segunda-feira, 24 de agosto de 2015

SABER EQUILIBRAR O MUNDO MATERIAL E O MUNDO ESPIRITUAL (Cont. III)

É claro que é preciso saber encontrar o equilíbrio.
Ontem, um irmão dizia-me: «Mestre, resolvi de uma vez por todas, organizar a minha vida de maneira a não ter que desperdiçar mais o meu tempo e as minhas energias pelo mundo.»
Eu felicitei-o, mas aconselhei-o, apesar de tudo, a não exagerar neste outro sentido, porque não devemos agir como se o mundo e a sociedade não existissem.
Senão viveremos como seres associais, como parasitas, e isso não é recomendável.
É preciso saber equilibrar a vida no mundo com a vida interior.
É um problema com o qual eu tive que me confrontar desde muito jovem e que vós também deveis resolver: como viver no mundo, como nos relacionarmos com ele, continuando a pôr em primeiro lugar o essencial - a vossa alma, o vosso espírito.

É pelo modo como consegue ajustar estes dois aspectos, material e espiritual, que cada um revela a sua inteligência, o seu amor, a sua vontade, e nada é mais difícil.
Para uns, a tentação é mergulhar na vida material, esquecendo-se da vida do espírito, e os outros só se ocupam da vida do espírito esquecendo a vida material.
Existe uma terceira solução, que cada um deve procurar para si mesmo, porque cada caso é particular.
É claro que, no fundo, todos os seres humanos possuem a mesma natureza, a mesma quinta-essência, as mesmas necessidades: eles saíram das mãos do Criador, das mesmas oficinas, se quiserdes, mas o seu grau de evolução não é o mesmo, a sua vocação nesta existência também não, e cada um deve resolver individualmente o seu problema sem querer imitar o vizinho.
Aqueles que se sentem impelidos a constituir família não podem resolver a questão do mesmo modo que aqueles que preferiram ficar solteiros.
Aqueles que têm necessidade de muitas actividades físicas não podem levar a mesma vida que aqueles que têm um temperamento meditativo, contemplativo.

Cada um tem a sua via, a sua missão e, mesmo que tomeis o vosso Mestre como modelo, devereis desenvolver-vos de acordo com a vossa própria natureza.
Trata-se apenas, de conseguirdes cantar a "partitura" que vos é dada, respeitando as notas, o compasso, o ritmo; vós sois obrigados a cantá-la com a vossa voz, que certamente é diferente da do vosso Mestre, mas isso não tem importância.
A única coisa importante é executardes na perfeição a partitura, quer dizer, viverdes em conformidade com a única filosofia verídica, a filosofia eterna dos Iniciados
 

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