exalar perfumes interiormente, os perfumes da pureza, da santidade.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sábado, 6 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 06.05.2017

Não é tanto no plano físico que é preciso tentar resolver as situações, pois o plano físico é o mundo das consequências, e sobre as consequências nós temos pouco poder.
Para produzirmos mudanças duradouras, é preciso elevar-nos pelo pensamento até ao mundo das causas, pois só aí é que temos todos os meios para contactar e desencadear forças benéficas que, mais cedo ou mais tarde, produzirão resultados.
Mas a maioria dos humanos ignora isso; eles limitam-se a intervir no plano físico e depois ficam admirados com o facto de as mudanças que conseguiram introduzir não serem duradouras: surgem acontecimentos ou pessoas que, sem lhes pedirem opinião, reorganizam as coisas à sua maneira.
Portanto eles nunca são senhores da situação.

E a mesma lei é válida para o próprio indivíduo.
Se quereis, por exemplo, mudar os vossos maus hábitos, não vos atireis a eles directamente.
Esforçai-vos por elevar-vos pelo pensamento até ao plano causal, pois é lá de cima, tendo-vos ligado ao mundo da sabedoria, do amor e da verdade, que podereis desencadear forças que terão repercussões no vosso comportamento.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


sexta-feira, 5 de maio de 2017

ACERCA DO INVISÍVEL



Capítulo  V  (parte)  -  DEVE-SE  CONSULTAR  CLARIVIDENTES?

Quantas pessoas não imaginam que a espiritualidade consiste tão somente em ler alguns livritos sobre ocultismo, em assistir a algumas sessões espíritas e em consultar clarividentes para que estes lhes revelem o seu futuro ou as suas vidas anteriores!
Ah, lá isso eles encontrarão, clarividentes é o que por aí não falta!
Existem milhares e milhares de indivíduos que se dizem médiuns, videntes extraordinários, e que anunciam nos jornais os horóscopos que fazem, os seus talismãs e as suas jóias que vos trarão tudo: a felicidade, a riqueza, o amor, a sorte.
Eu acredito que existem alguns grandes clarividentes no mundo, mas a maioria, nem me falem neles!
Ninguém acredita mais do que eu na clarividência e sinto-me feliz por a ciência oficial começar a admitir que existem na terra criaturas que possuem faculdades de percepção extra-sensorial, e a estudá-las.
Mas, na realidade, para mim a questão não está em duvidar ou acreditar, mas em encontrar os melhores métodos de trabalho para avançar na vida espiritual...
Os melhores significa os menos perigosos, os mais eficazes, talvez os mais longos, mas os mais duradouros.
O que é triste é que as pessoas são apressadas, não têm paciência nem confiança para enveredar por uma via luminosa, mais lenta, mas mais segura.
Têm pressa, querem tornar-se clarividentes assim como poderiam tornar-se "pedicure" ou "manicure", e logo que obtêm um pequeno resultado fazem um alarde enorme disso para atrair clientela, e assim induzem muita gente em erro, aproveitando-se do facto de o comum das pessoas não ter discernimento e acreditar em tudo.
Quantos homens e mulheres não decidiram exercer a profissão de clarividentes, de médiuns, porque são incapazes de fazer outra coisa!
Conheci muitos assim.
Durante anos, vi-os experimentar uma profissão, depois outra, mas nada resultava; e um dia eu vinha a saber que eles se tinham tornado clarividentes, cartomantes, radiestesistas...
Eu ficava estupefacto.
As pessoas vivem de qualquer modo, não praticam qualquer disciplina, e são clarividentes!
Sob o pretexto de alguma vez terem dado, por acaso, uma ou duas respostas certas ou de terem tido sonhos premonitórios, dizem-se clarividentes.
E existe gente assim!
Eu não digo que eles não tenham umas faculdadezitas e uns ligeiros dons psíquicos, um pouco de intuição, um pouco de sensibilidade ao mundo invisível, mas têm sobretudo muita habilidade e muito descaramento.
Elas compreenderam que os humanos têm necessidade de ser sossegados, lisonjeados, e então dizem-lhes aquilo que eles querem ouvir.
Algumas vezes elas até nem vêem nada, mas para não decepcionarem aqueles que as consultam, para não perderem o prestígio, ou mesmo, muito simplesmente, para não perderem dinheiro, dão respostas vagas, tentando não se comprometer.
Não existem muitos videntes honestos que vos digam francamente: «Desculpe, mas hoje não posso dizer-lhe nada.
Não vejo nada.
Volte cá noutra ocasião.»
Não, eles fingem.
No início, é claro, as pessoas duvidam um pouco daquilo que lhes dizem.
Mas dá-lhes tanto prazer ouvir dizer que vão encontrar finalmente o homem ou a mulher da sua vida, receber uma herança ou satisfazer todas as suas ambições!
E se isto não acontece, não há problema, elas continuam à espera...
Ao passo que, se alguém lhes disser que terão de enfrentar dificuldades, provações, ficarão sem vontade de o consultar mesmo que estas se realizem: têm a impressão de que esse clarividente não é benéfico para elas e voltam àquele que lhes prediz todos os sucessos.
Se as magníficas previsões não se realizam, vão consultá-lo de novo para lhe perguntar o que se passou.
«Foi simplesmente retardado por causa desta ou daquela posição dos astros», diz o clarividente para os sossegar, «mas vai acontecer, tenha paciência...»
E eis de novo a esperança, eis de novo a alegria.
Sim, é assim...
Então, de quem é a culpa?
Daqueles que vão consultar os clarividentes, claro.
Uma vez que têm tanta necessidade de que lhes contem histórias, as pessoas encontrarão sempre alguém muito bom, muito caridoso, que terá prazer em contar-lhas.
Quanto aos ditos clarividentes que se afirmam capazes de aconselhar os outros, de responder às suas questões sobre o passado, o presente e o futuro, e de resolver os seus problemas, como é possível eles não sentirem que correm o risco de fazer as pessoas perderem-se?
Que responsabilidade!
E por que fazem eles isso?
Pelo dinheiro?
Pelo prestígio?...
Pois bem, devem saber que o mundo invisível não gosta de que se sirvam dele desse modo e castigá-los-á.
Eu não nego, repito, que certas pessoas têm um dom, mas esse dom não as coloca ao abrigo das fraquezas e também não as protege das entidades tenebrosas que vêm visitar todos aqueles que não sabem resistir às tentações, aos seus desejos inferiores.
Pode-se ser clarividente e, a par disso, dar mostras de uma moralidade duvidosa.
Como se pode ser poeta, músico ou filósofo e viver mais ou menos como um animal.
Certas pessoas possuem o dom da clarividência porque numa outra encarnação fizeram os esforços necessários para o obter; e como no presente se deixam conduzir pelas suas tendências inferiores, tudo se manifesta conjuntamente: as suas fraquezas, os seus vícios e o seu dom de clarividência.
Será assim até elas perderem esse dom, como perderão também o dom da poesia, da música ou da filosofia, todos aqueles que não tiverem sabido trabalhar interiormente para o conservar.
Aliás, o dom desses clarividentes não será verdadeiramente notável se eles não possuírem outras qualidades.
Portanto, atenção!
Se quiserdes mesmo consultar clarividentes, ao menos que não seja uma pessoa qualquer.
Agora, gostaria também de chamar a vossa atenção para o seguinte: muitas pessoas vão consultar clarividentes e põem questões para as quais elas mesmas encontrariam a resposta se utilizassem a sua própria inteligência, o seu juízo e o seu bom senso.
Têm tantos indícios na sua frente, diante dos seus olhos, mas não os vêem, não os compreendem, e para serem esclarecidos irão consultar videntes, radiestesistas, cartomantes.
Para que servem os olhos, os ouvidos e o cérebro que o Senhor deu a cada um se se passa a vida a interrogar os outros?
Aliás, por que é que se vai fazer perguntas aos outros?
Para conhecer a verdade?
Nada disso: muitas vezes até é o contrário, vai-se colocar questões para se ser encorajado a fazer o mal.

