terça-feira, 30 de agosto de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 31.08.2016

A palavra é criadora de mundos e esses mundos são capazes de se manter por muito tempo.
É impossível saber até quando uma palavra pode produzir efeitos.
Então, o que pensar de todas essas músicas que se ouvem actualmente; músicas histéricas, nas quais foram postas tantas palavras vulgares ou violentas?
É perigoso para uma sociedade subestimar o seu poder destruidor.

Numa Escola Iniciática, a música e, sobretudo, o canto, têm um papel importante a desempenhar.
Como no canto somos nós próprios o instrumento que produz os sons, cantar tem sobre nós, sobre o nosso corpo físico e os nossos corpos subtis, efeitos muito poderosos.
Por intermédio do canto, emitimos ondas, correntes de forças que criam em nós, formas.
Por isso, é essencial redescobrirmos a função mística do canto, concentrando toda a nossa atenção não só na melodia, mas também nas palavras.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 30.08.2016

 Existem seres que vos amam e isso torna-vos felizes.
Sentis esse amor como uma fonte que não pára de correr para vós e onde podeis sempre saciar a vossa sede.
Isso é verdade, mas estai atentos, sede prudentes: quando chegais junto dessa fonte, não vos apresseis a beber.
Parai diante dela, descansai ao longo do caminho que percorrestes, recolhei a água com as vossas duas mãos, formando uma espécie de taça e, levai-a aos lábios, lentamente, conscientemente, com gratidão.
Se conseguirdes adoptar a atitude correcta, não tereis razões para temer que essa água do amor se esgote.

Esta é uma imagem para vos fazer compreender que o amor é uma nascente inesgotável, desde que saibais protegê-la.
Nunca considereis o afecto dos seres como algo que vos é devido e que podeis usar livremente.
Comportai-vos com respeito, com delicadeza, para não perturbardes a limpidez dessa água.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

O HOMEM À CONQUISTA DO SEU DESTINO






Páginas 69 a 76  -  JUSTIÇA  HUMANA  E  JUSTIÇA  DIVINA  (Continuação)

II


Consideremos agora um verdadeiro Iniciado.
Também ele, fatalmente, foi ultrajado, enxovalhado, espezinhado e humilhado por seres interessados em combatê-lo.
Mas, como conhece as leis, ele aplica outros métodos.
Em vez de se vingar directamente dos seus adversários, deixa-os tranquilos, livres, em paz: que continuem como quiserem!
Ele sabe, antecipadamente, como eles vão acabar e, entretanto, vai-se preparando.
Para quê?
Para os massacrar?
Não, já vos disse que ele não quer carregar-se de dívidas que teria de pagar; quer ser livre e forte.
E a força não consiste em pegar no revólver ou na espingarda para abater um inimigo; isso não é força, é fraqueza... e ignorância, ainda por cima.
Portanto, o Iniciado prepara-se.
Ele diz: «Ah! Ah!
Pensais que me destruístes?
Esperai, vereis o que vai acontecer!»
E começa a fazer um trabalho gigantesco sobre si próprio: reza, medita, estuda, treina-se até ao dia em que possua finalmente a verdadeira sabedoria, os verdadeiros poderes.
E, se então, os seus inimigos o encontrarem, ficarão estupefactos.
Algo de inexprimível acontece no seu cérebro, no seu coração, na sua alma...
Perante a luz deste Iniciado que, em vez de se vingar, trabalhou sobre si próprio, eles sentem-se feios e sem brilho, percebem que desperdiçaram a sua resistência e decidem modificar-se.
Pois bem, é esta a verdadeira vitória, é este o verdadeiro triunfo do Iniciado: mesmo sem atacar os seus inimigos, mesmo deixando-os tranquilos, ele venceu, levou a melhor sobre eles.
Diz-se na Bulgária: «Não empurres um bêbado, ele cairá sozinho.»
E é verdade, aquele que se embriagou com o seu orgulho, com a sua presunção, com a sua grandeza, um dia cairá sozinho, sem que o empurreis.
Se o empurrardes, a lei responsabilizar-vos-á pela sua queda, mas se o deixardes tranquilo ele cairá inevitavelmente, e vós não tereis nada a ver com isso.
Entretanto, ter-vos-eis ocupado apenas com o vosso próprio aperfeiçoamento, com tudo o que é puro, luminoso, divino.
Não será a melhor solução?
Claro.
É evidente que é preciso ter muito amor, muita bondade, muita paciência, muita luz, para aplicar este método, mas não conheço outro mais eficaz.
Sem maldade, sem vingança, acumulais carvões em brasa sobre a cabeça dos vossos inimigos: eles observar-vos-ão e isso basta.
Depois, arrepender-se-ão e virão reparar o mal que vos fizeram.
Sim, porque existe uma lei na Natureza segundo a qual - e se não for nesta incarnação, será na próxima - todos os que vos fizeram mal serão obrigados a vir procurar-vos para reparar as suas falhas.
Pode acontecer que, sentindo intuitivamente, que são antigos inimigos, queirais afastá-los; de nada vos vale, eles continuarão a andar à vossa volta e a pedir que aceiteis os seus préstimos.
É assim a lei; já aconteceu isto a muitas pessoas.
Todos os que vos fizeram mal e aos quais não pagastes na mesma moeda, serão obrigados pela lei (quer queiram quer não, a sua opinião não conta), a vir reparar os seus erros.
O Iniciado é capaz de se vingar, sim, mas apenas por intermédio da luz e do amor.
Também vós podeis vingar-vos, é normal uma pessoa vingar-se, por que não?
Mas há duas maneiras de o fazer: maltratar fortemente o vosso adversário, difamá-lo, ou então, deixá-lo intacto, mas provocar no seu coração, na sua alma, uma viragem completa que só pode ser benéfica para vós e para ele.
Esta segunda atitude é duplamente vantajosa.
Aconselho pois, os irmãos e as irmãs da Fraternidade a fazerem o possível por regularizar os seus problemas sem se carregarem com novos carmas.
Por que é que até os membros de uma família precisam de se enfrentar em tribunal por questões de dinheiro?
Não conseguem passar por cima disso?...
Por que é que os homens se agarram tanto aos seus interesses, aos seus haveres?
Que façam um gesto, meu Deus, e ficarão livres!
De início, evidentemente, não se sentirão muito felizes por esse gesto, sofrerão, sentir-se-ão oprimidos.
Mas, se conseguirem fazê-lo, descobrirão novas regiões, novas luzes, e não haverá ninguém, mais legitimamente orgulhoso de si próprio e mais feliz do que eles, porque terão realizado algo muito difícil: vencer a sua natureza inferior, a sua personalidade.
É a personalidade que aconselha continuamente o homem a "puxar a brasa à sua sardinha", a caluniar, a vingar-se e até a ir a tribunal para culpabilizar os outros.
E depois as pessoas pensam que compreenderam o Ensinamento!
Pois bem, não entenderam nada.
Ouvem as conferências, leem os livros, ficam maravilhadas, mas continuam a agir segundo os velhos hábitos, é isso que eu tenho constatado.
Perante uma tal luz, perante tais verdades, perante tais revelações, continuar a proceder como toda a gente é deplorável!
Se confiardes na bondade, na inteligência e no amor divinos para vos ajudarem a resolver os vossos problemas, o Céu não vos abandonará, porque fizestes algo que vos liga a ele.
Eis um ponto que muitos de vós ainda não compreenderam.
Não têm suficiente fé e confiança no poder do mundo invisível, que pode ampará-los e facilitar a sua existência se trabalharem conforme ele lhes pede.
Confiam sempre nas artimanhas e nas desonestidades da personalidade, e é por isso, aliás, que não são bem sucedidos, mais cedo ou mais tarde, o mundo invisível apresenta-lhes obstáculos.
Ao passo que os Iniciados, que respeitam as leis e confiam no Céu, nunca são abandonados.
Ainda que o mundo inteiro os abandone, eles são amparados, encorajados, iluminados e acabam por triunfar.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 29.08.2016

 Para todas as vossas preces, para todas as questões que colocais a vós mesmos, recebeis respostas interiormente.
Se não as ouvis, é por causa da espessura das camadas opacas com que vos rodeastes, deixando-vos arrastar por pensamentos, sentimentos, desejos e actos que não eram inspirados nem pelo amor, nem pela sabedoria, nem pela verdade.
Começai a fazer cair essas muralhas e ouvireis as respostas.

Evidentemente, pode também acontecer que a resposta que recebeis não seja fácil de aceitar.
Quando estais a viver uma situação complicada e vos questionais sobre como podeis sair dela, tendes tendência a imaginar que vai surgir uma solução que vos tirará dessa situação, como por magia.
Não, essa solução pode exigir de vós grandes esforços.
Mas não recueis; se é verdadeiramente essa a solução, mesmo que penosa, ela é preferível a todas as incertezas, a todas as angústias nas quais vivíeis até então, pois esses sofrimentos não vos deixarão enquanto não aceitardes fazer os esforços que vos são indicados.
Podeis estar certos disso!


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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domingo, 28 de agosto de 2016

O HOMEM À CONQUISTA DO SEU DESTINO







Páginas 69 a 76  -  JUSTIÇA  HUMANA  E  JUSTIÇA  DIVINA

II

A maior parte das pessoas ainda não tem domínio nenhum sobre os seus impulsos.
Se estão decepcionadas com alguém, fazem tudo para desacreditar essa pessoa perante os outros e para lhe criar uma situação insustentável.
Não lhes interessa que ela corra o risco de ficar doente ou até de se suicidar, nem sequer pensam que o Céu pode responsabilizá-las por isso e, que estão a preparar para si próprias um carma terrível.
O facto de terdes sido enganados por alguém não vos dá o direito de ir relatar por todo o lado o que essa pessoa vos fez.
Dir-me-eis: «Mas é para fazer justiça!»
Não, esse modo de compreender a justiça é a origem de todas as desgraças.
Em nome da justiça, qualquer um pensa que pode castigar uns e dar lições a outros.
Deixai a justiça em princípio que está para além da justiça, um princípio de amor, de bondade, de generosidade.
Há já dois mil anos que Jesus trouxe este novo Ensinamento, o do amor, mas, apesar disso, os cristãos continuam a aplicar a lei de Moisés: «Olho por olho, dente por dente.»
Ainda não compreenderam que, para se tornarem verdadeiramente grandes e livres, as pessoas não devem seguir à risca esta lei da justiça.
Será que triunfareis quando virdes o vosso inimigo completamente despedaçado?
Pode acontecer que não fiqueis orgulhosos de vós próprios e que comeceis a arrepender-vos do que fizestes; mas será demasiado tarde e tereis preparado muito más condições para esta vossa incarnação ou para a próxima.
Por conseguinte, é necessário aprender a nova atitude.
Fizestes bem a alguém, destes-lhe dinheiro, por exemplo, e depois, um dia, verificais que essa pessoa não merecia a vossa ajuda: então, ides relatar a toda a gente o que lhe fizestes, mostrando que ela não correspondeu à vossa bondade.
Para quê ir falar de tudo isso?
Se tiverdes feito bem e fordes dizê-lo a toda a gente, destruireis esse bem.
Estava escrito no Alto que deveríeis ser recompensados e agora, agindo dessa maneira, anulareis a vossa boa acção.
Mesmo que alguém vos tenha enganado, mesmo que alguém vos tenha prejudicado, isso não importa, não faleis em tal.
Pelo contrário, com a vossa atitude deveis mostrar a essa pessoa que valeis mais do que ela; um dia, ela envergonhar-se-á e, não só fará tudo para reparar o mal que vos fez, como ainda quererá tomar-vos como modelo.
Quando vos decidireis a mostrar grandeza e nobreza de carácter?
É preciso fechar um pouco os olhos e perdoar, será assim que crescereis e vos tornareis formidáveis.
E, além disso, o que tiverdes perdido, voltará a vós mais tarde, multiplicado por cem.
De outro modo, se tentardes vingar-vos, criareis imensas coisa negativas que um dia recairão sobre vós e tereis de pagar as suas consequências.
Só então compreendereis a estupidez da vossa conduta.
Portanto, o que quer que vos façam, não queirais vingar-vos, esperai que o Céu se pronuncie a vosso favor, o que acontecerá obrigatoriamente, mais tarde ou mais cedo, se tiverdes procedido bem.
Compreendei, de agora em diante, como é vantajoso receber a luz da Iniciação!
Se um homem vulgar for prejudicado ou humilhado, ripostará, evidentemente, para dar uma lição ao seu adversário, e todos pensarão que isso é normal, que é justo.
Sim, talvez seja justo, segundo o conceito de justiça que as pessoas têm, mas, como já vos disse, aquilo que é justiça aos olhos das pessoas comuns torna-se estupidez aos olhos dos Iniciados.
Eis o que acontecerá: logo que esse homem der largas aos seus desejos de vingança, entrará num círculo infernal do qual não mais poderá sair.
Livrou-se de um inimigo, de acordo... mas aparecerão outros, e novamente ele quererá eliminá-los, isto é, alimentará em si, sentimentos e atitudes que só reforçarão a sua natureza inferior.
E, no fim, o que terá ele ganho?
Nada, pois todos esses inimigos voltarão, eles não desapareceram completamente, reincarnar-se-ão e terão todas as possibilidades de tirar a desforra.
E assim, aquele que pensava desembaraçar-se dos seus adversários, na realidade, prepara muitos outros para o seu futuro, e ele é que virá a sucumbir.
Este velho método da vingança não traz qualquer solução; pelo contrário, complica as coisas, sobrecarrega a existência, aumenta as dívidas cármicas e acaba por conduzir a desfeitas que, mais cedo ou mais tarde, levarão a que seja o vingativo a desaparecer.
Então, não se pode dizer que ele agiu com grande inteligência!

(Continua)

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 28.08.2016


Gostaríeis de corrigir em vós certas fraquezas, de conseguir dominar certas tendências instintivas?
Só o conseguireis se tiverdes amor por um alto ideal.
E o que é um alto ideal?
Uma aspiração à beleza, à beleza espiritual que é feita de pureza, de luz, de harmonia.
Vós contemplais essa beleza e, naturalmente, espontaneamente, libertais-vos de tudo o que é malsão, obscuro, caótico.
Esse amor pela beleza protege-vos como uma roupa que gostaríeis de não sujar.

Quando usais roupas novas ou de que gostais particularmente, não vos envolveis em actividades em que há o risco de elas se rasgarem ou ficarem sujas.
Instintivamente, prestais atenção aos vossos gestos, aos lugares onde vos sentais.
Acontece o mesmo com o alto ideal.
Se decidirdes cultivar o gosto pelo mundo da beleza, da harmonia e o desejo de vos aproximardes dele, sentireis que, pouco a pouco, se tece à vossa volta como que uma veste subtil que querereis proteger e, deste modo, vós também ficareis protegidos.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sábado, 27 de agosto de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 27.08.2016

Eu falo-vos unicamente de vós, de realidades que existem em vós.
Mesmo que ainda não tenhais tomado consciência da sua existência, mesmo que ainda não compreendais bem aquilo a que corresponde o que eu vos digo, eu sei que toco, com as minhas palavras, uma entidade que não pretende outra coisa a não ser manifestar-se.
Podemos comparar essa entidade a um lótus que começa a desenvolver-se debaixo de água antes de se abrir à superfície.

As coisas nascem, formam-se e começam a crescer na escuridão do subconsciente.
No momento em que elas aparecem na consciência, não estão no seu início, mas quase acabadas, pois já estavam em movimento há muito tempo.
Da mesma forma, as minhas palavras despertam no mais profundo de vós, uma existência, uma entidade espiritual que, um dia, tal como a flor de lótus, sairá para se expandir acima da água.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

O YOGA DA ALIMENTAÇÃO


6º. Capítulo  -  A  MORAL  DA  ALIMENTAÇÃO   (Continuação)


