segunda-feira, 29 de julho de 2013

O regresso às práticas mágicas e o perigo que elas representam


A Iniciação é um trabalho sobre si próprio, um trabalho contínuo de organização interior, de purificação, de autodomínio. Ora, o que se passa hoje em dia, este interesse cada vez  maior pelas obras de ocultismo e de magia, é muito inquietante, pois não exprime a necessidade de uma verdadeira espiritualidade, mas o desejo de mergulhar num domínio desconhecido, misterioso, proibido. De resto, os resultados estão à vista: esses livros não tornam as pessoas mais sábias, mais equilibradas, mais puras; pelo contrário, libertam nelas forças obscuras, baralham as suas ideias, tornam essas pessoas vítimas de entidades inferiores que só querem prejudicar os seres humanos.
Durante séculos a Igreja combateu, e sem qualquer razão, a tradição iniciática. Mas o que está a passar-se agora - as ciências ocultas ao alcance de todas as pessoas fracas, viciosas, mal intencionadas - também não é bom.
Se os Iniciados do passado tinham como princípio "calar-se", era porque sabiam que os segredos da Ciência Iniciática podiam tornar-se armas perigosas nas mãos das pessoas que não estavam preparadas para os receber, pois a natureza humana é tal, que tentará utilizar tudo o que lhe for revelado, as verdades mais sublimes, mais divinas, para servir os seus interesses mais pessoais e egoístas.
É por isso que tudo o que se dá aos seres humanos para o seu bem, para a sua salvação, é por eles deturpado e utilizado, na realidade, para a sua ruína e para a ruína dos outros.
Actualmente fazem-se cada vez mais experiências para descobrir os poderes da mente, influenciar objectos ou seres humanos, agir à distância, captar informações secretas.
Existem pessoas que se treinam para influenciar, através da mente, os atletas que participam em competições desportivas, fazendo assim com que alguns ganhem e outros percam. Para já não falar daqueles que se põem a impregnar de influências nocivas certos objectos para depois os enviar, em ar de presentes, a alguns dirigentes ou altas personalidades com o intuito de os prejudicar e de enfraquecer os seus países.
Todas essas pesquisas que se fazem sobre o poder do pensamento, para o utilizar num fim destrutivo qualquer, são tão perigosas como as pesquisas sobre a arma atómica e, do ponto de vista moral, são ainda mais repreensíveis.
O homem não tem o direito de se servir deste factor divino, o pensamento, para fazer o mal.
Isso é magia negra, e aqueles que a praticam devem saber que mais cedo ou mais tarde serão punidos.
Querer conhecer os poderes do pensamento não tem, em si, nada de mal.
Mas, infelizmente, existem todas as espécies de pessoas sem moralidade nem consciência que querem utilizar estes conhecimentos no sentido que lhes convém.
É sempre a natureza inferior que começa por se manifestar no homem para o induzir a tirar proveito de todos os meios que surgem ao seu alcance.
Eis porque desapareceram já várias humanidades e a nossa desaparecerá também se o lado moral, o amor, a bondade, não se tornarem preponderantes.

...
A grandeza de um homem, a sua força, a verdadeira, está em ele nunca usar em proveito próprio os poderes que possui.
Por isso eu peço a todos os irmãos e irmãs da nossa Fraternidade que nunca recorram a práticas mágicas para obter o amor, a glória ou o dinheiro, ou para se desembaraçar de um inimigo, pois isso é pura magia negra.
Se eu soubesse que tal acontecia, tomaria medidas muito severas.
O discípulo de uma Escola Iniciática não deve procurar satisfazer a sua cobiça e os seus desejos inferiores, deve possuir como único ideal o trabalho na luz e pela luz, de modo a tornar-se um verdadeiro filho de Deus, um benfeitor da Humanidade.
De futuro deveis exercitar-vos unicamente na magia branca, trabalhar com a luz, com o amor.
Previno-vos de que os magos negros vão manifestar-se cada vez mais; por isso, treinai-vos a enviar a luz e a harmonia para impedir que as trevas triunfem.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

em "O Livro da Magia Divina"

Edições Prosveta

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