terça-feira, 17 de janeiro de 2017

RUMO A UMA CIVILIZAÇÃO SOLAR


Capítulo V  -  O  PLEXO  SOLAR


A luz, o calor e a vida que nós conhecemos mais não são que um aspecto muito inferior da verdadeira luz, do verdadeiro calor e da verdadeira vida.
Por detrás da luz do Sol há a luz de Deus, mas nós não podemos conhecê-la, do mesmo modo que não podemos conhecer o seu calor, o seu amor ou a sua vida, isto é, o grau mais intenso da vida.
Deus é incognoscível, impossível de compreender e, ao mesmo tempo Ele quase nos toca, mas sob uma forma remota, muito inperfeita.
Não devemos imaginar que a luz do Sol é a verdadeira luz de Deus.
É um reflexo da verdadeira luz.
A outra luz não podemos nem conhecê-la nem compreendê-la; ela é tão subtil e potente, que para nós, e mesmo para muitos espíritos mais evoluídos do que nós, ela é trevas.
Na Ciência Iniciática diz-se que foram as trevas que produziram a luz.
Na origem era o caos, a matéria inorganizada: «hyle», como lhe chamam os Gregos.
Este caos é representado por um círculo, o zero.
Simbolicamente, o círculo é o infinito, a matéria inanimada.
Mas é muito difícil apreender semelhantes noções; intelectualmente é quase impossível.
É por isso que os filósofos e os sábios que querem compreender tudo intelectualmente não o conseguem.
Aquilo que é teórico, ainda vai, o seu cérebro apanha.
Mas compreender verdadeiramente as coisas, quer dizer, senti-las, apreciá-las e vivê-las, isso não é facultado ao cérebro.
Aliás, diz-se muitas vezes que é o coração que compreende, e fala-se da inteligência do coração...
Até os Evangelhos fazem alusão ao coração como órgão de compreensão.
Mas de que coração se trata?
Crê-se  que é do coração físico, o órgão que faz circular o sangue.
Mas não, o verdadeiro coração, o coração iniciático é o plexo solar: é ele que sente, que compreende, que apreende as grandes verdades cósmicas.
O cérebro apenas é um pouco capaz de discutir, de escrever, de falar e de pavonear-se sem sequer ter uma ideia clara das coisas.
Reparai naquilo que se passa no mundo actual, o mundo da quinta raça: explica-se, fala-se, escreve-se, mas na verdade nada se compreendeu, porque com o cérebro é impossível ter uma compreensão perfeita.
É preciso viver as coisas para compreendê-las, é preciso vivê-las com todo o seu ser.
O plexo solar dirige todas as funções do corpo físico; é dele que dependem a respiração, a eliminação, a circulação, a nutrição, o crescimento.
É também pelo plexo solar que o homem pode comunicar verdadeiramente com o Universo, porque o plexo solar está ligado a todo o Cosmos, o que não acontece com o cérebro.
Na verdade, esta comunicação poderia ser estabelecida, mas o cérebro não está ainda suficientemente desenvolvido para isso, porque é uma formação muito recente.
O plexo solar foi formado há muito mais tempo; foi ele que  creou o cérebro e é ele que o alimenta.
Sim, o cérebro é um produto do plexo solar, é seu filho e, é por isso que o plexo solar o alimenta, lhe envia ajudas e, quando ele pára de enviar-lhas, o homem adormece, embrutece ou tem dores de cabeça, deixa de poder reflectir.
O cérebro não está separado do plexo solar, mas se nem sempre pode beneficiar do seu apoio é porque não consegue entrar ainda em comunicação com ele.
Já vos expliquei que o plexo solar é um cérebro invertido, porque no cérebro a matéria cinzenta está no exterior e a matéria branca no interior, ao passo que no plexo solar a matéria cinzenta está no interior e a matéria branca no exterior.
Disse-vos também que a matéria cinzenta permite-nos pensar, enquanto a matéria branca permite-nos sentir.
Portanto, graças à matéria branca que está no exterior, o plexo solar sente tudo o que se passa no ser humano, em todas as suas células; por isso ele se ocupa, incessantemente, de restabelecer o equilíbrio.
Ao passo que o cérebro não sente absolutamente nada, salvo quando as coisas vão muito mal e tudo está obstruído.
Mas ele não sabe como remediar isso.
Por exemplo: se o vosso coração bate demasiado depressa ou demasiado lentamente, ou se tiverdes dores de estômago, o cérebro é incapaz de fazer seja o que for.
De resto, isso não depende dele.
Ao passo que o plexo solar, se lhe derdes boas condições para funcionar normalmente, restabelece tudo.
Ele possui uma farmácia formidável que não podeis sequer imaginar e, como está em relação com todos os órgãos, com todas as células, sabe o que se passa e pode intervir.
Está, pois, muito melhor equipado do que o cérebro.
Mas até agora nada disto foi bem explicado, nem mesmo pela ciência médica.
Nos animais e nos humanos, o cérebro desenvolveu-se muito tarde; e, até o cérebro das formigas, por exemplo, está melhor organizado do que o do homem, porque as formigas são mais antigas do que ele.
Se se comparar o cérebro das formigas com o do homem, fica-se espantado ao ver como elas conseguiram organizar um cérebro tão minúsculo.
O cérebro humano não está ainda bem organizado, mas sê-lo-á mais tarde, porque tem a missão de registar a totalidade dos conhecimentos e conceber realizações fantásticas.
Contudo, repito, aquele que dirige, que comanda e do qual tudo depende, é o plexo solar, com o centro Hara situado um pouco mais baixo, pois estão em comunicação.
Os Ocidentais estão a destruir-se porque toda a sua actividade está situada no cérebro: os estudos, os cálculos, as inquietações, etc...
Mas como ele não está lá muito preparado para resistir a grandes tensões, muitas doenças nervosas aparecem, actualmente, porque o cérebro está sobrecarregado.
Se os Ocidentais soubessem como repartir o trabalho entre o plexo solar e o cérebro, nunca ficariam cansados.
Porquê?
Porque o plexo solar nunca se fatiga, é um reservatório quase inesgotável.
Mas o homem que vive uma vida desordenada perturba o funcionamento do plexo solar e, então sente-se bloqueado, comprimido, com os nervos doentes.
Aqueles que não vivem correctamente estão a demolir o factor mais importante de que depende o resto do seu organismo.