Sim, era um verdadeiro fenómeno!
E não é tudo.
Apesar de não ter nenhuma instrução, ele começou a escrever poemas.
Acreditava que a poesia consistia em encontrar rimas e então escrevia coisas que não tinham pés nem cabeça, mas que rimavam!
Evidentemente, quando ele lia esses "poemas", não podíamos deixar de rir, tão cómico era.
Ele via bem que estavam a gozá-lo mas, imperturbavelmente, com o seu sorriso - jamais ele se sentiu ofendido com as troças ou as críticas -, continuava a ler-nos os seus poemas junto do fogo, à noite, em Rila.
Mas, um dia, Tséko começou a escrever poesia a sério e todos ficaram espantados.
Já ninguém gozava, já ninguém troçava.
Em seguida, ele quis compor música, escrever cânticos.
Aí, uma vez mais, todos começaram a rir e a troçar: Tséko compositor!
Mas cedo pudémos aperceber-nos de que os irmãos e as irmãs que passeavam pelas montanhas, perto do lago de Rila, trauteavam as árias de Tséko e cantavam os seus cânticos.
Ele era electricista, e um dia, soubemos com grande mágoa, que ao fazer um trabalho num poste eléctrico, ele apanhara um choque e caíra.
Foi assim que Tséko morreu.
Todos lamentaram e, cinquenta anos depois, ainda penso muitas vezes nele.
Na verdade, nunca vi um estômago semelhante ao seu.
Mas vós não sois Tséko e deveis saber que o excesso de comida é nocivo para a saúde.
Além disso, comendo mais do que aquilo que é necessário, vós consumis o que era destinado aos outros e, se muita gente fizer o mesmo, uns comem demasiado e outros não têm o suficiente; daí surge um desequilíbrio no mundo.
Os mal-entendidos, as revoluções, as guerras, têm por origem a inveja, a avidez, a falta de moderação daqueles que acumulam riquezas (comidas, terrenos, objectos) de que os outros ficam privados.
Mas a consciência colectiva não está ainda desperta nas pessoas de modo a elas poderem compreender e prever as consequências remotas, as perturbações que estas tendências podem provocar.
Esta necessidade de consumir, de absorver mais do que o necessário, impele os seres a dominarem os outros e até a suprimi-los à mínima resistência ou oposição.
Mesmo que seja minúscula, esta necessidade é o ponto de partida para grandes catástrofes.
É necessário pois, dominar esse instinto, conhecer a sua amplitude e as suas regras.
Se ele não for vigiado, pode assumir proporções tão gigantescas em todos os domínios da existência, que se tornará uma fonte das maiores desgraças.
Eis a razão por que o discípulo deve aprender a ser moderado na alimentação, a não ultrapassar os seus próprios limites.
Ele deve saber parar antes de estar cheio.
Aqueles que não sabem parar, alimentam desejos existentes neles, que não são naturais, tornam-se como as pessoas ricas que têm uma necessidade doentia de monopolizar tudo.
Já são ricas, mas as suas ambições e a sua cobiça são tão gigantescas que elas querem engolir o mundo inteiro.
Jesus dizia: «É mais fácil a um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que a um rico entrar no Reino de Deus.»
Durante dois mil anos, esta imagem nunca foi explicada, e para certas pessoas, que não conheciam o argumento em que Jesus se apoiava, era uma imagem bizarra.
Na realidade, Jesus não estava a referir-se ao corpo físico, mas ao corpo astral.
No rico, o corpo de desejos, o corpo astral, está tão inchado, tão dilatado, por causa das suas cobiças excessivas, que se torna como um tumor imenso que o impede de passar através da porta, porém bastante ampla, do Reino de Deus.
Ao passo que o corpo astral do camelo é muito pequeno, pois ele é sóbrio e contenta-se com pouco.
Por isso ele é capaz de atravessar os desertos; onde todos sucumbem, o camelo continua.
Portanto, como estais a ver, aqueles que nunca se preocuparam com esta questão e comem desregradamente, estão a gerar nos seus corpos astrais, tumores que os impedirão de passar as portas da Iniciação.
Ao mesmo tempo, endividam-se, pois consomem aquilo que pertence a outros, e esta atitude é contrária às leis do mundo espiritual, que exigem uma organização, uma distribuição equitativa e harmoniosa das coisas.
Se os seres do Alto veem que tendes uma mentalidade egoísta e grosseira, não vos aceitam no seu meio.
Eles dizem-vos: «Ficai aí em baixo, na selva, onde os animais se comem entre si; é aí o vosso lugar»,
e não ganhareis nada queixando-vos de que estão a torturar-vos, a picar-vos, pois, enquanto não raciocinardes de acordo com a filosofia da Grande Fraternidade Branca Universal, sofrereis e as portas do Céu manter-se-ão fechadas para vós.
É preciso compreender que a questão da alimentação não se limita aos alimentos físicos.
No domínio dos sentimentos e dos pensamentos verificam-se as mesmas leis.
Os amantes que comem desmesuradamente, até à saciedade, também acabam por ter tumores nos seus corpos astrais, e a porta do Céu é-lhes vedada.
A prova de que o Céu se fechou para eles é que ficam completamente enfastiados, enjoados, todas as suas inspirações desaparecem e eles separam-se, matam-se uns aos outros.
Abandonai pois, a ideia de que é preciso comer muito para estar de boa saúde.
Impelidas pelo amor que têm pelos filhos, certas mães julgam que agem bem enchendo-os de comida.
Essas mães são estúpidas!
Em vez de empanturrar uma criança, deve-se ensinar-lhe como comer e a fazê-lo com moderação, levando-a a compreender que, ao comer e beber mais do que aquilo que lhe faz falta, está a privar os outros, de uma maneira ou de outra: se não for no plano físico, será nos planos astral ou mental...
Ora, é preciso pensar nos outros.
Quantos de vós pensam em partilhar as suas riquezas quando vivem na abundância?
Refiro-me aqui, sobre tudo aos sentimentos e aos pensamentos.
Há dias em que vos sentis maravilhados, ricos, felizes...
Será que nesses momentos vós pensais em distribuir um pouco da vossa felicidade a todos aqueles que sofrem e vivem na desolação?
Não, guardais tudo para vós.
Deveis saber dar um pouco dessa felicidade que transborda e dizer: «Queridos irmãos e irmãs do mundo inteiro, aquilo que eu possuo é tão magnífico que quero partilhá-lo convosco.
Tomai um pouco desta felicidade, tomai um pouco desta luz!»
Se tiverdes a consciência suficientemente desenvolvida para fazer isto, estais inscritos nos registos do Céu como seres inteligentes e plenos de amor.
E, além disso, aquilo que assim distribuístes, entrará para a vossa conta nos bancos celestes e podereis recorrer a ela mais tarde, quando vos fizer falta.
E a vossa alegria permanece em vós, intacta, ninguém vo-la pode roubar, porque a colocastes em lugar seguro.
Aliás, se soubésseis observar-vos, notaríeis que, sempre que guardais uma alegria sem querer partilhá-la com outros, há seres malfazejos do mundo invisível que, estando a vigiar-vos, vos enviam, através de uma pessoa do ambiente que vos cerca, algo que vos faz perder essa alegria.
E isto, porque não pensastes em partilhá-la, em oferecê-la ao Senhor ou à Mãe Divina, dizendo: «Eu sou tão parvo, não sei a quem a distribuir!
Esta alegria pertence-Te, Senhor, ela pertence-Te, Mãe Divina; eu vo-la dou para que a distribuais.»
E o Senhor e a Mãe Divina distribuem a vossa alegria, mas uma parte é depositada nos reservatórios do Céu.
Aceitai esta verdade e tirai partido dela para o vosso bem e para o bem do mundo inteiro.
Doravante, procurai sempre, ser moderados quando comeis, porque essa é uma questão que vai muito mais longe do que o simples domínio da alimentação.
Aliás, se aprenderdes a comer com mais consciência e amor, mesmo diminuindo o alimento para metade ou para um quarto absorvereis dele energias extraordinárias pois, na realidade, a energia que uma simples garfada pode libertar é suficiente para fazer um comboio dar uma volta inteira à terra.
Sim, uma simples garfada!


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 26.08.2016






 Existem na terra lugares e territórios onde só podeis penetrar apresentando um salvo-conduto, um passaporte, um visto.
Ficai a saber que isso é ainda mais verdadeiro no mundo divino.
Não basta decidirdes apresentar-vos às portas do Céu para elas se abrirem.
Estão lá entidades que vos dizem: «Espere aí!
Primeiro, temos de ver quem você é e se podemos deixá-lo entrar.»

