terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Brochura Nº. 3 - O SER HUMANO E AS SUAS DIFERENTES ALMAS


 MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


Título original: - L'être humain et ses diferents âmes

Autor: Omraam Mikhaël Aïvanhov
Editor original: Éditions Prosveta, S.A.
1973 by Éditions Prosveta, Les Monts-de-Corsier, Suisse

Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Pedro Veiguinha
Tradução e revisão: Pedro Veiguinha, Francisco Chitas Correia, Laura Silveira da Mata


O  SER  HUMANO  E  AS  SUAS  DIFERENTES  ALMAS
(parte 1)

Conferência improvisada

Pergunta: «Mestre, podeis dizer-nos em que momento toma posse do corpo físico, uma alma que se venha reencarnar?»


Geralmente, pensa-se que a alma entra no corpo da criança durante a gestação; mas, na realidade, isso não está certo.
Todos os Iniciados, que vêem e que sabem, dizem que não.
A alma que vem reencarnar-se começa por trabalhar com a mãe; ambas se ocupam daquilo que será a morada dessa alma: um casebre, um palácio ou... um templo, isso depende.
Mas a mãe não se apercebe disso, não tem consciência, nem está esclarecida a esse ponto, ao passo que a alma, que é consciente, que se encontra num outro nível, vê e ouve, e prepara os materiais com a mãe.
Se a mãe o soubesse, se fosse evoluída, poderia conversar com a alma que vai entrar.
«Mas, direis vós, o corpo da criança respira, alimenta-se, o seu coração bate, portanto a sua alma está lá!»
Não, ainda não está!
Porque o ser humano tem várias almas.
Vou agora dizer-vos algumas palavras acerca dessas almas.
A primeira, que é a alma vital, puramente biológica, ocupa-se da nutrição, da respiração, da circulação, mas não é consciente; é uma alma vegetativa.
A segunda, mais evoluída, é a alma animal, instintiva.
A terceira, ainda mais evoluída, é a alma emocional.
A quarta é a alma intelectual ou racional.
E, finalmente, vem a alma que é pura luz.
Ora, é neste ponto que a ciência esotérica nos ajuda a compreender melhor as coisas, porque a alma intelectual, a que raciocina e reflecte, pode não ser ainda visitada pela alma divina, a qual só os Iniciados que chegaram ao termo da sua evolução, recebem; esta alma divina é luz pura.
Portanto, existem várias almas, tal como há vários espíritos; isto não é novo para vós, pois eu já vo-lo disse.
Se lerdes os filósofos gregos e os pais da Igreja, vereis que também eles pensam que o ser humano tem várias almas.
Um dia, se eu tiver tempo, indicar-vos-ei quais são esses filósofos.
Mas eu gosto pouco de citações e, na medida em que elas não me são, nem úteis, nem necessárias, apago-as da minha memória.
Ora, estava eu a dizer-vos que a alma que trabalha com a mãe durante o período da gestação, pode revelar-lhe imensas coisas; há conhecimento de numerosos casos de conversas entre a alma da criança e a mãe.
é só no último minuto que elas se separam e que a alma entra na criança com o seu primeiro sopro, introduzindo-se no momento em que esta começa a respirar.
Mas ela ainda não pode apoderar-se completamente dos órgãos da criança, devendo, para isso, trabalhar durante anos sobre esses órgãos, porque ainda que esteja na criança, ela não está lá de uma forma absoluta; ainda está fora, não está completamente instalada.
Não sei se a psicologia fará rapidamente estas descobertas, mas creio que de qualquer forma isso virá um dia.
Portanto, a alma deve aguardar; ela trabalha sobre os órgãos para os animar, para os fazer funcionar, os tornar subtis e, depois toma posse deles.
Ora, esta alma que entra com a primeira inspiração e que já estava junto da mãe, mesmo antes do nascimento da criança, é a alma individual, a qual permanecerá toda a vida até ao último suspiro.
As outras almas virão nos diferentes períodos, enriquecer e embelezar esta alma individual.


