quarta-feira, 22 de agosto de 2018

AS REVELAÇÕES DO FOGO E DA ÁGUA


DA  ÁGUA  FÍSICA  À  ÁGUA  ESPIRITUAL

Capítulo VIII (parte)

A maioria das pessoas lava-se todos os dias, seja as mãos, seja o rosto, seja o corpo inteiro, e por isso tornou-se, naturalmente, parte do comportamento dos seres civilizados.
Mas como se lavam eles?
Isso é outra questão.
Ensina-se às crianças que devem lavar-se por medida de higiene, para andarem limpas, para não trazerem consigo maus cheiros que incomodem os vizinhos, e nada mais.
Pois bem, isso não chega, porque uma pessoa pode estar lavada e asseada fisicamente. mas interiormente, continuar tão suja como se nunca tivesse tomado um só banho na sua vida.
O homem não possui só um corpo físico, possui também corpos subtis (etérico, astral e mental) dos quais deve igualmente cuidar, para os desembaraçar de todas as sujidades acumuladas neles: as impurezas produzidas pelas sensações, pelos desejos, pelos sentimentos e pelos pensamentos de natureza inferior que ele acolhe e alimenta diariamente em si.
Se a água nos lava no plano físico é porque tem a propriedade de arrastar e absorver as impurezas.
No plano espiritual, ela tem exactamente as mesmas propriedades.
Todas as religiões preconizam a purificação pela água: as abluções, os banhos rituais...
Essas práticas são baseadas num saber milenar respeitante aos poderes da água.
Vós direis que as condições da vida actual não se prestam muito a esse género de práticas.
Prestam sim, porque desde o começo do dia, quando acordais, até à noite, quando vos preparais para ir para a cama, tendes várias ocasiões em que utilizais a água para vos lavardes e podeis aproveitar essas ocasiões para fazer um trabalho psíquico e espiritual.
A água que conhecemos e de que nos servimos todos os dias nada mais é do que a materialização do fluido cósmico que preenche o espaço, e nós podemos entrar em contacto com esse fluido. pelo pensamento, pois é nele que todas as criaturas estão banhadas.
A primeira condição para fazerdes este trabalho de purificação é, pois, a de vos lavardes com a consciência de que, através da água, vos ligais a um elemento da natureza espiritual.
Essa consciência começará por modificar os vossos gestos.
Há imensas pessoas que se lavam com gestos bruscos e desordenados, porque crêem que isso vai ajudá-las a despertar, a estar em forma e de bom humor.
Vai despertá-las, sim, mas esses movimentos precipitados têm um efeito nocivo, sobretudo para o rosto, cuja harmonia corresponde a uma organização muito subtil das partículas segundo determinadas linhas de força.
O rosto do homem é um reflexo do rosto de Deus, e aqueles que lavam o rosto com gestos bruscos e sem atenção, perturbam os traços da imagem divina.
Por isso, lavai-vos com gestos bem medidos, harmoniosos, para que o pensamento também possa libertar-se e realizar o seu trabalho.
Concentrai-vos na água, na sua frescura, na sua limpidez, na sua pureza, e pouco depois sentireis que ela vai agir sobre regiões desconhecidas em vós, e nelas produzir transformações.
Não só vos sentireis mais leves, purificados, mas também o vosso coração e o vosso intelecto serão alimentados por novos elementos, mais subtis e vivificantes, pois a água inferior, a água física, contém todos os elementos e todas as forças da água espiritual, só há que aprender a despertá-los e a recebê-los.

Continua

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