Em que é que essas entidades se baseiam para se pronunciar?
Nas vossas virtudes.
Sempre que agistes em conformidade com as virtudes divinas, estas marcam-vos com o seu selo, cada uma deixa em vós traços, registos, e isso é que constitui o vosso salvo-conduto.
Quando, munidos com esse salvo-conduto, vos apresentais nas fronteiras do mundo divino, é accionado uma espécie de mecanismo e vós entrais.
Talvez não sejais admitidos imediatamente no Santo dos Santos, mas entrais.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV






quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O YOGA DA ALIMENTAÇÃO



6º. Capítulo  -  A  MORAL  DA  ALIMENTAÇÃO


Certas pessoas imaginam que é preciso comer muito para estar de boa saúde e ter forças.
De modo nenhum, até é o contrário: comendo muito, fatiga-se o organismo, entravam-se e bloqueiam-se os processos digestivos, e isso traz sobrecargas inúteis que depois é quase impossível eliminar.
É assim que aparecem toda a espécie de doenças: por causa desta opinião errada de que é preciso comer muito para ter saúde.
Na realidade, é a fome que prolonga a vida.
Se, nas vossas refeições, comerdes sempre até estar saciados, cheios, ficareis pesados, sonolentos, e já não vos sentireis impelidos a trabalhar para chegar à perfeição.
Ao passo que, se sairdes da mesa com um ligeiro apetite, tendo recusado as últimas garfadazitas de que ainda tínheis vontade, o corpo etérico recebe um impulso para ir procurar nas regiões superiores os elementos que preencherão o vazio assim deixado.
E alguns minutos mais tarde não só não tendes fome, como vos sentis mais leves, mais vivos, mais capazes de trabalhar, porque estes elementos que o corpo etérico foi procurar no espaço, são, justamente, de uma qualidade superior.
Se comerdes até ficar saciados e mesmo para além daquilo que necessitais, só pelo prazer de comer, como fazem tantas pessoas, na realidade nunca vos sentireis satisfeitos e provocareis em desequilíbrio em vós.
Quando comeis demasiado, produz-se um excedente, e o vosso corpo etérico, que fica sobrecarregado, já não consegue assumir as suas funções; então. certas entidades inferiores do plano astral, vendo essa abundância de alimento, precipitam-se para tomar parte no festim que vós, inconscientemente, estais a oferecer.
Por isso, algum tempo depois, sentis de novo um vazio e experimentais o desejo de recomeçar a comer para o preencher.
E os indesejáveis regressam também.
E deste modo tornais-vos um engodo magnífico para atrair e alimentar os ladrões e os esfomeados do plano astral, que se regalam à vossa custa.
E claro que, quando eu falo em sair da mesa com fome, refiro-me a uma privação muito ligeira.
Se vos privardes continuamente dos materiais necessários ao organismo, o corpo etérico não pode reparar essas carências.
Mas, se a um quilo suprimirdes vinte gramas, sentir-vos-eis mais leves, mais bem dispostos, devido ao elemento etérico que vem acrescentar-se aos alimentos que já ingeristes.
Quantas vezes eu fiz a experiência de comer um pouquinho menos do que aquilo de que tinha vontade!
Dir-me-eis: «Mas nós somos tentados, temos vontade de continuar!»
Sim, eu sei muito bem que se é tentado!
Mas para que quereis vós a vontade e a razão?
Eis uma ocasião para as exercitar!
Mesmo nos maiores festins, nas festas, nas recepções, é preciso saber recusar.
Eu recuso muitas vezes.
Por toda a parte onde sou convidado, apresentam-me toda a espécie de pratos, no entanto eu previno antecipadamente: «Não façais nada de extraordinário, dai-me um pouco de salada, alguns legumes, alguns frutos.»
É claro que as pessoas não ligam e, apesar daquilo que eu digo, preparam uma refeição fantástica e, quando veem  que eu me sirvo apenas de uma pequena quantidade, ficam desiludidas.
Paciência, deveriam ter acreditado em mim!
Há muito tempo que eu compreendi o que se perde quando não resistimos a comer mais do que daquilo para que temos fome; isso é pago com a perda de um elemento subtil muito mais precioso do que o sabor dos melhores pratos.
Também vós deveis saber recusar aquilo que vos oferecem.
Se não recusardes, sereis incapazes de fazer um trabalho importante.
Ficareis repletos, adormecidos algures, quando há um trabalho espiritual que espera por vós.
Não deveis adormecer, pois esse trabalho tem de ser feito!
Evidentemente, cada um tem de saber por si mesmo a quantidade de alimento que lhe convém.
Nem todos têm o mesmo estômago, eu sei, e ao longo da minha vida tenho encontrado autênticos fenómenos.
Como Tséko, por exemplo, um irmão da Fraternidade da Bulgária: o seu apetite causava admiração, pois ele parecia nunca estar satisfeito.
Era um moço gentil, amigo de servir, sempre sorridente, sempre amável.
Como era extremamente forte, carregava com as bagagens de toda a gente.
Quando a Fraternidade ia acampar no alto do Mussala, ele subia carregado como um burro: as irmãs, sobretudo as mais idosas, entregavam-lhe as suas bagagens e ele aceitava tudo sem ripostar, sem resmungar.
Quando nos voltávamos para trás, enquanto caminhávamos, víamos uma montanha a avançar.
Muitas vezes, até era ele que transportava às costas o samovar de que os irmãos e as irmãs se serviam para fazer o chá, e lavava-o com brasas e tudo; a água começava a ferver e nós ouvíamos apitos, víamos fumo, e Tséko avançava tranquilamente, parecia uma locomotiva.
Evidentemente, com um feitio tão bom, todos o achavam simpático e queriam convidá-lo.
Mas, por toda a parte onde ia, ele comia tudo o que existia em cima da mesa.
Se alguém queria guardar alguma coisa, não deveria, acima de tudo, deixá-la ao alcance dos seus olhos, pois desaparecia tudo naquele estômago único no mundo.
Quando acampávamos em Rila, por vezes sobrava das refeições uma certa quantidade de comida que era posta de lado para ser deitada fora, porque já estava fermentada.
Mas, quando as irmãs que se ocupavam da cozinha iam procurar essa comida, para a pôr no lixo, ela tinha desaparecido: o Tséko comera-a.
Mas, o que quer que comesse, ele nunca ficava doente.
O Mestre Peter Deunov, dando-se conta do fenómeno que era aquele irmão, enviava para junto dele todos os que não tinham apetite: eles recuperavam o apetite só de ver Tséko comer.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 25.08.2016


 A beleza exerce um fascínio tão intenso sobre os humanos, que eles são tentados a aproximar-se dela para lhe tocar, para a agarrar, para a possuir.
Mas a beleza não pode ser possuída, pois não pertence, por essência, ao mundo físico; por isso, assim que se tenta tocar~lhe, ela escapa-se.
A beleza é um mundo feito exclusivamente para os olhos; ela não está destinada nem à boca nem às mãos.
Ela gosta de ser olhada, mas não suporta que lhe toquem.
Por isso, é preciso estar muito atento quando se encontra um ser verdadeiramente belo.
Aqueles que não têm uma atitude correcta podem afastar as entidades celestes que nele habitam e que lhe dão essa beleza.
Talvez eles possuam o corpo desse ser, mas, se as entidades se afastarem desse corpo, também eles perderão qualquer coisa: ficarão privados do elemento impalpável que embelezava a sua própria vida.
A nossa alegria e a nossa inspiração dependem, pois, do respeito que manifestamos para com a beleza.
Aprendendo, todos os dias, a contemplá-la, nós saboreamos a verdadeira vida.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 24.08.2016

Ter fé é fazer, em cada dia, experiências que nos permitem sentir a realidade do mundo divino, pois a fé também se alimenta.
Ela alimenta-se à medida que nós tomamos consciência das riquezas que Deus depositou em tudo o que nos rodeia - a terra, a água, o ar, a luz do sol - e fazendo esforços para trabalhar com elas.
De que é que serve recitar e cantar que se acredita em «Deus, criador do céu e da terra», se nada se faz para que este céu e esta terra nos ajudem a reforçar a nossa fé n'Ele?
As pessoas são inconscientes, negligentes, superficiais, cortam a ligação com a Fonte da Vida, e depois dizem: «Nada tem sentido, Deus não existe.»

Na realidade, bastaria fazerdes um esforço para respirar e comer conscientemente, para caminhar e fazer certos gestos conscientemente, e desde logo perceberíeis que as coisas têm um sentido e sentiríeis o poder divino.
Nada tem o valor das experiências que se vive, são elas que tornam firme a vossa fé...
Quando tiverdes feito certas experiências, sentireis obrigatoriamente, em vós e à vossa volta, a presença do Ser sublime que criou o Universo.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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terça-feira, 23 de agosto de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 23.08.2016

Várias vezes, ao longo da sua existência, os humanos têm de passar por provações que os obrigam a colocar a si próprios as únicas questões verdadeiramente importantes: aquelas que dizem respeito ao sentido da sua vida.
E, se lhes dizem que encontrarão as respostas na religião, a maior parte deles continua a sentir-se perdida, no vazio, porque respostas feitas não são nenhuma ajuda.
Mas, por vezes, acontece que, submergidos pelo sofrimento, certos seres mergulham tão profundamente neles mesmos que é aí que, finalmente, encontram as respostas.
Não é a religião que os ajuda, não é a fé que os ajuda, mas eles encontram a fé por causa da experiência que estão a viver.

