domingo, 15 de setembro de 2013

A Busca do Cume


A procura de Deus é, na verdade, longa e exigente.
Às vezes as pessoas sentem-se desiludidas, têm a impressão de trabalhar no vazio.
Mas isso é só a aparência.
É como uma pessoa que faz um furo para encontrar água... Ela ainda não vê a água, mas tem o reflexo dela na sua cabeça, no seu coração e na sua alma.
Vive com a ideia, com o pensamento, com a esperança de encontrar água.
E mesmo que essa água não brote ainda fisicamente, no seu interior ela já brota.
De igual modo, aquele que procura Deus, embora aparentemente não encontre nada, trabalha com uma realidade muito poderosa que vive nele.
Ele pode dizer: «Está bem, eu não encontrei Deus, mas Deus reflectiu-se através dos meus pensamentos e dos meus sentimentos, porque esta esperança e esta fé são já Deus.»

Vou dar-vos outra imagem.
Um garimpeiro passa o tempo a peneirar a areia do rio e, palheta após palheta, enriquece.
Enquanto isso, um alquimista anda à procura da pedra filosofal, que transforma os metais em ouro...  e durante muito tempo ele nada encontra, continua pobre. Mas um dia, passados anos... ou séculos!, se ele encontrar a pedra filosofal (e, se trabalhar segundo as regras, encontrá-la-à), nesse mesmo instante o alquimista tornar-se-à o homem mais rico do mundo: poderá até transformar montanhas em ouro.

Aquele que procura Deus é como o alquimista que ainda não encontrou a pedra filosofal e, ao mesmo tempo, como aquele homem que, à beira-rio, peneira a areia e encontra algumas palhetas de ouro, pois, ao encontrar Deus, é obrigatório que se obtenha em cada dia algumas partículas da sua luz, do seu amor, do seu poder, da sua beleza.
É isso o que eu faço; tal como o alquimista, faço um trabalho do qual nunca vejo resultados, mas isso não me desanima, pois, tal como o garimpeiro, regozijo-me com as palhetas de ouro que recebo cada dia. Elas são já o reflexo da pedra filosofal, da presença de Deus.

...
de OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

em  "Poderes do Pensamento"

Colecção Izvor
Edições Prosveta

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