sábado, 9 de agosto de 2014

PAZ E FELICIDADE (cont.)

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Mas talvez esta linguagem não possa ser compreendida por toda a gente.
O que é que quereis?
Um peralvilho diz a uma rapariga: «Ah, querida, vou fazer-te muito feliz!»
Ele nem sequer sabe o que é a felicidade, ele próprio não é feliz e diz que quer torná-la feliz!...
Outras vezes é a rapariga que diz ao rapaz: «Vou fazer-te feliz!»
Mas o que irão eles fazer?
Com as suas imperfeições, o seu nervosismo, a sua cólera, o seu ciúme, tornar-se-ão felizes um ao outro?!
Não há dúvida... e terão muitos filhos, como nos contos.
Ora, ora!
Eu não acredito muito nessa felicidade.
É certo que eles poderão desfrutar de alguns momentos agradáveis, mas serão como os prisioneiros a quem são permitidos, todos os dias, alguns minutos de descontracção para respirarem um pouco e depois, vá!, "regresso ao redil"...
Ou então será como uma dor de dentes: pára um momento e depois recomeça!

Para serdes felizes, deveis encontrar um ponto inabalável no qual possais fixar-vos, de modo a que nada possa, jamais, fazer-vos perder essa posição de equilíbrio; é aquilo a que se chama, na física, o equilíbrio estável.
Observai um pêndulo: fazêmo-lo oscilar para a direita ou para a esquerda, mas ele volta sempre à posição de equilíbrio, porque está ligado a um ponto fixo.
Pois bem, o homem deve encontrar em si próprio esse ponto e fixar-se nele.
Só então poderá dizer, como o Iniciado do antigo Egipto: «Eu sou estável, filho de estável, concebido e engendrado no território da estabilidade.»

Enquanto fordes indecisos, hesitantes, inconstantes, é inútil falardes de felicidade!
A felicidade pertence às regiões do infinito e da eternidade, que são as regiões da alma e do espírito.
Sim, o infinito e a eternidade são duas regiões ainda inexploradas onde a alma e o espírito têm necessidade de mergulhar para se alimentarem, para se vestirem, para se sentirem preenchidos e livres.
Começais a compreender agora que a felicidade exige de vós uma grande disciplina, graças à qual elevais a vossa compreensão e o vosso amor até às regiões da alma e do espírito, e é então que podeis beber nesse oceano sem limites da paz e da felicidade.
A paz tal como a felicidade, é o resultado de uma comunhão, de um intercâmbio perfeito com os princípios, as entidades e todas as existências do mundo da alma e do espírito
No Alto, a paz e a felicidade são uma só e não podem existir separadamente.
Não encontrareis ninguém que seja verdadeiramente feliz sem estar em paz.
A paz e a felicidade representam a mesma realidade expressa de modo diferente.
A paz coloca-vos em harmonia com toda a Criação e, quando viveis nessa harmonia, não podeis estar infelizes.
As energias, as forças do Universo penetram em vós e já nada vos falta.

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OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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