A verdade é que Deus pôs no homem todas as respostas para as questões que ele coloca a si próprio, todos os recursos de que ele necessita para fazer face às provações da vida.
Depois de ter procurado, cavado, ele pode acabar por encontrá-las, e até é mais garantido encontrá-las assim, do que em certas explicações da religião.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

O DEVER DE SER FELIZ - Fascículo Nº. 3

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



3º. Capítulo  -  EXPLORAI  AS  VOSSAS  RIQUEZAS  ESPIRITUAIS


Toda a gente deseja a paz, a liberdade, a felicidade.
É igualmente verdade que muitas pessoas as desejam para os outros.
Mas, como muito poucas sabem onde encontrá-las e como realizá-las, o que se passa é que, apesar de todos esses desejos magníficos, a maior parte delas são infelizes e tornam os outros também infelizes.
Só existe uma forma de encontrar a felicidade, é dando prioridade à vida interior relativamente às aquisições exteriores.
Evidentemente, muitos dirão que já sabem isso: «o dinheiro não traz a felicidade.»
Eles sabem que nem as posses materiais nem a glória trazem a felicidade, mas comportam-se como se não o soubessem.
Vemo-los continuamente preocupados em instalar-se bem, na matéria.
Por isso, mesmo que tenham sucesso, eles não só não serão felizes como farão os outros infelizes.
Faz-se tanto alvoroço em torno do sucesso material!
Enquanto se atribuir tanta consideração aos que são bem sucedidos financeiramente, socialmente, mostrando-os por todo o lado nos jornais, na rádio, na televisão, estar-se-á a alimentar nos outros, menos favorecidos, o sentimento de que são inferiores, de que não são interessantes, o que gera, necessariamente, ciúmes, invejas, ódios.
Eu não digo que se deve deixar totalmente de lado o sucesso social, digo é que, se se mostrasse aos humanos que é mais importante explorarem as suas riquezas interiores, a sociedade estaria melhor.
Em primeiro lugar, porque haveria mais generosidade.
Como quereis que pessoas que concentram todos os seus esforços no sucesso material, possam ser realmente generosas?
Elas sentem que aquilo que têm não lhes pertence verdadeiramente, que estão à mercê dos acontecimentos ou da maldade de pessoas mais activas e mais hábeis do que elas; então, é normal que hesitem em partilhar com os outros o que têm tanto medo de perder.
E não só não o partilham, como farão tudo para o preservar, mesmo que para isso tenham de ser egoístas, impiedosas, cruéis.
Ao passo que aqueles que trabalharam para adquirir riquezas espirituais estarão sempre prontos a fazer com que os outros beneficiem delas: eles sentem que não só não perderão nada, como enriquecerão ainda mais, procurando ajudar os outros.
Os humanos precisam de modelos para imitar.
Quando eles vêem alguém que se distingue pelas suas capacidades, pelo seu sucesso, têm vontade de ser como essa pessoa.
Então, atenção!
Se a vossa superioridade consiste em ter mais dinheiro, mais poder, mais glória, não sois um grande modelo, porque encaminhareis as pessoas para uma via em que se é sempre levado a dominar os outros, a humilhá-los, a despojá-los.
Ao passo que, se a vossa superioridade advém das vossas qualidades espirituais, da bondade, do autodomínio, da nobreza, da generosidade, da pureza, da abnegação... não só sentireis que essas qualidades vos pertencem verdadeiramente e vos permitem fazer face a todas as situações difíceis, mas também ajudareis os outros a entrar no bom caminho e a encontrar a felicidade.
Todos precisam de modelos.
Não de modelos de sucesso material, mas de modelos que os ajudem a tomar consciência das suas verdadeiras riquezas, as riquezas do coração, da alma e do espírito.

domingo, 21 de agosto de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 22.08.2016


Não vos preocupeis em saber se o ser que amais é também o ser que vos ama.
Porquê?
Porque o amor circula, vai de um para outro: nós recebemo-lo, devemos dá-lo.
O que vós dais a um ser que amais, ele dá-o por sua vez, e assim forma-se uma cadeia, uma corrente, que parte de vós e volta a vós, por intermédio de milhares de homens e mulheres.
Aqueles que se limitam a enviar amor entre si não fazem circular a corrente; pelo contrário, cortam-na.
E vou dar-vos uma outra imagem.
Pensai nos humanos como alpinistas que fazem parte de uma única fileira.
É preciso que cada um avance e que a corda permaneça esticada.
Se disserdes àquele que caminha diante de vós: «Eu amo-te, vira-te para mim, olha para mim!», entravais o caminho de toda a coluna.
Virar-se para alguém é afrouxar a corda, é impedir aqueles que estão adiante e os que estão atrás de continuarem a subir.
Cada um deve avançar no sentido em que se desloca toda a fileira.
Não temos de deter-nos para nos olharmos e falarmos; devemos subir para o cume, sem paragens, sem desfalecimentos.
A vida quotidiana apresenta inúmeras ocasiões para interpretarmos esta imagem!


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 21.08.2016

Todos os dias se apresentam a nós tentações.
Ser tentado é receber uma influência.
Ora, o que é uma influência?
Uma corrente que procura penetrar em nós; portanto, é uma espécie de alimento.
Existem boas influências, mas também há más influências.
E nem sempre é possível opormo-nos à irrupção, em nós, de correntes negativas.
Mas, depois de elas se terem introduzido, devemos esforçar-nos por transformá-las.
Se sucumbirmos, se nos deixarmos arrastar por um gesto de fraqueza, o nosso tribunal interior anota que não soubemos assimilar essas substâncias e elas vão reaparecer, de uma maneira ou de outra, sob a forma de perturbações psíquicas ou mesmo físicas.

Em relação aos alimentos envenenados que não deixamos entrar em nós, não corremos o risco de eles quererem sair; por isso, é preciso estar vigilante para que eles não penetrem.
Mas, como isso nem sempre é possível, se acontece abrirmos-lhes a porta, devemos esforçar-nos para os transformar e os tornar digeríveis, assimiláveis.

sábado, 20 de agosto de 2016

O MASCULINO E O FEMININO, PRINCÍPIOS DA CRIAÇÃO







10º. Capítulo  -  A  GESTAÇÃO   (Continuação)


A maior parte das mulheres não supõem sequer a influência que a sua maneira de viver tem sobre o filho que trazem no ventre.
Imaginam que ele vive uma existência absolutamente independente da delas, que são livres de ter a vida que lhes agradar, de ter quaisquer pensamentos ou emoções, sem que isso afecte o bebé.
Pois bem, estão muito enganadas.
A vida psíquica da mãe influencia imenso a criança, mesmo no plano físico.
No seu romance "As afinidades electivas", Goethe conta a história de uma mulher que, enquanto esperava um filho do seu marido, pensava constantemente num outro homem que amava.
A menina que nasceu tinha uns olhos iguais aos desse homem.
É enorme o poder do pensamento e do sentimento numa mulher grávida.
Então, por que é que as mulheres não se decidem a fazer um trabalho benéfico sobre a criança que trazem dentro de si?
A criança passa nove meses no ventre da mãe e estes nove meses são o tempo necessário para a formação do seu corpo.
Os estados interiores da mãe influenciam a matéria dos órgãos que estão a ser construídos.
Se, durante um certo tempo, ela estiver deprimida, maldisposta, os órgãos que estão a formar-se serão defeituosos, e o inverso também é verdade, evidentemente.
Se as mães tivessem o hábito de fazer um diário da sua gravidez, constatariam que, de uma maneira ou de outra, a criança vai repetir, durante a sua vida, todos os estados atravessados por ela durante os nove meses de gestação.
Mas, na realidade, esta repetição faz-se em sentido inverso, isto é, o que a mãe sentiu no nono mês, manifestar-se-á no primeiro período da vida da criança; o que ela sentiu no oitavo mês manifestar-se-á no segundo período...
Tendo a vida humana, por hipótese, a duração de noventa anos, um mês da gravidez da mãe corresponderá a dez anos da vida da criança.
Aliás, eu aconselho as mães que tiveram um ou vários filhos a tentarem lembrar-se dos acontecimentos e dos estados que viveram enquanto traziam os filhos no seu ventre; desse modo, compreenderão melhor certos traços do carácter dos seus filhos ou mesmo alguns dos seus problemas de saúde.

