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Diz-se que Deus criou o homem à sua imagem.
Mas o homem também cria cria Deus nele mesmo.
Quando se aproxima de Deus e trabalha para d'Ele formar uma imagem fiel e verídica, esta imagem, interiormente, funciona como um receptor e um condensador das forças divinas.
Os talismãs são, também eles, receptores e condensadores de forças, exactamente como os condensadores de electricidade: introduz-se e condensa-se num objecto uma energia boa ou má que depois se liberta progressivamente, produzindo os efeitos para os quais foi condensada.
Mas este processo é igualmente realizável no domínio psíquico, ou seja, podeis formar em vós mesmos uma imagem e mantê-la, alimentá-la, vivificá-la e, através do vosso pensamento, do vosso amor, da vossa vontade, essa imagem actuará pouco a pouco sobre todos os vossos corpos subtis e poderá mesmo transformar as vibrações das vossas células.
Assim, podeis introduzir em vós a imagem de um grande Mestre, a do Cristo ou mesmo a de Nosso Senhor, concentrando-vos na sua sabedoria, no seu amor, no seu poder, na sua perfeição. Se mantiverdes preciosamente essa imagem, em breve sentireis como ela actua magnificamente em vós.
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Portanto, acreditar em Deus não é o suficiente. Deveis vivificar a sua imagem em vós mesmos, deter-vos frequentemente nela para a contemplar, a adorar, enviando-lhe o melhor de vós mesmos.
Essa imagem age então magicamente, como um talismã: guia-vos, protege-vos, ilumina-vos.
Estais à beira de cometer um erro ou de vos extraviar e eis que essa imagem vem salvar-vos.
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No Tibete ensina-se aos adeptos como trabalhar com a estatueta de uma divindade.
Através da concentração, da recitação de fórmulas mágicas, eles aprendem a impregnar essa estatueta com a sua vitalidade até ao dia em que a divindade vem habitar realmente a estatueta, e então o adepto entra em contacto com ela para receber a sua ajuda e os seus conselhos.
Eu quis verificar a eficácia deste método e confirmei que ele é eficaz.
Mas encontrei um método melhor.
Descobri que em vez de gastarmos todas as nossas energias a impregnar uma estatueta concentrando-nos nela, é preferível concentrar-mo-nos no sol, por exemplo.
O sol não é mais vivo que uma estatueta?...
E se, durante anos, lhe dirigirdes os vossos olhares, os vossos pensamentos, o vosso amor, não sereis certamente vós que o vivificareis - ele não tem necessidade disso -, ele é que vos vivificará, e será bastante melhor assim!
É desejável, pois, introduzir boas vibrações nos objectos, mas o trabalho espiritual, no seu todo, está longe de consistir apenas nisso.
Mesmo que esse objecto seja benéfico para vós, permanece exterior a vós e toda a vitalidade que lhe dais, deixa-vos, já não vos pertence. Nessa altura, esse objecto ou essa estátua vive a sua própria vida e retira de vós elementos para se alimentar.
Vós alimentais outro ser, que está ali ao vosso lado e que vos arriscais a perder.
Não é melhor serdes vós mesmos a deixar-vos animar e vivificar pelo sol, símbolo do Cristo?
Desta forma todas as vossas forças vos pertencerão, continuarão a ser vossas, e o sol é que continuará a alimentá-las.
Tudo é possível na vida, com a magia branca.
Então, em lugar de vos contentardes em vivificar os objectos, vivificai-vos a vós mesmos. Porque o «objecto» mais importante sois vós... sim, vós.
E nessa altura sois vós que vos tornais um talismã.
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
em "O Livro da Magia Divina"
Edições Prosveta
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