sexta-feira, 22 de agosto de 2014

O TRABALHO DO PENSAMENTO: EXTRAIR A QUINTA ESSÊNCIA

Hoje, quero abordar a questão do trabalho que podeis fazer pelo pensamento.

Bem sei que a maior parte das pessoas acabaram com esta actividade, não treinam a concentração e a meditação, acham que é inútil.
Para que hão-de perder um tempo que pode ser empregue em ocupações muito mais importantes?
Os humanos foram tão bem habituados a trabalhar à superfície das coisas, que agora é difícil levá-los a ter outra concepção.
Não suspeitam de que no trabalho do pensamento existem possibilidades inauditas que nenhuma outra actividade jamais poderá proporcionar-lhes.

Consideremos algumas imagens.
Quando se extrai minério de ferro ou de cobre, são necessárias toneladas e toneladas deste minério para se obter uma certa quantidade de metal. O resto é a ganga, a terra que se deita fora.
Do mesmo modo, para se obter alguns litros de essência de rosas da Bulgária são necessários vagons de pétalas.
Mas um litro desta essência de rosas vale uma fortuna, tão preciosa ela é.
Todos os trabalhos dos humanos em geral, consistem, de algum modo, em remover toneladas de ganga, a matéria mais grosseira, ao passo que o trabalho do pensamento permite extrair a sua quinta-essência.
Se não souberdes trabalhar com o pensamento para vos concentrardes, para vos controlardes, para vos dominardes, para orientardes as vossas energias e as dirigirdes para as regiões superiores, tudo o que podeis obter assemelhar-se-á a vagons de minério que vos estorvarão e dos quais nada podereis fazer enquanto não tiverdes aprendido a extrair a sua quinta-essência.

É para obter a quinta-essência que os Iniciados fazem tantos trabalhos.
Esta quinta-essência é algo imponderável que dá um gosto e um sentido às coisas.
Admitindo mesmo que possuís todas as riquezas da terra,, se não tiverdes esta quinta-essência que está no plano mental sentir-vos-eis pobres, vazios, inquietos, insatisfeitos, pois não é a quantidade de matéria de matéria que dá um sentido à vida, é a sua qualidade, a sua quinta-essência.
Infelizmente, todas as actividades humanas consistem em partir pedra, em acumular minério - simbolicamente falando - sem chegar a extrair a sua quinta-essência, pois para a obter é necessária uma outra actividade.

As pessoas trabalham, ganham dinheiro, mas, o que quer que façam, queixam-se sempre de que lhes falta qualquer coisa.
O que lhes falta é justamente essa quinta-essência, esse algo infinitesimal que dá sentido à vida.
Eles lançam-se apenas, afanosamente, sobre a quantidade, mas a quinta.essência subentende a qualidade.
Presentemente, toda a gente se orienta para a quantidade - a produção, o consumo - sem se preocupar com a qualidade.
A quantidade é o mundo físico, as pedras, a terra.
A qualidade é o mundo espiritual, o mundo divino.

Só as Escolas Iniciáticas ensinam os discípulos a procurar a quinta-essência.
Uma Escola Iniciática é como uma fábrica de destilação.
E o que é que lá se destila?
Tudo o que o homem viveu, todos os pensamentos, sentimentos e sensações que ele acumulou, todas as experiências que fez, inclusivé as suas asneiras e todos os seus sofrimentos.
Numa Escola Iniciática, o discípulo aprende a extrair a quinta-essência da sua existência, quer dizer, a tirar lições, a adquirir uma sabedoria, a compreender como funcionam as leis e porque é que num dado domínio obteve sucessos enquanto noutro só obteve fracassos.

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OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV




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