Uma mulher que está à espera de um filho, deve pensar: «Agora, durante nove meses, tenho todas as possibilidades de fazer do meu filho um ser saudável, belo, inteligente, nobre, cheio de amor... que será uma benção para o mundo inteiro.
Devo procurar transmitir-lhe, pelos meus pensamentos, pelos meus sentimentos, pelos meus desejos e pelos meus actos, os elementos mais puros, de modo a contribuir para a sua formação.»
E que ela faça esse trabalho, porque, quando o filho tiver nascido, acabou-se, este escapa-lhe, ela já não pode fazer nada.
A natureza da criança está já determinada à nascença; e, se esta natureza for defeituosa, todos os educadores, professores, médicos e psiquiatras não conseguirão nada ou conseguirão muito pouco.
A verdadeira educação de um filho começa antes do seu nascimento, e começa precisamente pela educação dos pais, que devem, muito tempo antes, preparar-se interiormente, por intermédio de uma melhor compreensão do amor, para atrair para a sua família um espírito excepcional.
Eles esforçam-se por conceber esse filho na maior luz e na maior pureza e, quando ele tiver sido concebido, a mãe, consciente dos poderes que a Natureza lhe deu, trabalha para dar a esse espírito um corpo físico e corpos psíquicos feitos dos melhores materiais.
Se milhares, milhões de pais, decidissem fazer este trabalho, em três ou quatro gerações, a humanidade transformar-se-ia realmente.

O MASCULINO E O FEMININO, PRINCÍPIOS DA CRIAÇÃO






10º. Capítulo  -  A  GESTAÇÃO


O fenómeno da galvanoplastia - já o demonstrei - encontra-se em todos os domínios da existência, mas é particularmente interessante estudá-lo no caso da mulher grávida.
Este esquema mostra-nos como o cérebro está ligado à pilha, a Fonte de energia cósmica, a vida, Deus, cuja corrente ele recebe, e esta corrente circula depois do cérebro para o embrião.
A solução é o sangue da mãe, no qual estão mergulhados o anôdo (o cérebro) e o cátodo (o útero), porque o sangue banha igualmente todos os órgãos do corpo.
Portanto, o ânodo, a cabeça, fornece o metal (os pensamentos) que será transportado pelo sangue até ao feto.
É preciso compreender a grande importância deste facto, porque a criança será alimentada e formada pelos elementos que assim receber da mãe.
No momento da concepção, o pai dá o germe; este germe pode ser o de um homem vulgar e até criminoso, ou então, o de um ser muito evoluído, e é a mãe que, pela sua actividade psíquica, pode favorecer ou, pelo contrário, entravar as manifestações das tendências contidas no germe.
Vou exemplificar: suponhamos que o pai tem grandes qualidades intelectuais e espirituais; ele pode transmiti-las aos seus filhos; mas, se a mãe for muito pouco evoluída ou se, durante o período da gestação, ela levar uma vida desordenada, alimentando estados inferiores de consciência, estará a opor-se à manifestação de todas essas boas qualidades.
E o inverso também é verdadeiro: uma mulher pode receber do homem um germe defeituoso, mas, se for evoluída, se souber trabalhar com os seus pensamentos e os seus sentimentos, todas as partículas puras e luminosas que ela emana durante a gestação vão opor-se à manifestação das tendências negativas.
É preciso compreender bem quais são as funções do homem e da mulher: ao dar o germe, o pai, de certa forma, esboça o esquema, o projecto, daquilo que a criança será; e a mulher, pela qualidade dos materiais que dá, tem o poder de realizar esse projecto ou, pelo contrário, de se opor à sua realização.
É por isso que o poder da mulher é imenso durante todo o tempo em que traz a criança dentro de si.
Eu sei que, desde há algum tempo, se têm feito estudos sobre a vida do feto e a sua receptividade às influências exteriores, tanto aos estados emocionais sentidos pela mãe, como aos acontecimentos que se dão à volta dela.
Mas há um aspecto da questão que escapou aos investigadores: é a importância da matéria fornecida pela mãe para a formação da criança; porque esta, durante nove meses, vai formar-se com a ajuda dos elementos que a mãe lhe dá.
É certo que aquilo que a mãe ouve ou vê à sua volta, durante a gestação, vai reflectir-se na criança, mas isso não passa de marcas superficiais.
A constituição e o temperamento da criança dependem da qualidade da matéria que a mãe lhe der; e a qualidade dessa matéria depende da maneira como a mãe viver.
Se a matéria for ouro, simbolicamente falando, a criança será saudável e sólida, quer física, quer piíquicamente; mas, se a matéria for chumbo, a criança será doentia e vulnerável.
Pode dizer-se, pois, que o papel da mulher grávida é duplo: por um lado, ela trabalha sobre o germe que recebe do homem, favorecendo o desenvolvimento dos caracteres que ele contém ou, pelo contrário, opondo-se a esse desenvolvimento; por outro lado, é dela que depende a matéria com que a criança será formada.







Continua



PENSAMENTO QUOTIDIANO - 20.08.2016

Será que aquele que diz «Eu...» sabe sempre, verdadeiramente, de quem fala?
Quando ele diz «Eu estou... (doente ou com saúde, infeliz ou feliz), eu quero... (dinheiro, um carro, uma mulher), eu tenho... (tal desejo, tal gosto, tal opinião)», acredita que se trata realmente dele, e é precisamente nisso que se engana.

Como os humanos nunca se analisaram profundamente, para conhecerem a sua verdadeira natureza, identificam-se sempre com esse "eu" representado pelo seu corpo físico, pelos seus instintos, pelos seus desejos, pelos seus sentimentos e pelos seus pensamentos.
Mas, se eles procurarem conhecer-se pelo estudo e pela meditação, conseguirão descobrir, para além de todas as aparências, que o seu verdadeiro eu se confunde com o próprio Deus, pois a realidade é que não existe uma multidão de seres separados, mas um Ser único que trabalho em todas as suas criaturas, que as anima e se manifesta através delas, mesmo sem elas se aperceberem.
Quando os humanos conseguirem sentir esta realidade, aproximar-se-ão da Nascente divina que é a origem de todos.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 19.08.2016



Quando saís de uma cidade, ficais rodeados de natureza.
Então, por onde quer que fordes - às florestas, à beira dos rios, dos lagos, dos oceanos, à montanha -, procurai manifestar-vos como filhos de Deus que aspiram a uma vida mais bela, mais subtil, mais luminosa.
Não estejais desatentos, não sejais negligentes, mostrai-vos conscientes da presença dos seres que habitam nesses lugares.

A natureza é um santuário onde vivem criaturas etéricas, que merecem que nos aproximemos delas com respeito.
Começai, pois, por saudá-las, testemunhai-lhes a vossa amizade, o vosso amor, dizei-lhes o quanto apreciais o seu trabalho.
Essas criaturas que, de longe, se apercebem da vossa presença, ficam tão maravilhadas com a vossa atitude que se aprontam a derramar as suas bençãos sobre vós: a paz, a luz, a energia pura.
Então, vós sentis-vos banhados, envolvidos pela atmosfera que emana desses seres espirituais e, quando regressais a vossa casa, trazeis uma enorme riqueza, revelações, pensamentos e sentimentos mais ricos, mais vastos.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 18.08.2016



Em certas representações que se fez dele, Buda olha para a sua mão direita.
Mas ele está só a olhar para ela?
Na realidade, quando Buda se concentra na sua mão, entra em comunicação com a grande mão do Criador, isto é, com todo o Universo, com os sóis, as estrelas, as nebulosas.
E, nesta mão do Criador, a Via Láctea representa a linha de Saturno.

Buda concentra-se na sua mão, porque uma mão não é unicamente um órgão físico, que utilizamos como qualquer ferramenta ou instrumento: ela está impregnada de uma matéria fluídica, graças à qual comunica com os corpos subtis da Natureza.
Tal como Buda, aquele que se concentra na sua mão pode entrar em relação com o Universo.
Sente-se a ele próprio na mão do Criador, alimentado pelas energias que recebe do centro dessa mão.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV
 




quarta-feira, 17 de agosto de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 17.08.2016

Não fazer nada nunca foi a melhor maneira de descansar.
A melhor maneira de descansar é mudar de actividade.
E o trabalho espiritual é precisamente, por natureza, muito diferente de todas as actividades a que estais habituados.
Não é como ir todos os dias para um estaleiro, uma fábrica ou um escritório, para sustentardes, por vezes com dificuldade, a vossa vida e a da vossa família.
No trabalho espiritual, trata-se de desenvolver a parte divina de vós mesmos que, na existência quotidiana, não é tida em conta, é abafada por toda a espécie de obrigações e de preocupações.

Por isso, o melhor repouso é aprenderdes a introduzir em vós a ordem e a harmonia, é permitirdes à vossa natureza divina que se desenvolva na luz e no amor, a fim de se tornar, um dia, um factor benéfico para o mundo inteiro.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 16.08.2016



Qualquer actividade, por mais insignificante que pareça - um movimento, um sentimento, um pensamento, uma palavra -, produz, necessariamente, efeitos bons ou maus.
Por isso, podemos dizer que a magia é a primeira das ciências.
Basta um movimento, uma influência, uma marca, uma vibração, para que se entre no domínio da magia.
Sempre que um ser age sobre outro ou sobre um objecto, realiza um acto mágico.
Mas, as pessoas olham, falam, pensam, têm desejos e sentimentos, fazem gestos, sem se aperceberem de que todas as forças assim desencadeiam, são forças mágicas.
Frequentemente, na sua ignorância, elas põem em acção correntes negativas, que acabam por virar-se contra elas e, quando são apanhadas, abanadas, não compreendem o que lhes acontece.

