sábado, 22 de agosto de 2015

SABER EQUILIBRAR O MUNDO MATERIAL E O MUNDO ESPIRITUAL


 É evidente que o homem está melhor preparado para a vida na matéria do que para a vida espiritual, porque os instrumentos que ele possui para viver e trabalhar no plano físico, os cinco sentidos, estão mais desenvolvidos do que os instrumentos que lhe permitem trabalhar no mundo do espírito.

Se decidirdes construir uma casa, bastar-vos-ão algumas semanas, ao passo que, se quiserdes criar algo no domínio espiritual, ninguém verá nada, nem vós, nem os outros.
Portanto, não existe nenhuma certeza, nenhuma clareza, e vós ficais indecisos, tristes, sois assaltados por dúvidas a tal ponto que tendes vontade de largar tudo e de vos dedicardes, como toda a gente, a actividades cujo resultado é visível para todos.
Fazei como quiserdes mas, um dia, mesmo no meio dos maiores sucessos, sentireis que, interiormente, vos falta algo.
E isso é normal, é porque não tocastes o essencial.
Ainda não semeastes o que quer que fosse no domínio da luz, da sabedoria, do amor, do poder, da eternidade.
Ficai sabendo que só as vossas realizações interiores é que vos pertencem verdadeiramente, porque só elas têm raízes em vós; e, quando partirdes para o outro lado, tereis na vossa alma, no vosso coração, no vosso espírito, pedras preciosas - qualidades, virtudes - que levareis convosco, e o vosso nome será inscrito no livro da vida eterna.

A principal vantagem do caminho para o interior, do caminho espiritual, é o valor dos elementos que vós acumulais: são feitos da matéria mais pura, mais luminosa, de uma matéria que vem de Deus.
Em segundo lugar, eles pertencem-vos verdadeiramente; portanto, vós sois ricos.
Por fim, a terceira vantagem é a de que, sendo ricos, vós tornais-vos livres e viveis na paz e na plenitude.

A riqueza de um espiritualista é algo de extremamente subtil, imperceptível até, mas se ele estiver consciente dessa riqueza, possuirá o céu e a terra, ao passo que os outros não terão mais do que um pequeno bocado de terra algures.
Eis, pois, duas vias: uma que, aparentemente nada vos traz, excepto algumas decepções, mas que mais tarde vos dará tudo, ao ponto de um dia poderdes dizer: «Eu nada tenho, mas o Universo pertence-me»; e a outra via, que vos dará tudo o que quiserdes mas que vos deixará sempre insatisfeitos, porque sentireis que, apesar de terdes algo, o essencial escapou-vos.

Continua

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