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E também vós deveis adquirir o hábito de abençoar, de dizer boas palavras.
Quando tocais na na cabeça do vosso filho, nos seus pezinhos ou nas suas mãozinhas, ou mesmo quando apertais nos braços o ser que amais, porque não haveis de abençoá-lo para que os anjos venham fazer dele um ser magnífico?
Há que abençoar tudo, tudo o que tocais, os objectos, os alimentos, os seres.
Há que falar com amor e doçura não apenas aos humanos mas também às flores, aos pássaros, às árvores e aos animais, porque isso é um hábito divino.
Aquele que sabe dizer palavras que inspiram, que vivificam, possui uma varinha mágica nos lábios. E nunca pronuncia estas palavras em vão porque existe sempre na Natureza um dos quatro elementos (a terra, a água, o ar ou o fogo) que está lá, atento, aguardando o momento de participar na realização de tudo o que vós exprimis.
Também pode acontecer que a realização se produza muito longe daquele que lhe deu os germes, não se podendo, portanto, vê-la.
Mas ficai a saber que ela se produz.
Tal como o vento leva as sementes e as semeia longe, também as vossas palavras voam e vão produzir resultados magníficos longe dos vossos olhos.
Mas para falar às pedras, às plantas, aos animais, é necessário saber onde se encontra a sua entidade.
Em todo o caso ela não se encontra no plano físico, tal como no homem.
Sim, se o homem possui a consciência é porque a sua entidade desceu ao plano físico.
A entidade do animal encontra-se no plano astral; a das plantas encontra-se no plano mental, por isso elas são extremamente limitadas nas suas manifestações.
Quanto à entidade das pedras, essa encontra-se muito, muito longe, no plano causal, e é por essa razão que elas parecem mortas; mas ainda que a sua vida seja muito reduzida, elas vivem.
Segurai uma pedra na mão e dizei-lhe boas palavras: essas palavras serão registadas.
Falai também às sementes, às flores e às árvores antes de as colocardes na terra: elas desenvolver-se-ão melhor.
Estais a ver?
Existe sempre algo de útil para fazer na vida.
A Natureza é tão imensa, tão rica!
Mas, evidentemente, para que a vossa palavra seja eficaz e dê resultados benéficos, existem algumas regras a respeitar.
Se tiverdes aprendido a dominar-vos, a colocar-vos num estado de harmonia, de pureza, de luz, podereis desencadear forças que actuarão sobre toda a Natureza, caso contrário podereis pronunciar todas as palavras que quiserdes, que não conseguireis nada, excepto registar algumas asneiras.
Registar é uma coisa - tudo se regista -, mas conseguir, graças a esses registos, influenciar favoravelmente a Natureza ou a consciência dos seres, já é outra.
As palavras são poderosas mas é necessário aprenderdes a utilizá-las para transformar tudo em vosso redor e vos transformardes a vós mesmos também.
Quando tiverdes frio, quando vos sentirdes sós, desamparados, quando tiverdes a impressão de que ninguém vos ama, pronunciai a palavra «amor», uma vez, duas vezes, dez vezes, e de diferentes formas: desencadeareis assim as forças cósmicas do amor e já não podereis sentir-vos sós, abandonados...
Quando vos sentirdes na escuridão como se tivésseis caído no fundo de um abismo, pronunciai as palavras «sabedoria», «luz», até que elas vibrem e cantem em todas as células do vosso corpo. Nesse momento tudo se iluminará...
Quando vos sentirdes atormentados, limitados, preocupados, pronunciai a palavra «liberdade». Podeis ainda pronunciar as palavras «beleza», «verdade», «força»...
É necessário fazer estes exercícios todos os dias para se compreender o que São João queria dizer com a expressão: «NO COMEÇO ERA O VERBO...»
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
em "O livro da magia divina"
Edições Prosveta
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