terça-feira, 11 de agosto de 2015

COMO RECONHECER UM VERDADEIRO MESTRE ESPIRITUAL (Cont. IV)

A desgraça dos humanos é a sua falta de discernimento: ao encontrarem um verdadeiro Mestre, desinteressado, desconfiarão, mas seguirão o primeiro indivíduo que apareça e lhes lance poeira para os olhos, apresentando-se como Mestre.
Na realidade, um verdadeiro Mestre nunca vos dirá que é um Mestre, nunca; deixar-vos-á senti-lo e compreendê-lo, não tem pressa de ser reconhecido.
Um falso Mestre, pelo contrário, a partir do momento em que decretou que é um Mestre, tem somente uma ideia: impôr-se aos outros.

Acabei de receber uma carta de um homem que acreditou ser capaz de se tornar um guia espiritual: escreveu-me para contar as suas dificuldades e as suas angústias.
Evidentemente, era de esperar.
Por que motivo se pôs ele a enganar as pessoas com a pretensão de as guiar, enquanto ele próprio não estava em condições de fazê-lo?
De quem recebeu ele ordem para assumir essa tarefa?
Mas os humanos são assim, julgam-se capazes de guiar os outros antes de terem adquirido as virtudes necessárias: a sabedoria, o amor, a pureza, a força, o desinteresse.
Não!
Enquanto não se tiver recebido ordem de um ser superior para assumir a esmagadora tarefa de guiar os humanos, é muito perigoso, para quem quer que seja, querer desempenhar este papel.

Eu gostaria muito de ajudar este homem, porque vejo que ele é muito infeliz e nem sabe porquê.
Imaginou que bastava ler alguns livros de ciências ocultas e pôs-se a evocar as forças poderosas do mundo invisível para as utilizar, sem ter aprendido previamente a entrar em harmonia com elas.
Pois bem, quando assim é, essas forças vingam-se e dizem: «Porque procuras servir-te de nós para satisfazer os teus caprichos?
Nós não queremos submeter-nos a ti.
És fraco e ignorante e mereces uma boa lição.»
Quantos pretensos ocultistas não têm sequer um verdadeiro conhecimento das leis do mundo espiritual!
Podeis crer: eles leram alguns livros e, sem se prepararem, querem fazer figura aos olhos de alguns discípulos, realizando prodígios perante eles.
Pois bem, não é assim que se deve fazer.

Para se assumir o papel de guia espiritual é necessário ter-se recebido um diploma, pois no mundo espiritual também se recebem diplomas.
Os diplomas que existem no plano físico têm a sua correspondência no plano espiritual, à imagem do qual o plano físico foi criado.
Os espíritos luminosos que nos enviaram à terra observam-nos, medem-nos e, se vêem que fizemos esforços, que conseguimos dominar-nos e corrigir alguns dos nossos defeitos, dão-nos o diploma.
E onde está esse diploma?
Não será um papel, que pode ser apagado ou destruído.
É como um selo que se imprime no nosso rosto e em todo o nosso corpo, para mostrar que obtivémos vitórias sobre nós próprios.
Talvez os humanos não vejam isso, mas todos os espíritos da Natureza, todos os espíritos luminosos, o vêem, mesmo de longe, e então obedecem-nos e ajudam-nos.

Sim, para se ter o direito de executar certas tarefas no plano espiritual é necessário obter também a aprovação de certos seres, e não penseis que é fácil.
Muitas pessoas acham que os estudos necessários para se obter o diploma de educador ou de professor são muito demorados e difíceis.
Mas isso não é nada, mesmo nada, comparado com as condições que têm de ser preenchidas por aqueles que querem ensinar aos discípulos as verdades da Ciência Iniciática.
Eu fico sempre espantado ao ver a ignorância e a ingenuidade das pessoas perante esta questão: todas ou quase todas, crêem que estão à altura de poder usar o título de Mestre e, quando se encontram perante um verdadeiro Mestre, imaginam que ele caiu assim do Céu, já perfeito, sem ter realizado o mínimo esforço.

Continua

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