Por isso, é importante que cada um aprenda a trabalhar sobre os seus pensamentos, os seus sentimentos, as suas palavras, os seus gestos, o seu olhar, para que todas as forças desencadeadas por cada uma das suas actividades físicas ou psíquicas só produza efeitos benéficos...
Benéficos para si próprio, mas também para todas as outras criaturas do mundo.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O DEVER DE SER FELIZ - Fascículo Nº. 3


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



2º. Capítulo  -  AS  PROVAÇÕES  DA  VIDA: UM DESAFIO  A  RELEVAR


O que é que obriga os alpinistas a empreender a subida de cumes cada vez mais altos e de acesso cada vez mais difícil?
O que é que obriga os desportistas a nadar, a correr, a pedalar cada vez mais depressa?
O que é que obriga os jogadores de xadrez a reflectirem horas a fio antes de avançarem um peão no tabuleiro?
Nada.
São eles que impõem a si próprios esses esforços, esses problemas, essas façanhas.
E que alegria eles sentem sempre que alcançam uma vitória!
Quantas actividades, jogos e competições de todo o tipo os humanos inventaram desta forma!
Isso mostra bem que eles sentem uma necessidade profunda de ir sempre mais longe, mais depressa, mais alto, de se superar, de se ultrapassar.
Mas por que é que eles não pensam que deveriam aplicar também na vida quotidiana essas qualidades de resistência, de destreza e de inteligência que têm de demonstrar quando se trata de jogos ou de competições?
Por que é que, no dia a dia, eles se queixam sempre de terem de fazer esforços?
Muitos jogos que se praticam actualmente foram imaginados há séculos pelos Iniciados.
Com o tempo, a maior parte deles transformaram-se, mas, sobretudo, agora já só se vê o seu aspecto exterior, o seu sentido profundo perdeu-se.
Para os Iniciados, estes jogos eram a transposição de problemas que todos temos de resolver em cada dia.
É uma lei absoluta: de uma forma ou de outra, encontramos os mesmos fenómenos nos diferentes planos, físico, psíquico e espiritual.
E, já que os jogos são uma imagem dos problemas que encontramos na vida, por que não se há-de encarar esses problemas, como jogos?
Em vez de vos sentirdes acabrunhados, irritados pela mínima dificuldade, dizei a vós próprios: «Aqui está mais uma oportunidade para eu me exercitar.
Vejamos como é que me saio.»
Estudai bem a natureza da prova que ides enfrentar e lançai desafios a vós próprios.
Por exemplo: «Não vou parar de andar até ter alcançado a meta...
Vou transportar pacientemente este fardo...
Vou ultrapassar este obstáculo...
Vou navegar neste mar revolto e não vou afundar...
Quero deixar a região da poeira e das nuvens, para alcançar o cume mais alto: aí respirarei ar puro e verei sempre o sol...»
Sim, são desafios como estes que, de vez em quando, podeis lançar a vós mesmos, tal como fazem os desportistas, e vereis que as dificuldades da vida vos parecerão mais fáceis de suportar.
Compreendei bem: a felicidade não é a possibilidade de viver sem dificuldades, sem obstáculos, sem sofrimento.
Isso são ilusões, fantasmagorias!
A felicidade é ser capaz de atravessar as provas sem capitular e sair delas mais rico e mais forte.
Sim, é na vitória sobre as dificuldades que ireis obter a vossa felicidade.
 

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 15.08.2016



 Vós estais todos os dias em contacto com água, e de diferentes maneiras.
Mas quantos de vós estão conscientes de que, pela sua natureza e pelas suas propriedades, a água é, no plano físico, uma expressão da Alma Universal?
Por intermédio da água, a Alma Universal envia as suas mensagens.
Se não as recebeis, é porque os vossos canais psíquicos ainda estão obstruídos.
Mas libertai esses canais, alimentando-os com pensamentos puros e sentimentos puros: elevar-vos-eis até à região da água celeste, que vos encherá com a sua pureza, com a sua transparência.

Aprendei, pois, a amar a água, a trabalhar com ela.
Enchei uma taça e focai-vos nela, concentrando-vos em imagens belas, harmoniosas, poéticas.
Pode acontecer que, então, vejais aparecer essas imagens, porque a água é o verdadeiro espelho mágico.
Mas o essencial é sentirdes essas imagens presentes em vós, pois é da sua substância etérica, luminosa, que a vossa alma se alimenta.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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domingo, 14 de agosto de 2016

A EDUCAÇÃO COMEÇA ANTES DO NASCIMENTO







3º. Capítulo  -  UM  PLANO  PARA  O  FUTURO  DA  HUMANIDADE  (Continuação)



Infelizmente, eu sei de antemão que o meu plano será rejeitado sem sequer ser aprofundado, porque a geração actual está de tal forma moldada por outras filosofias e arreigada a elas, que na sua cabeça não há lugar para estas ideias.
Evidentemente, não sou ingénuo ao ponto de não me aperceber dos inconvenientes que a ausência de uma mãe durante vários meses pode provocar num lar.
Porém, um pouco mais de amor, de inteligência e de boa vontade permitiria resolver facilmente esses problemas.
De momento, o essencial é que a ciência oficial se decida a aceitar estas ideias, das quais está ainda muito, muito longe!
Eis a prova: uma irmã da nossa Fraternidade foi recentemente dar à luz numa clínica; um dia, no decurso de uma conversa com o médico, ela disse-lhe que pertencia a um Ensinamento espiritual onde se revelava que a mãe podia fazer um grande trabalho, pelo pensamento, sobre o filho que vai nascer.
Sabeis como é que este médico reagiu?
Começou a rir às gargalhadas, dizendo: «Que ideia!
Isso não passa de imbecilidades!
O que quer a senhora que o pensamento da mãe possa fazer em relação à criança?»
Estais a ver em que ponto os médicos ainda estão?
E é desta gente que se espera que venha a luz...
É verdade que certos biólogos, que fizeram experiências com ratos, descobriram que os estados de medo e de angústia vividos pela mãe rata durante a gestação se reflectiam depois na sua prole.
Pois bem, como sempre, os ratos!
Estudam-se os ratos em vez de se estudar as mulheres, que dão à luz desde há milhões de anos.
São os ratos que vão ensinar aos homens o que é verdadeiro e o que é falso!
Fabricaram-se laboratórios para lá se estudar os ratos e dá-se uma importância fantástica a esses laboratórios, ao passo que os laboratórios da Natureza, que foram criados desde o começo e que têm mais clientela do que os laboratórios dos humanos, esses não contam!
Precisa-se do testemunho dos ratos!
Agora são os ratos que vão instruir a humanidade!
Então, e as mulheres?
Isto é um grande vexame para elas!
Como é possível elas não estarem indignadas?
Eu deixei os ratos em paz.
Observei algumas mulheres grávidas e, após alguns anos, observei os filhos; vi que as perturbações, as agitações, as preocupações deste ou daquele mês da gravidez, se reflectiam nesta ou naquela época da vida da criança.
Mas estava-se à espera da resposta dos ratos e, entretanto, povoou-se a terra com monstros.
E mesmo admitindo que os biólogos agora tenham compreendido - o que não é ponto assente - que aquilo que é verdadeiro para os ratos é ainda mais verdadeiro para as mulheres, de qualquer modo eles estão muito atrasados porque, para re-educarem a humanidade, com a lentidão dos seus métodos têm aí para muitos séculos.
De resto, não acrediteis que eles farão a mais pequena coisa para que as mulheres beneficiem das suas descobertas!
Continuarão a ocupar-se dos ratos e não indicarão às mulheres o que elas devem fazer durante o período da gestação.
É por isso que eu lanço um apelo às mulheres do mundo inteiro: «Despertai, caras irmãs, e tomai consciência dessa tarefa grandiosa que Deus vos confiou.
Sois depositárias de segredos incríveis graças aos quais podeis regenerar a humanidade.

