domingo, 28 de agosto de 2016

O HOMEM À CONQUISTA DO SEU DESTINO







Páginas 69 a 76  -  JUSTIÇA  HUMANA  E  JUSTIÇA  DIVINA

II

A maior parte das pessoas ainda não tem domínio nenhum sobre os seus impulsos.
Se estão decepcionadas com alguém, fazem tudo para desacreditar essa pessoa perante os outros e para lhe criar uma situação insustentável.
Não lhes interessa que ela corra o risco de ficar doente ou até de se suicidar, nem sequer pensam que o Céu pode responsabilizá-las por isso e, que estão a preparar para si próprias um carma terrível.
O facto de terdes sido enganados por alguém não vos dá o direito de ir relatar por todo o lado o que essa pessoa vos fez.
Dir-me-eis: «Mas é para fazer justiça!»
Não, esse modo de compreender a justiça é a origem de todas as desgraças.
Em nome da justiça, qualquer um pensa que pode castigar uns e dar lições a outros.
Deixai a justiça em princípio que está para além da justiça, um princípio de amor, de bondade, de generosidade.
Há já dois mil anos que Jesus trouxe este novo Ensinamento, o do amor, mas, apesar disso, os cristãos continuam a aplicar a lei de Moisés: «Olho por olho, dente por dente.»
Ainda não compreenderam que, para se tornarem verdadeiramente grandes e livres, as pessoas não devem seguir à risca esta lei da justiça.
Será que triunfareis quando virdes o vosso inimigo completamente despedaçado?
Pode acontecer que não fiqueis orgulhosos de vós próprios e que comeceis a arrepender-vos do que fizestes; mas será demasiado tarde e tereis preparado muito más condições para esta vossa incarnação ou para a próxima.
Por conseguinte, é necessário aprender a nova atitude.
Fizestes bem a alguém, destes-lhe dinheiro, por exemplo, e depois, um dia, verificais que essa pessoa não merecia a vossa ajuda: então, ides relatar a toda a gente o que lhe fizestes, mostrando que ela não correspondeu à vossa bondade.
Para quê ir falar de tudo isso?
Se tiverdes feito bem e fordes dizê-lo a toda a gente, destruireis esse bem.
Estava escrito no Alto que deveríeis ser recompensados e agora, agindo dessa maneira, anulareis a vossa boa acção.
Mesmo que alguém vos tenha enganado, mesmo que alguém vos tenha prejudicado, isso não importa, não faleis em tal.
Pelo contrário, com a vossa atitude deveis mostrar a essa pessoa que valeis mais do que ela; um dia, ela envergonhar-se-á e, não só fará tudo para reparar o mal que vos fez, como ainda quererá tomar-vos como modelo.
Quando vos decidireis a mostrar grandeza e nobreza de carácter?
É preciso fechar um pouco os olhos e perdoar, será assim que crescereis e vos tornareis formidáveis.
E, além disso, o que tiverdes perdido, voltará a vós mais tarde, multiplicado por cem.
De outro modo, se tentardes vingar-vos, criareis imensas coisa negativas que um dia recairão sobre vós e tereis de pagar as suas consequências.
Só então compreendereis a estupidez da vossa conduta.
Portanto, o que quer que vos façam, não queirais vingar-vos, esperai que o Céu se pronuncie a vosso favor, o que acontecerá obrigatoriamente, mais tarde ou mais cedo, se tiverdes procedido bem.
Compreendei, de agora em diante, como é vantajoso receber a luz da Iniciação!
Se um homem vulgar for prejudicado ou humilhado, ripostará, evidentemente, para dar uma lição ao seu adversário, e todos pensarão que isso é normal, que é justo.
Sim, talvez seja justo, segundo o conceito de justiça que as pessoas têm, mas, como já vos disse, aquilo que é justiça aos olhos das pessoas comuns torna-se estupidez aos olhos dos Iniciados.
Eis o que acontecerá: logo que esse homem der largas aos seus desejos de vingança, entrará num círculo infernal do qual não mais poderá sair.
Livrou-se de um inimigo, de acordo... mas aparecerão outros, e novamente ele quererá eliminá-los, isto é, alimentará em si, sentimentos e atitudes que só reforçarão a sua natureza inferior.
E, no fim, o que terá ele ganho?
Nada, pois todos esses inimigos voltarão, eles não desapareceram completamente, reincarnar-se-ão e terão todas as possibilidades de tirar a desforra.
E assim, aquele que pensava desembaraçar-se dos seus adversários, na realidade, prepara muitos outros para o seu futuro, e ele é que virá a sucumbir.
Este velho método da vingança não traz qualquer solução; pelo contrário, complica as coisas, sobrecarrega a existência, aumenta as dívidas cármicas e acaba por conduzir a desfeitas que, mais cedo ou mais tarde, levarão a que seja o vingativo a desaparecer.
Então, não se pode dizer que ele agiu com grande inteligência!

(Continua)

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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