quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O VERDADEIRO ENSINAMENTO DO CRISTO






III Capítulo  -  SEDE  PERFEITOS  COMO  O  VOSSO  PAI  CELESTE  É  PERFEITO
                        (II parte)


Uma semente não é mais do que um ser vivo que apela incessantemente às forças e aos materiais do Cosmos para poder realizar a sua tarefa.
E a sua tarefa é assemelhar-se à árvore que a produziu.
O Criador depôs na semente a vocação de se assemelhar à sua mãe, a árvore; por isso, uma vez plantada, a menos que seja defeituosa, todo o seu trabalho irá no sentido de concretizar essa vocação, utilizando entre os elementos que a rodeiam, aqueles que lhe são convenientes, e deixando os outros de lado.
É assim que ela conseguirá exprimir todas as tendências indicadas no esquema que traz em si.
Ora bem: acontece o mesmo com o homem.
Uma vez que Deus criou o homem à sua imagem, ele tem a possibilidade de se tornar como o seu Pai Celeste, se se desenvolver correctamente.
O que existe numa semente?
Se a cortardes para a examinar ao microscópio não descobrireis nela a imagem da árvore.
Todavia, quando a puserdes na terra, essa sementinha insignificante vai dar, pouco a pouco, uma planta magnífica com raízes, caule, folhas, flores e frutos.
É evidente que, se abrirdes a semente para a estudar, não encontrareis o desenho dos ramos ou das folhas, porque esse registo é de natureza etérica.
Só quando tiverdes a possibilidade de ver no mundo etérico é que vos apercebereis de toda a estrutura da árvore tal como ela deverá desenvolver-se, segundo esta ou aquela linha de força.
O crescimento é, pois, um trabalho que se processa segundo um certo esquema, segundo determinadas linhas de força, para que a planta adquira exactamente as mesmas características que aquela que a produziu: forma, dimensão, cor, gosto, perfume, propriedades.
Toda a gente acha isso normal, natural, não suscita reflexões nem interrogações, mas não é extraordinário?...
Contudo, o mais extraordinário é que esse processo de crescimento da semente pode revelar-nos o mistério do homem.
O homem também possui interiormente um esquema segundo o qual as forças que estão nele se determinam, se orientam.
O que é este esquema e como realizá-lo  -  é sobre isso que eu agora vou falar-vos.
Quando se quer construir um edifício qualquer, é sempre necessário um projecto, um plano.
Assim, para qualquer construção, há sempre o autor do plano, o arquitecto, e depois os operários que executam o trabalho e, evidentemente, os materiais necessários à construção.
O mesmo sucede quando uma criança se forma no ventre da mãe: ela forma-se segundo um esquema, um plano, um programa elaborado pelos Senhores dos Destinos, consoante o que aquele ser mereceu pela vida que levou nas incarnações anteriores, e a mãe constrói-lhe uma casa, ou seja, um corpo correspondente a esse plano.
Assim, quando um ser humano desce à terra, vem com um germe que contém as linhas de força do seu destino - como cada grão ou semente que encontramos na natureza -, isto é, um registo original segundo o qual a planta começa a desenvolver-se e a crescer quando é posta na terra.
É em conformidade com esta imagem, com este registo, que vai decorrer todo o seu crescimento.
Na realidade, não é a partir de apenas um germe que o ser humano se desenvolve, mas a partir de sete.
Estes sete germes correspondem aos seus diferentes corpos: átmico, búdico, causal, mental, astral, etérico e físico.
Estes corpos são os suportes da vida física (corpo físico), afectiva (corpo astral), intelectual (corpo mental) e espiritual (corpos causal, búdico e átmico).
À medida que vai descendo através das diferentes regiões do espaço, ele recebe os germes que permitirão que esses corpos se desenvolvam, começando pelo mais subtil, o corpo átmico, para terminar no mais material, o corpo físico.
Mas voltemos à semente.
Alguns viajantes que foram à Índia contam que viram faquires plantar um caroço de manga, por exemplo, e fazer crescer, em muito pouco tempo, uma pequena árvore cujos frutos distribuíam depois pela multidão.
Este fenómeno explica-se pelo facto de o faquir trabalhar com uma substância a que, na Índia se chama akasha.
Esta substância etérica propagada no espaço, pode ser utilizada para acelerar o crescimento da vegetação e fazer amadurecer os frutos muito rapidamente.
Portanto, quem souber concentrar-se nesta força akashica é capaz de fazer crescer, em muito pouco tempo, uma árvore que normalmente levaria meses ou anos a completar o seu crescimento.
Mas nenhum dos pensadores que se debruçaram sobre este fenómeno (e eu não falo, bem entendido, daqueles que só quiseram ver nele charlatanismo), foi ao ponto de descobrir que o ser humano pode igualmente acelerar o seu aperfeiçoamento.
A vocação do homem é alcançar a perfeição do seu Pai Celeste; ainda que esta evolução tenha de demorar séculos, milénios, o ser humano está construído para atingir a perfeição divina; isso está inscrito na sua estrutura.
Na realidade, o que não se sabe é que ele pode atingir esse estado de perfeição numa única incarnação.
Sim, isso é possível, mas na condição de ele ser capaz de encontrar essa imagem de Deus em si mesmo e de a alimentar, servindo-se da matéria akashica, da electricidade cósmica, a que Hermes Trismegisto, na Tábua de Esmeralda, chama a força Telesma.
Seja qual for o nome que se lhe dê, trata-se sempre dessa mesma força primordial, "a força forte de todas as forças", como Hermes Trismegisto também lhe chama, essa força que vem do Sol, de que o Sol é o distribuidor e a fonte inesgotável.
Uma das manifestações dessa força é o amor, o amor que faz mover os mundos e de que o amor sexual é apenas um aspecto limitado.
É esta a verdadeira ciência, que muito poucos possuem: como trabalhar com essa força para atingir a perfeição, essa perfeição que já está gravada algures em nós, tal como na semente.
A semente não se assemelha à árvore, mas a imagem da árvore está inscrita nela; se a puserdes em condições favoráveis, ela transformar-se-á numa árvore, porque antes de se realizar no domínio material, físico, essa imagem da árvore já está realizada algures no domínio subtil.
A vocação desta semente que nós somos, consiste, pois, em nos aproximarmos cada vez mais da imagem do Pai Celeste que trazemos em nós, em vibrarmos em uníssono com Ele, a fim de nos tornarmos semelhantes a Ele.

Continua


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