Nos velhos tratados de alquimia, falava-se de uma espécie de óleo ou de essência que possuía propriedades maravilhosas: dava a saúde, a inteligência, a beleza, o saber...
Na verdade, todos os seres vivos - as plantas, os animais e os humanos - podem destilar essa essência.
Têm-lhe dado vários nomes: verdadeira seiva, prâna, elixir da vida imortal...
Outros chamam-lhe magnetismo.
Era desta essência que Jesus falava quando dizia: «Do seu seio jorrarão fontes de água viva.»
E quando o homem se alimenta, quando respira (pois no ar está espalhada uma essência vinda do Sol que nós podemos captar pela respiração) e, até quando pensa, ele procura extrair esta essência, este óleo.
Ora, eu já vos disse que esta essência se encontra por toda a parte.
As plantas colhem-na no solo, no ar, nos raios do Sol e, graças a ela, preparam a seiva.
A seiva dos vegetais é o símbolo desta seiva viva que corre em nós.
E onde corre ela?
Justamente no plexo solar.
Por vezes, quando estais inquietos, descontentes, impacientes, se fordes suficientemente sensíveis para poder observar o que em vós se passa, constatareis que algo se dispersa no vosso plexo solar.
O plexo solar é o vaso que conserva o magnetismo vivo, e quando este se escapa sentis que vos tornais fracos, incapazes de agir, de vos concentrardes.
Pelo contrário, se estiverdes felizes, calmos, sentis uma dilatação do plexo solar, algo que corre como uma nascente.
O plexo solar é o reservatório das forças vitais, o acumulador de todas as energias.
Se souberdes enchê-lo quotidianamente, tereis uma fonte onde podereis colher, em qualquer altura, as forças que vos são necessárias.
Eis um exercício que podeis fazer justamente ao nascer-do-sol: quando meditais sobre a luz e sobre o calor do Sol, colocai a mão direita sobre o vosso plexo solar e, deste modo enchê-lo-eis de forças e energias que vos permitirão prosseguir infatigavelmente o vosso trabalho.

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