OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
5º. Capítulo - A CIÊNCIA DA VIDA
Quando os cientistas descrevem um mineral, um vegetal, um animal ou um ser humano, não há que criticá-los, o que eles dizem é verdade.
Mas esta verdade é parcial.
Para que ela seja completa, é preciso que eles recoloquem o objecto do seu estudo na vida cósmica a que ele pertence.
Desligados dessa vida, a pedra, a planta, o animal ou o homem estão privados do essencial.
Por isso, enquanto os investigadores continuarem nesta via, aquilo a que eles chamam verdade científica será uma verdade incompleta, mutilada.
Entendei-me bem, não se trata de pôr em dúvida o valor e o interesse da ciência.
O verdadeiro problema é outro, está na cabeça dos investigadores, na sua atitude perante a vida, na sua incapacidade para ligar os objectos particulares do seu estudo ao conjunto da vida.
Os seres e as coisas não existem separadamente, existem como partes de um todo, e as partes estão ligadas entre si.
Isola-se um ramo, uma folha ou um fruto para o estudar.
Mas não, é na árvore que é preciso estudar o fruto, para se compreender como ele é o resultado de todas as energias que circulam.
Ouve-se sempre enaltecer a "verdade cientifica".
Mas, mais importante do que a verdade científica, é a verdade da vida.
E a verdade da vida está em aprender a situar todas as vidas no edifício cósmico para ver como elas vibram em harmonia e participam na vida do todo.
Portanto, não basta observar e estudar com precisão todos os elementos da natureza, é preciso ir mais longe e ver as ligações que existem entre eles para se compreender como circula de um para o outro, esse algo que eles não possuem separadamente: a vida.
O verdadeiro saber encontra-se na vida.
Se separardes os elementos, a vida já lá não estará.
Saber que um mineral ou um vegetal tem tal propriedade, tal cheiro, tal sabor, tal cor, não é essencial, porque, enquanto os considerais isoladamente, separai-los da vida.
Se os ligais a todos os outros elementos da terra e do céu, a vida aparece e vós possuís o verdadeiro saber.
Qualquer que seja o domínio que estudais e no qual exerceis a vossa actividade, deveis colocar a vida no centro e ver esta vida na sua dimensão mais elevada, mais ampla.
Quando estiverdes ancorados no essencial, podereis permitir-vos ir explorar tudo o que quiserdes.
Na medida em que já trabalhastes sobre o essencial, tudo o que fazeis a seguir beneficia dessa luz e ganha, para vós, uma outra dimensão.
Não só alcançais um melhor conhecimento das coisas pelo intelecto, como, ao mesmo tempo, se desencadeia no mais íntimo de vós todo um processo de regeneração, pois entrastes de novo em relação com o todo: comungais com as correntes subtis do Universo, estais mergulhados no seio da vida cósmica, participais desta vida em harmonia com todas as criaturas visíveis e invisíveis, e o vosso campo de consciência alarga-se.
Esta compreensão mais vasta da ciência é também a verdadeira religião.
Sim!
De que serve as pessoas repetirem que a palavra religião vem do latim religare (ligar) se, na sua cabeça, elas só fazem separações?
Vós direis: «Mas a ligação de que elas falam é a ligação com Deus!»
De acordo, mas o que significa uma ligação com Deus, se essa ligação é acompanhada de uma separação em relação a tudo o resto?
A mesma ligação que liga o Criador às criaturas deve ligar todas as criaturas entre si, e também todos os elementos da Criação.
A verdadeira religião consiste em compreender e sentir esta ligação.
Então, de futuro, pensai em encontrar um lugar no Todo para tudo o que possais ver, ouvir, estudar ou tocar, não deixeis nada de fora, desligado, separado da Árvore da Vida.
Esta atitude, esta maneira de compreender as coisas, é que despertará em vós, pouco a pouco, todos os centros subtis.
A estes centros, a mística hindu chama chacras; existem muitos métodos para os desenvolver e alguns deles são muito perigosos.
O melhor método, o que eu vos recomendo, é trabalhardes para realizar em vós a unidade da vida.
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