domingo, 14 de agosto de 2016
A EDUCAÇÃO COMEÇA ANTES DO NASCIMENTO
3º. Capítulo - UM PLANO PARA O FUTURO DA HUMANIDADE
Para solucionar a situação nacional ou internacional, apresentam-se planos de todo o tipo: políticos, económicos, militares... e são planos de uma tal concepção e inteligência, que é espantoso!
É impossível não ficar maravilhado.
Só que esses planos nunca serviram para grande coisa, pois só dizem respeito ao domínio material: aperfeiçoamento das técnicas, melhoria da produção, construção de laboratórios, de universidades, aumento ou diminuição do armamento, etc. e, a humanidade continua com as mesmas desordens, as mesmas desgraças.
Então, ao ver tudo isso, também eu decidi apresentar um plano, um projecto.
Direis: «Mas que vaidade, que presunção!»
Talvez, mas se os planos forem úteis, se eles forem eficazes, toda a gente tem o direito de os fazer.
Vós também...
Mas vereis que o meu é muito simples.
Em vez de deixar o Estado continuar a gastar milhões e milhões em hospitais, prisões, tribunais, escolas, aconselhá-lo-ei a ocupar-se somente da mulher grávida: as despesas não serão tão grandes e os resultados serão infinitamente melhores.
Pedirei então, ao Estado para arranjar terrenos em regiões muito belas e muito bem expostas e aí mandar construir habitações num estilo e com cores que eu indicarei...
Haverá também parques com todas as espécies de árvores e de flores, lagos, jactos de água...
E é aí que as mulheres grávidas virão habitar durante todo o período da sua gravidez, alimentadas e alojadas a expensas do Estado.
Elas passarão, pois, todo esse tempo rodeadas de beleza e de poesia, lendo, passeando, ouvindo música.
Assistirão também a conferências em que lhes será ensinado que vida levar durante a gestação: o que devem comer mas, acima de tudo, o trabalho que podem fazer com os seus pensamentos sobre a criança que vai nascer.
É claro que os maridos poderão vir visitar as suas esposas e serão instruídos sobre a forma como devem agir para as ajudar no seu trabalho.
Vereis então que, nessas condições de paz, de calma e de beleza, elas trarão ao mundo crianças através das quais todo o Céu virá manifestar-se.
Ao passo que, presentemente, entre todos os espíritos que descem para se incarnar, apenas alguns vêm do Céu.
E todos os outros, de onde vêm eles?...
As portas estão fechadas para os espíritos do Céu, eles não podem entrar em corpos preparados na impureza, na maldade e na desordem.
Eis por que a humanidade não melhora.
É claro que acabará por melhorar, mas daqui a milénios, depois de passar por catástrofes e grandes sofrimentos.
Ora, eu estou a explicar-vos como ela pode melhorar muito rapidamente sem ter de passar por todos esses sofrimentos.
Todas as mudanças que se tentou introduzir até ao presente, dos pontos de vista técnico, económico, médico, etc., não melhoraram a raça humana, que continua a viver com as mesmas paixões e as mesmas maldades que anteriormente...
E talvez mais ainda do que antes!
Contudo, pode-se melhorar a humanidade, mas na condição de se começar pelo começo: a mãe, enquanto ela traz o filho dentro de si.
Se soubésseis em que condições as mulheres grávidas por vezes vivem!
Moram em casebres semluz nem espaço e são elas que têm de fazer e suportar tudo.
E, ainda por cima, o marido, que está bêbado ou furioso porque não encontrou emprego ou foi insultado pelos camaradas, entra em casa para descarregar na mulher e até bater-lhe.
Assim, em que estado de espírito traz ela o filho no ventre?
Em vez de se construir hospitais para estas mães, valeria mais dar-lhes a possibilidade de esperarem os seus filhos em condições ideais.
Em seguida, que elas regressem aos seus casebres, se for necessário: os filhos construír-lhes-ão palácios; sim, serão eles que, graças aos seus talentos e capacidades, um dia tirarão os pais da miséria.
Ninguém se preocupa com as condições em que as mulheres trazem os seus filhos ao mundo, e depois, evidentemente, perante a existência de uma tal multidão de desequilibrados, de doentes e de criminosos, constroem-se casas especializadas, hospitais, prisões, aumenta-se o número de educadores, de médicos, de polícias.
Mas isso não serve para nada.
E ainda que se continue a gastar biliões para «aperfeiçoar a psicologia e a pedagogia», nunca se conseguirá mudar essa quinta-essência que a mãe deu no começo.
Só o método que eu proponho é eficaz.
Nenhum educador, nenhum médico, pode mudar a natureza profunda de uma criança.
Pode-se dar-lhe um pouco de verniz, mas é tudo.
Todas as melhorias que em seguida se possa tentar trazer ao seu carácter não são mais do que uma espécie de adestramento.
É exactamente a mesma coisa que acontece com os povos primitivos; consegue-se educá-los um pouco e ensinar-lhes como comer, como se vestir, mas isso não dura...
Assim que regressam à sua tribo, eles voltam a ser exactamente como eram antes.
Se um homem for um criminoso ou se for um santo, ninguém conseguirá fazê-lo mudar.
Talvez se consiga influenciá-lo superficialmente e por muito pouco tempo; mas, a nível profundo ele continuará sempre a ser o que é.
Muitos dirão que este plano que eu proponho não é científico...
Mas ninguém tem o direito de criticar o meu plano antes de ele ter sido experimentado.
É claro que não se reparará tudo de uma vez, para isso serão precisas várias gerações.
Ainda que os pais façam um grande trabalho de purificação, não conseguirão desembaraçar-se da herança de fraquezas e de vícios que receberam dos seus próprios pais.
Contudo, se eles estiverem atentos, já na primeira geração, apesar dos elementos defeituosos que ainda conseguirão introduzir-se nos seus filhos, o lado bom prevalecerá.
A segunda geração será bem melhor, a terceira melhor ainda e, pouco a pouco, todos os elementos defeituosos que restavam do passado, desaparecerão.
É preciso, pois, que pessoas inteligentes e responsáveis se decidam a compreender a importância do trabalho que se processa na mãe durante a gestação, e como uma mulher instruída nas leis da galvanoplastia, rodeada de cuidados e de afecto e sustentada por condições materiais apropriadas, tem a possibilidade de formar não só o corpo físico do filho, mas também os seus corpos astral e mental (ou seja, os corpos dos sentimentos e dos pensamentos), com a ajuda dos melhores materiais.
Continua
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