Mas vós não sabeis isso e brincais com esses segredos...
Tomai agora consciência da vossa missão, e os homens, pelo seu lado, deverão encarregar-se de preparar as melhores condições possíveis para que possais pôr em prática esse trabalho grandioso e mágico.»
É claro que, ao escutar-me, muitas mulheres dirão: «Nós manifestámos, durante séculos, o amor e a bondade; porém, os homens não nos compreenderam, ridicularizaram-nos.»
Sim, eu sei, a maioria dos homens comportou-se como crianças egoístas.
Mas eles foram assim porque as mulheres não souberam desempenhar o seu papel de mães, não aplicaram as leis da galvanoplastia espiritual enquanto os traziam no ventre, e agora sofrem as consequências do seu mau trabalho.
A Natureza deu às mulheres poderes que elas não exploram ou exploram mal.
É preciso que elas tomem consciência desses poderes, que saibam que delas depende todo o futuro do género humano.
Se as mulheres quiserem compreender-me, serão uma força fantástica no mundo, nada poderá resistir-lhes.
Porém, devem ligar-se através de um ideal formidável.
De momento, elas estão desunidas, salvo quando se trata de ir seduzir os homens e de os atrair para as suas armadilhas; é por isso que não são ainda verdadeiramente poderosas.
Doravante, é preciso que todas as mulheres da terra se liguem com vontade de regenerar a humanidade.
Apesar da sua inteligência, das suas capacidades, os homens pouco podem neste domínio.
Foi a mulher, foi a mãe, que recebeu esta missão, pois a Natureza deu-lhe o poder de influenciar o filho que vai nascer.
É por isso que eu vos peço, irmãs da Fraternidade, que vos torneis conscientes desta missão grandiosa, e também que esclareçais por toda a parte, no mundo inteiro, as vossas irmãs que estejam na ignorância.
Este ideal, este desejo de ser úteis, encher-vos-á o coração, a alma e o espírito.
Sentir-vos-eis sempre inspiradas, sempre dilatadas, sempre ricas, porque este ideal de contribuir para a felicidade da humanidade, animar-vos-á, alimentar-vos-á.
Enquanto não tiverdes este ideal no vossa alma, nada poderá contentar-vos; quaisquer que sejam as vossas posses, estareis sempre no mesmo estado de vazio, de insatisfação.
Só esta preocupação de cumprir a missão que Deus vos deu e de fazer o que o Céu espera de vós, vos tornará radiosas, luminosas e felizes.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


A EDUCAÇÃO COMEÇA ANTES DO NASCIMENTO



3º. Capítulo  -  UM  PLANO  PARA  O  FUTURO  DA  HUMANIDADE


Para solucionar a situação nacional ou internacional, apresentam-se planos de todo o tipo: políticos, económicos, militares... e são planos de uma tal concepção e inteligência, que é espantoso!
É impossível não ficar maravilhado.
Só que esses planos nunca serviram para grande coisa, pois só dizem respeito ao domínio material: aperfeiçoamento das técnicas, melhoria da produção, construção de laboratórios, de universidades, aumento ou diminuição do armamento, etc. e, a humanidade continua com as mesmas desordens, as mesmas desgraças.
Então, ao ver tudo isso, também eu decidi apresentar um plano, um projecto.
Direis: «Mas que vaidade, que presunção!»
Talvez, mas se os planos forem úteis, se eles forem eficazes, toda a gente tem o direito de os fazer.
Vós também...
Mas vereis que o meu é muito simples.
Em vez de deixar o Estado continuar a gastar milhões e milhões em hospitais, prisões, tribunais, escolas, aconselhá-lo-ei a ocupar-se somente da mulher grávida: as despesas não serão tão grandes e os resultados serão infinitamente melhores.
Pedirei então, ao Estado para arranjar terrenos em regiões muito belas e muito bem expostas e aí mandar construir habitações num estilo e com cores que eu indicarei...
Haverá também parques com todas as espécies de árvores e de flores, lagos, jactos de água...
E é aí que as mulheres grávidas virão habitar durante todo o período da sua gravidez, alimentadas e alojadas a expensas do Estado.
Elas passarão, pois, todo esse tempo rodeadas de beleza e de poesia, lendo, passeando, ouvindo música.
Assistirão também a conferências em que lhes será ensinado que vida levar durante a gestação: o que devem comer mas, acima de tudo, o trabalho que podem fazer com os seus pensamentos sobre a criança que vai nascer.
É claro que os maridos poderão vir visitar as suas esposas e serão instruídos sobre a forma como devem agir para as ajudar no seu trabalho.
Vereis então que, nessas condições de paz, de calma e de beleza, elas trarão ao mundo crianças através das quais todo o Céu virá manifestar-se.
Ao passo que, presentemente, entre todos os espíritos que descem para se incarnar, apenas alguns vêm do Céu.
E todos os outros, de onde vêm eles?...
As portas estão fechadas para os espíritos do Céu, eles não podem entrar em corpos preparados na impureza, na maldade e na desordem.
Eis por que a humanidade não melhora.
É claro que acabará por melhorar, mas daqui a milénios, depois de passar por catástrofes e grandes sofrimentos.
Ora, eu estou a explicar-vos como ela pode melhorar muito rapidamente sem ter de passar por todos esses sofrimentos.
Todas as mudanças que se tentou introduzir até ao presente, dos pontos de vista técnico, económico, médico, etc., não melhoraram a raça humana, que continua a viver com as mesmas paixões e as mesmas maldades que anteriormente...
E talvez mais ainda do que antes!
Contudo, pode-se melhorar a humanidade, mas na condição de se começar pelo começo: a mãe, enquanto ela traz o filho dentro de si.
Se soubésseis em que condições as mulheres grávidas por vezes vivem!
Moram em casebres semluz nem espaço e são elas que têm de fazer e suportar tudo.
E, ainda por cima, o marido, que está bêbado ou furioso porque não encontrou emprego ou foi insultado pelos camaradas, entra em casa para descarregar na mulher e até bater-lhe.
Assim, em que estado de espírito traz ela o filho no ventre?
Em vez de se construir hospitais para estas mães, valeria mais dar-lhes a possibilidade de esperarem os seus filhos em condições ideais.
Em seguida, que elas regressem aos seus casebres, se for necessário: os filhos construír-lhes-ão palácios; sim, serão eles que, graças aos seus talentos e capacidades, um dia tirarão os pais da miséria.
Ninguém se preocupa com as condições em que as mulheres trazem os seus filhos ao mundo, e depois, evidentemente, perante a existência de uma tal multidão de desequilibrados, de doentes e de criminosos, constroem-se casas especializadas, hospitais, prisões, aumenta-se o número de educadores, de médicos, de polícias.
Mas isso não serve para nada.
E ainda que se continue a gastar biliões para «aperfeiçoar a psicologia e a pedagogia», nunca se conseguirá mudar essa quinta-essência que a mãe deu no começo.
Só o método que eu proponho é eficaz.
Nenhum educador, nenhum médico, pode mudar a natureza profunda de uma criança.
Pode-se dar-lhe um pouco de verniz, mas é tudo.
Todas as melhorias que em seguida se possa tentar trazer ao seu carácter não são mais do que uma espécie de adestramento.
É exactamente a mesma coisa que acontece com os povos primitivos; consegue-se educá-los um pouco e ensinar-lhes como comer, como se vestir, mas isso não dura...
Assim que regressam à sua tribo, eles voltam a ser exactamente como eram antes.
Se um homem for um criminoso ou se for um santo, ninguém conseguirá fazê-lo mudar.
Talvez se consiga influenciá-lo superficialmente e por muito pouco tempo; mas, a nível profundo ele continuará sempre a ser o que é.
Muitos dirão que este plano que eu proponho não é científico...
Mas ninguém tem o direito de criticar o meu plano antes de ele ter sido experimentado.
É claro que não se reparará tudo de uma vez, para isso serão precisas várias gerações.
Ainda que os pais façam um grande trabalho de purificação, não conseguirão desembaraçar-se da herança de fraquezas e de vícios que receberam dos seus próprios pais.
Contudo, se eles estiverem atentos, já na primeira geração, apesar dos elementos defeituosos que ainda conseguirão introduzir-se nos seus filhos, o lado bom prevalecerá.
A segunda geração será bem melhor, a terceira melhor ainda e, pouco a pouco, todos os elementos defeituosos que restavam do passado, desaparecerão.
É preciso, pois, que pessoas inteligentes e responsáveis se decidam a compreender a importância do trabalho que se processa na mãe durante a gestação, e como uma mulher instruída nas leis da galvanoplastia, rodeada de cuidados e de afecto e sustentada por condições materiais apropriadas, tem a possibilidade de formar não só o corpo físico do filho, mas também os seus corpos astral e mental (ou seja, os corpos dos sentimentos e dos pensamentos), com a ajuda dos melhores materiais.

Continua