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Os Iniciados têm métodos para exaltar as virtudes da água: deitam nela um punhado de sal e acendem velas, ao mesmo tempo que queimam incenso e pronunciam fórmulas.
Mas o mais importante é, sobretudo, estar consciente de que a água é viva e habitada por
entidades muito puras.
Por isso, seja na vossa casa de banho, seja na Natureza, antes de tomar contacto com a água deveis saudá-la com muito respeito e amor e pedir ao Anjo da Água que vos ajude no vosso trabalho.
Para nos purificarmos, não é necessário fazermos cerimónias longas e complicadas.
Todos os dias tendes várias ocasiões em que usais a água para vos lavardes.
Fazei-o, então, sem nunca vos esquecerdes de que a água física é precisamente um meio de entrar em contacto com a água espiritual, que é a verdadeira água.
É claro que lavar-se faz parte dos actos mais comuns da vida quotidiana,
mas não se deve subestimá-lo.
Tal como comer, dormir e respirar, lavar-se deve ser considerado um acto sagrado
que pode libertar a alma.
Não basta que o corpo físico seja ligeiramente limpo, se todos os corpos subtis continuam a asfixiar sob espessas camadas de impurezas; não, também é preciso aprendermos a abrir os poros da nossa alma para absorvermos todas as riquezas oferecidas pela água.
Mas vamos agora mais longe.
O que são o desgosto, a tristeza, o desânimo?
São impurezas que deixastes penetrar em vós e que perturbam o vosso organismo psíquico, tal como um veneno ou outros elementos tóxicos perturbam o vosso organismo físico.
Graças à água, também podeis remediar esses estados.
Contemplai a água, escutai-a a correr: quer se trate de uma nascente, de um ribeiro ou de uma cascata, a água corrente liberta o plexo solar, arrastando consigo os elementos obscuros que o perturbavam, pois ela é a imagem da perpétua renovação da vida e,
ao contemplá-la, nós somos influenciados.
Evidentemente, na cidade e na vida do dia a dia não é fácil encontrar fontes e cascatas mas, então, abri uma torneira!
É menos poético, mas pode ser igualmente eficaz.
O essencial é concentrardes-vos na água a correr.
Também podeis mergulhar as mãos na água.
Todas as influências entram e saem pelas mãos - tanto as boas como as más -,
porque as mãos, e particularmente as extremidades dos dedos, são como antenas
que captam ondas e as reenviam.
Mergulhai, pois, as mãos num recipiente com água, ou então deixai correr sobre elas, durante algum tempo, a água da torneira, pensando que ela vos atravessa com a sua pureza, a sua frescura, e arrasta todos os vossos estados negativos.
E como o mais importante é a actividade do pensamento, podeis fazer esta experiência mesmo que não tenhais água.
Quaisquer que sejam as circunstâncias da vida, há sempre algo a fazer; o essencial é não ficar inactivo e não se submeter passivamente.
E se, por vezes, vos acontece ser assaltados por impressões dolorosas de que quereis
desembaraçar-vos e não tendes possibilidade de tocar ou de ver água, fechai os olhos e fazei funcionar a imaginação.
Nesse momento, sois livres de escolher tomar um duche, um banho de imersão, ou de mergulhar num rio, num lago, num oceano: milhares de gotas de água escorrem sobre vós...
vós nadais, deixais-vos levar ao sabor da corrente ou embalar pelas ondas...
mergulhais e perdeis-vos na imensidão...
Permanecei nessas imagens maravilhosas durante o máximo de tempo possível: pouco a pouco, sentireis uma transparência, uma leveza, como se realmente tivésseis sido atravessados por
vagas purificadoras e vivificantes.
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