sábado, 20 de agosto de 2016

O MASCULINO E O FEMININO, PRINCÍPIOS DA CRIAÇÃO







10º. Capítulo  -  A  GESTAÇÃO   (Continuação)


A maior parte das mulheres não supõem sequer a influência que a sua maneira de viver tem sobre o filho que trazem no ventre.
Imaginam que ele vive uma existência absolutamente independente da delas, que são livres de ter a vida que lhes agradar, de ter quaisquer pensamentos ou emoções, sem que isso afecte o bebé.
Pois bem, estão muito enganadas.
A vida psíquica da mãe influencia imenso a criança, mesmo no plano físico.
No seu romance "As afinidades electivas", Goethe conta a história de uma mulher que, enquanto esperava um filho do seu marido, pensava constantemente num outro homem que amava.
A menina que nasceu tinha uns olhos iguais aos desse homem.
É enorme o poder do pensamento e do sentimento numa mulher grávida.
Então, por que é que as mulheres não se decidem a fazer um trabalho benéfico sobre a criança que trazem dentro de si?
A criança passa nove meses no ventre da mãe e estes nove meses são o tempo necessário para a formação do seu corpo.
Os estados interiores da mãe influenciam a matéria dos órgãos que estão a ser construídos.
Se, durante um certo tempo, ela estiver deprimida, maldisposta, os órgãos que estão a formar-se serão defeituosos, e o inverso também é verdade, evidentemente.
Se as mães tivessem o hábito de fazer um diário da sua gravidez, constatariam que, de uma maneira ou de outra, a criança vai repetir, durante a sua vida, todos os estados atravessados por ela durante os nove meses de gestação.
Mas, na realidade, esta repetição faz-se em sentido inverso, isto é, o que a mãe sentiu no nono mês, manifestar-se-á no primeiro período da vida da criança; o que ela sentiu no oitavo mês manifestar-se-á no segundo período...
Tendo a vida humana, por hipótese, a duração de noventa anos, um mês da gravidez da mãe corresponderá a dez anos da vida da criança.
Aliás, eu aconselho as mães que tiveram um ou vários filhos a tentarem lembrar-se dos acontecimentos e dos estados que viveram enquanto traziam os filhos no seu ventre; desse modo, compreenderão melhor certos traços do carácter dos seus filhos ou mesmo alguns dos seus problemas de saúde.

Uma mulher que está à espera de um filho, deve pensar: «Agora, durante nove meses, tenho todas as possibilidades de fazer do meu filho um ser saudável, belo, inteligente, nobre, cheio de amor... que será uma benção para o mundo inteiro.
Devo procurar transmitir-lhe, pelos meus pensamentos, pelos meus sentimentos, pelos meus desejos e pelos meus actos, os elementos mais puros, de modo a contribuir para a sua formação.»
E que ela faça esse trabalho, porque, quando o filho tiver nascido, acabou-se, este escapa-lhe, ela já não pode fazer nada.
A natureza da criança está já determinada à nascença; e, se esta natureza for defeituosa, todos os educadores, professores, médicos e psiquiatras não conseguirão nada ou conseguirão muito pouco.
A verdadeira educação de um filho começa antes do seu nascimento, e começa precisamente pela educação dos pais, que devem, muito tempo antes, preparar-se interiormente, por intermédio de uma melhor compreensão do amor, para atrair para a sua família um espírito excepcional.
Eles esforçam-se por conceber esse filho na maior luz e na maior pureza e, quando ele tiver sido concebido, a mãe, consciente dos poderes que a Natureza lhe deu, trabalha para dar a esse espírito um corpo físico e corpos psíquicos feitos dos melhores materiais.
Se milhares, milhões de pais, decidissem fazer este trabalho, em três ou quatro gerações, a humanidade transformar-se-ia realmente.

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