sábado, 28 de setembro de 2013

A visão limitada do intelecto - A visão infinita da intuição


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Está a chegar o momento de não mais vos deixardes fascinar pelas explorações do intelecto e de admitir a existência em vós, de corpos espirituais, de estudar as suas diferentes possibilidades e de trabalhar finalmente para desenvolver a intuição, quer dizer, a inteligência superior do plano causal, que não tem já qualquer propósito egocêntrico, mas sim, sempre, um fim heliocêntrico, teocêntrico.
Nessa altura, em vez de fazerdes tudo em vosso proveito, começareis a colocar-vos ao serviço de Deus.
Não é que Deus necessite do que quer que seja: Ele é tão rico e poderoso que não necessita de que se trabalhe para Ele. É por nós que esse trabalho nos é pedido, porque nos faz mudar de ponto de vista, de orientação, e somos nós que beneficiaremos, é em nós que haverá melhoras.
Quando todas as energias convergem em direcção a um outro centro que não nós próprios, todos os processos, todas as funções e todas as vibrações mudam, e em vez de permanecermos sem brilho tornamo-nos luminosos, radiosos.

Evidentemente - repito -, não há que suprimir a actividade do intelecto.
Deus quis que o ser humano desenvolvesse todas as possibilidades do cérebro; foi por isso que Ele o fez descer à matéria para a explorar.
E nesta involução os cinco sentidos ganharam tal importância que os homens perderam a noção do Céu, já não comunicam com as entidades luminosas, já não pensam nelas, já nem sequer sentem a sua presença.
Mas esta descida à matéria constituirá, contudo, uma aquisição extraordinária para a humanidade, pois os projectos do Eterno consistem em aperfeiçoar a criatura humana e, levando-a a passar através da matéria, através dos abismos, através da doença e da morte, fazê-la retornar em direcção à vida, à ressurreição, à luz, à liberdade absoluta, a fim de que ela conheça o seu Criador.
Esta ascenção já começou, as correntes do Céu tornam-se mais poderosas e irá reencarnar em número cada vez maior de almas luminosas - filósofos, artistas, cientistas - que terão uma nova linguagem, que criarão novas obras, que proclamarão novos valores, que trarão uma nova visão do mundo, de forma a que sobre toda a terra uma nova cultura venha instalar-se, uma cultura que estabelecerá o Reino de Deus e a sua Justiça.
Mas, para que isso aconteça, há que aprender a trabalhar com esses aparelhos muito aperfeiçoados que são os órgãos dos corpos causal, búdico e átmico, numa palavra, de trabalhar com o espírito, pois só ele poderá contemplar e apreender as realidades do mundo divino.


de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

em  "Acerca do invisível"

Colecção Izvor
Edições Prosveta

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