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 05.05.2017


 Quanto mais numerosos somos quando nos reunimos, mais a nossa irradiação fraterna atrai entidades divinas que vêm ajudar-nos, dando-nos a saúde, a força, a luz.
Nós não nos reunimos para termos o prazer de nos encontrarmos e passarmos agradavelmente o tempo, mas para fazermos um trabalho consciente.
E esse trabalho consiste em submeter a nossa vida pessoal, egoísta, à lei da fraternidade, da universalidade, da harmonia.
Cada vibração harmoniosa que conseguimos criar põe-nos em relação com a grande harmonia cósmica.

A palavra "harmonia" resume todas as virtudes, todas as bênçãos.
Quando a harmonia penetrar em cada região do nosso ser, afinar-nos-á como um instrumento, e o Espírito que virá aflorar-nos com o seu sopro tirará de nós as mais belas sonoridades.
Trabalhar para o Reino de Deus é isso.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

quinta-feira, 4 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 04.05.2017

Encontramos pessoas que, embora afirmem que são ateias, invejam aquelas que têm fé.
Mas não vão mais longe, fazem como se ter ou não ter fé, fosse algo que não depende absolutamente nada delas, como se a fé fosse um dom que se recebe ou não da Natureza.
E é nisso que se enganam: na realidade, a fé é a cristalização de um saber do passado, fundamenta-se numa experiência do mundo divino feita outrora, uma experiência que deixou em cada ser registos indeléveis e que lhe cabe a ele vivificar.

É por sentirem nelas, de um modo confuso, a presença de tais registos, que certas pessoas lamentam não ter fé; elas sentem que lhes falta algo essencial.
Mas, se não fizerem nada para a reencontrar, sofrerão ainda durante muito tempo por essa falta, e cada vez mais.
A fé resulta de um trabalho.
Por isso, não se deve imaginar que, se não se fizer nada, se pode encontrar a fé assim, de repente, pela acção de uma graça divina imprevisível.
É impossível: mesmo para ter fé e para a manter, é preciso trabalhar.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 03.05.2017

Que relações existem entre a serpente e a pomba?
Elas representam os dois aspectos opostos da mesma energia: a energia sexual.
A pomba é precisamente a serpente sublimada.
Ela ensina-nos que tudo o que rasteja no solo pode, um dia, tornar-se capaz de se lançar nos ares e voar.

A serpente representa a força sexual primitiva, e ela é muito manhosa!
Como está escrito no Génesis: «A serpente era o mais manhoso de todos os animais dos campos que Deus fizera.»
É impossível enumerar todos os meios a que os humanos podem recorrer para escapar à serpente, mas ela apresenta e arranja as coisas de tal forma que, na maior parte das vezes, acaba por triunfar.
Alguém diz: «Eu não sucumbirei à tentação, resistirei...»
Mas, como não previu a cilada que a serpente é capaz de preparar, no momento em que não está à espera, deixa-se apanhar.
E continuará a deixar-se apanhar até conseguir transformar nele a serpente em pomba, isto é, transformar o amor humano num amor divino, que o arrancará à terra e o fará conhecer a liberdade dos espaços infinitos.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV