sábado, 4 de junho de 2016

O HOMEM NO ORGANISMO CÓSMICO - Fascículo Nº. 4

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


4º. Fascículo -  A  VIDA  INDIVIDUAL  E  A  VIDA  COLECTIVA


Todos devem poder ajustar para si próprios a questão da vida individual e da vida colectiva.
O ser humano é uma entidade individual que tem vida própria; mas ele não está só, faz parte de um conjunto, e a questão que se põe a todos é a de conciliar as exigências da vida individual com as da vida colectiva.
Cada indivíduo é particular, foi a Inteligência Cósmica que criou esta diversidade de criaturas e não se deve tentar nivelá-las.
Cada um tem o direito de se manifestar com as suas diferenças, a sua originalidade, mas na condição de se harmonizar com o conjunto, como numa orquestra.
Há grandes diferenças entre o violino, o violoncelo, o piano, o oboé, a flauta, a harpa, o trompete, os címbalos ou o bombo quanto à forma, ao material, à sonoridade!
Mas desta diversidade nasce uma harmonia perfeita.
Cada indivíduo é independente, autónomo, bem entendido, mas está também ligado à colectividade humana e, para além dela, a todos os reinos da Natureza, à colectividade cósmica.
Por isso, nós vivemos simultâneamente duas vidas.
Para a maior parte das pessoas, isto passa-se sem elas terem consciência, mas é desejável que se torne consciente.
Aquele que tem tendência para se fundir na vida cósmica não deve perder a consciência do seu "eu", para que possa pensar e agir sempre como um ser responsável.
E aquele que se sente um indivíduo bem distinto dos outros deve ter consciência, embora salvaguardando o sentimento do seu próprio carácter, de que é uma célula do organismo cósmico, de que pertence a um conjunto.
Sim, mas o ser humano não pertence  a este conjunto que é o Universo como se fosse somente uma pedra, uma planta ou animal.
Enquanto ser pensante, ele tem um outro papel a desempenhar: deve participar na construção do edifício que é a vida colectiva.
Enquanto ele trabalhar só para si próprio, nada de bom poderá daí advir-lhe.
Vós direis: «Como é que é isso?
Se eu trabalho para mim, ganho alguma coisa!»
Não, porque esse "eu" para o qual trabalhais, o eu egoísta, separado, é um precipício, e ao trabalhar para ele vós lançais tudo nesse precipício.
Não é assim que se trabalha.
Os individualistas, os egoístas, não vêem tudo o que poderiam ganhar trabalhando para a colectividade.
Eles dizem: «Eu não sou burro, trabalho para mim, desenrasco-me...»
E é precisamente aí que eles perdem tudo.
Mas compreendei-me bem: quando falo em "colectividade" não se trata unicamente da colectividade humana, mas também do Universo, de todas as criaturas do Universo, do próprio Deus.
Esta colectividade, esta imensidão para a qual trabalhais, é como um banco, e tudo o que fizerdes por ela ser-vos-á devolvido um dia, aumentado.
Como o Universo faz todos os dias negócios formidáveis - ele enriquece-se continuamente com novas constelações, novas nebulosas, novas galáxias -, todas essas riquezas virão um dia até vós.
Não virão imediatamente, é claro, mas virão.
Quando depositais uma quantia num banco, não é no dia seguinte que recebeis os juros, deveis esperar, e quanto mais esperais mais elevados são os juros.
No plano espiritual, a lei é exactamente a mesma.
Vós trabalhais com muito amor, muita paciência, muita confiança, e inicialmente não tendes qualquer resultado.
Não desanimeis.
Se desanimardes, é porque não decifrastes bem o sentido das leis que regem a vida em sociedade.
Sim, deveis conhecer as leis da banca e da gestão.
Se as conhecerdes, compreendereis que é preciso esperar.
Depois, as riquezas choverão de todos os lados e, mesmo que tenteis escapar-vos, será impossível, todo o Universo vos lançará riquezas extraordinárias sobre a cabeça, porque fostes vós que as provocastes.
A justiça é isto!

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