Como é que a ostra faz para fabricar uma pérola?
Primeiro, um grão de areia caiu na sua concha, e esse grão de areia é uma dificuldade para a ostra, irrita-a.
«Ah - diz ela para consigo -, como é que vou desembaraçar-me disto?
Arranha-me, faz-me comichão...
O que hei-de fazer?»
E a ostra começa a reflectir; concentra-se, medita, pede conselho, até que vem o dia em que ela compreende que nunca conseguirá eliminar esse grão de areia, mas que pode envolvê-lo de modo a ele se tornar liso, polido e aveludado.
Quando o consegue, ela fica feliz e diz para consigo: «Ah, venci uma dificuldade!»
Desde há milhares de anos que a ostra perlífera instrui a humanidade, mas os humanos não compreenderam a lição.
E que lição é essa?
É a de que, se conseguíssemos envolver as nossas dificuldades e tudo o que nos contraria numa matéria luminosa, doce, colorida, teríamos riquezas extraordinárias.
Eis o que é necessário compreender.
Então, daqui em diante, em vez de vos lamentardes e de ficardes a atormentar-vos sem fazer nada, trabalhai para segregar essa matéria especial que pode envolver as vossas dificuldades.
Sempre que vos encontreis perante um acontecimento penoso ou uma pessoa insuportável, regozijai-vos e dizei: «Senhor, meu Deus, que sorte, mais um grão de areia!
Eis uma nova pérola em perspectiva!»
Se compreenderdes esta imagem da ostra perlífera, tereis trabalho para toda a vida.
de OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
em "Regras de ouro para a vida quotidiana"
Colecção Izvor
Edições Prosveta
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