segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O DEVER DE SER FELIZ - Fascículo Nº. 3


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



2º. Capítulo  -  AS  PROVAÇÕES  DA  VIDA: UM DESAFIO  A  RELEVAR


O que é que obriga os alpinistas a empreender a subida de cumes cada vez mais altos e de acesso cada vez mais difícil?
O que é que obriga os desportistas a nadar, a correr, a pedalar cada vez mais depressa?
O que é que obriga os jogadores de xadrez a reflectirem horas a fio antes de avançarem um peão no tabuleiro?
Nada.
São eles que impõem a si próprios esses esforços, esses problemas, essas façanhas.
E que alegria eles sentem sempre que alcançam uma vitória!
Quantas actividades, jogos e competições de todo o tipo os humanos inventaram desta forma!
Isso mostra bem que eles sentem uma necessidade profunda de ir sempre mais longe, mais depressa, mais alto, de se superar, de se ultrapassar.
Mas por que é que eles não pensam que deveriam aplicar também na vida quotidiana essas qualidades de resistência, de destreza e de inteligência que têm de demonstrar quando se trata de jogos ou de competições?
Por que é que, no dia a dia, eles se queixam sempre de terem de fazer esforços?
Muitos jogos que se praticam actualmente foram imaginados há séculos pelos Iniciados.
Com o tempo, a maior parte deles transformaram-se, mas, sobretudo, agora já só se vê o seu aspecto exterior, o seu sentido profundo perdeu-se.
Para os Iniciados, estes jogos eram a transposição de problemas que todos temos de resolver em cada dia.
É uma lei absoluta: de uma forma ou de outra, encontramos os mesmos fenómenos nos diferentes planos, físico, psíquico e espiritual.
E, já que os jogos são uma imagem dos problemas que encontramos na vida, por que não se há-de encarar esses problemas, como jogos?
Em vez de vos sentirdes acabrunhados, irritados pela mínima dificuldade, dizei a vós próprios: «Aqui está mais uma oportunidade para eu me exercitar.
Vejamos como é que me saio.»
Estudai bem a natureza da prova que ides enfrentar e lançai desafios a vós próprios.
Por exemplo: «Não vou parar de andar até ter alcançado a meta...
Vou transportar pacientemente este fardo...
Vou ultrapassar este obstáculo...
Vou navegar neste mar revolto e não vou afundar...
Quero deixar a região da poeira e das nuvens, para alcançar o cume mais alto: aí respirarei ar puro e verei sempre o sol...»
Sim, são desafios como estes que, de vez em quando, podeis lançar a vós mesmos, tal como fazem os desportistas, e vereis que as dificuldades da vida vos parecerão mais fáceis de suportar.
Compreendei bem: a felicidade não é a possibilidade de viver sem dificuldades, sem obstáculos, sem sofrimento.
Isso são ilusões, fantasmagorias!
A felicidade é ser capaz de atravessar as provas sem capitular e sair delas mais rico e mais forte.
Sim, é na vitória sobre as dificuldades que ireis obter a vossa felicidade.
 

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