(parte 2)

Geralmente, acredita-se que a alma se instala definitivamente por volta do sétimo ano, mas na realidade, é uma alma animal, espontânea, que nessa altura entra na criança; de facto, nessa idade a criança quer é mexer-se, andar, gesticular; aliás, ela não faz senão isso.
Por volta dos catorze anos, durante a puberdade, instala-se a alma emocional, porquanto a sensibilidade desperta com os sentimentos e a sexualidade.
Mais ou menos aos vinte e um anos, o homem recebe a alma intelectual.
Anteriormente, ele estava demasiado preso às sensações, de modo que não era lá muito capaz de julgar, podendo ser induzido em erro.
Isto não quer dizer que, só porque ultrapassou os vinte anos, o homem ficou sábio e inteligente; não, é precisamente a partir desse momento que ele comete as maiores asneiras.
Mas, neste domínio ele tem possibilidades que antes não possuía, e pode dizer-se que a partir dos trinta anos ele é verdadeiramente capaz de reflectir, de pesar as coisas e, de lhes medir as consequências; é nesse momento que começa a verdadeira inteligência.
Portanto, a alma só se instala progressivamente ao longo das diferentes épocas da vida.
Na realidade, não são almas assim tão diferentes e ao mesmo tempo são almas diferentes.
O que se passa, quando se diz que alguém perdeu a alma?
Esse alguém continua vivo, está consciente, pensa, come, bebe... no entanto, perdeu a sua alma!
De que alma se trata?
De uma alma que ele não conhecia, mas que o inspirava e o estimulava, que lhe trazia alegrias, que o fazia maravilhar-se.
Mas como essa pessoa pecou, como ela cometeu crimes, a sua alma divina deixou-a.
Era uma parte dessa pessoa que esperava o momento para se infiltrar nela, mas esta obstruiu o caminho a tal ponto, que a alma partiu para outras regiões, porque já não podia viver com ela.
A alma trazia-lhe grandes riquezas, uma grande poesia, e a pessoa perdeu-as, visto que já nada sente.
Quantas vezes constatei que aqueles que perdem a sua alma perdem também o sentido da vida e querem suicidar-se!
Já não sentem a presença dessa alma que lhes trazia tudo, choram e não sabem como a reencontrar, estão no deserto, abandonados, sem alegria nem inspiração.
«Perder a alma» ou «vender a sua alma ao diabo» (como se se pudesse vender a alma!) são expressões que vêm de um passado longínquo.
Isto é tudo muito claro, mas muitos místicos, religiosos e médiuns, tornaram esta questão inextricável ao dizerem coisas a tal ponto vagas, imprecisas, obscuras e inexactas, que a ciência rejeitou tudo.
Os cientistas não estudaram aquilo que os grandes Iniciados sabiam e diziam, e hoje em dia, já não se pode voltar a encontrar o caminho, porque os humanos deixaram há muito de trabalhar neste domínio tão árido.E por essa razão que eu agora vos dou algumas noções que são absolutamente verídicas.
Da mesma forma que estas almas entram, umas após as outras, no corpo físico, assim elas o deixam, uma após outra, não passando, então, o homem, de uma matéria animal: continua a comer e a beber, mas observa-se que só o corpo físico ficou e que essas almas há muito que se foram embora.
Geralmente, como é que se explica o estado desse homem?
Através da química.
Diz-se que perdeu muitos elementos e que está doente, mas ignora-se que isso é somente a aparência.


Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 31.01.2017

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


Se eu não pensasse que vós sois habitados pela Divindade, que sois divindades, talvez já tivesse desanimado e abandonado tudo há muito tempo.
É pela Divindade que habita em vós que eu continuo.
E em relação a alguns seres até adopto uma atitude que outros, bem-intencionados, vêm censurar-me, dizendo: «Mas como é possível que não veja como essa pessoa é, que a receba e confie nela?
Tenha cuidado, ela vai trazer-lhe aborrecimentos.»
Na realidade, eu percebo muito bem e sei o que faço.
Eles é que não sabem.
Eu sei que, mostrando a minha compreensão, a minha confiança, posso despertar em certas pessoas a necessidade de se melhorarem, pois dirijo-me à divindade que habita nelas.
É conscientemente que eu utilizo este método pedagógico.
Conheço bem os riscos que corro ao agir assim e, se não sai nada de bom dessas pessoas, acho que é lamentável, evidentemente, mas não fico num estado catastrófico nem desanimado.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 30.01.2017

Para decidirdes que sentido dar à vossa vida, não comeceis por questionar-vos sobre a existência de Deus.
Deveis fazer exactamente o contrário: dar um sentido cada vez mais rico a todos os momentos da vida, e a existência de Deus tornar-se-á, para vós, uma evidência.
Deus é a vida, a plenitude da vida, e para sentirmos a sua presença é preciso tornarmo-nos vivos e descobrirmos que, à nossa volta, também tudo é vivo: a terra é viva, a água é viva, o ar é vivo, o fogo e a luz são vivos!
O que pode sentir um morto?
Seja o que for que lhe deis, ele não reagirá, pois a sua vida foi-se e ele não pode sentir qualquer sensação.
Para ter sensações é preciso estar vivo.
Direis que já sabeis isso...
Sim, teoricamente, toda a gente o sabe.
Mas isso não chega, e essa é a razão por que há, por toda a parte, tantos cadáveres ambulantes que não sabem o que fazem nesta terra.
Eles que procurem, finalmente, dar alento à vida deles!


domingo, 29 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 29.01.2017

Entre o ar e o fogo existe uma espécie de complementaridade.
Para se poder trabalhar com o fogo, é preciso conhecer também o ar.
Ele atiça o fogo mas, como está sempre em movimento, também traz uma certa frescura: quando está calor, procura-se o ar.

Também se encontram estas relações entre o ar e o fogo na nossa vida psíquica.
Nós somos viajantes que percorrem o espaço e, para realizarmos a nossa predestinação, temos necessidade de fogo e de ar, de calor e de frio.
O fogo temo-lo em nós: vimos ao mundo trazendo o nosso fogão de sala com o seu combustível, a fim de podermos aquecer-nos por dentro, pois o caminho é longo e no exterior, simbolicamente falando, está frio.
Este frio que reina no exterior é o ar e, graças a ele, nós podemos regular a temperatura.
Podemos dizer que o fogo é o amor e o ar a sabedoria.
O amor está em nós, ao passo que a sabedoria está no exterior, para que possamos estudá-la, contemplá-la e, assim regular o nosso fogo interior.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


sábado, 28 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 28.01.2017

Em que medida é que o homem é livre?
Eis um assunto sobre o qual os pensadores e os teólogos discutem continuamente há séculos sem conseguirem chegar a um acordo, porque colocam mal a questão.
A liberdade não é uma condição dada ou não ao homem de uma vez por todas.
O homem que se questiona: «Eu sou livre?» deve compreender que, na sua existência presente, a sua liberdade é muito limitada, porque o seu presente é uma consequência do seu passado; ora, é impossível voltar ao passado para o modificar.
Ele tem de sujeitar-se às consequências do passado, digeri-lo e, é isso que faz no presente.
É em relação ao futuro que ele é livre, o presente apenas lhe dá possibilidades de criar o futuro que ele deseja.

É nestes termos que se coloca a questão da liberdade.
Sabendo que podemos, desde já, determinar o nosso futuro, preparamo-nos para nos tornarmos cada vez mais senhores do nosso destino e deixamos de estar sujeitos ao presente, podemos moldá-lo.


 MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

RUMO A UMA CIVILIZAÇÃO SOLAR






Capítulo  VI  -  O  HOMEM  À  IMAGEM  DO  SOL   (Continuação)

                                                                               II

Diz-se na Ciência esotérica que onde habita um Iniciado nenhum espírito mau tem o direito de penetrar.
O Iniciado pode mesmo proibir-lhes a entrada no seu domicílio servindo-se de escritos em que os ameaça deste ou daquele castigo se eles não respeitarem a proibição.
E quando quer fazer uma cerimónia mágica, um grande trabalho espiritual, reserva um lugar e consagra-o para impedir a entrada dos maus espíritos: envolve-o num círculo e inscrevelá nomes sagrados; assim fica tranquilo e pode trabalhar.
Só têm o direito de entrar as creaturas superiores, ao passo que as entidades inferiores ficam de fora a  gritar, a ameaçar e, se experimentam entrar, são fulminadas.
Quando um ser quer crear, é como uma mulher grávida ou como uma ave fêmea que quer pôr os seus ovos: necessita de um ninho, um lugar calmo e retirado.
No mundo invisível passa-se exactamente o mesmo: cada espírito tem o seu lugar que lhe é reservado no espaço infinito, cada creatura espiritual ocupa um lugar delimitado e protegido por certas vibrações, certas cores ou por uma quinta-essência particular; é um domínio onde aquele que possui vibrações contrárias não tem o direito de vir produzir perturbações.
Só os espíritos superiores têm o direito de passar por toda a parte porque nunca perturbam nada.
Nos locais onde os humanos habitam e vivem, há milhões, biliões de entidades que vêm e vão, que circulam, sem que eles se apercebam disso.
Portanto, se não colocardes o letreiro: «É proibida a entrada», isto é, se não consagrardes a vossa casa, as creaturas inferiores encontrando a porta aberta, virão roubar-vos; e nessa altura não podereis recorrer à justiça divina, pois ela responder-vos-á: «A culpa é vossa!
Deveríeis ter colocado uma cerca ou, pelo menos, um aviso.»
Enquanto o vosso coração, a vossa alma, o vosso espírito, estiverem abertos aos quatro ventos sem serem consagrados, protegidos, sem estarem cercados por uma barreira de luz, os espíritos têm o direito de entrar para macular, devastar ou, até levar os vossos tesouros.
Não se pode puni-los, competia ao proprietário tomar precauções.
Do mesmo modo que, no passado, se protegiam as cidades e os castelos com a ajuda de fossos cheios de água, de muralhas e de pontes levadiças, assim também o discípulo deve erguer à sua volta paredes, muralhas e fortificações.
Para um discípulo ou um Iniciado, a melhor protecção contra todas as más correntes e contra os espíritos tenebrosos, é a aura.
Quanto mais luminosa e vasta ela é, mais puras são as cores e mais o discípulo está em segurança, visto que a aura funciona como uma carapaça, como uma couraça que o protege de todas as correntes más.
Mas será que pensais trabalhar sobre a vossa aura?
Não, ficais expostos às entidades malfeitoras que vêm e vão, e depois vindes lastimar-vos por terdes sido despojados ou por vos sentirdes fatigados, tristes e infelizes.
Reparai que na Natureza todos têm desconfianças: os pássaros, as feras, os insectos, constroem à volta deles protecções para impedir que os encontrem ou os capturem.
Então, porque havia o homem de ser tão ingénuo e confiante a ponto de acreditar que nenhum inimigo o ameaça e que será poupado?
Milhões de entidades se esforçam encarniçadamente, dia e noite, por extraviar o género humano e juraram destruí-lo por completo.
Felizmente, a humanidade tem protectores!
É graças a esses protectores que ela ainda não foi destruída, mas quantos sofrimentos e tormentos isso tem exigido!
A conclusão a tirar é que deveis trabalhar sobre a vossa aura.
Como?
Quando ides ver o Sol nascer, reparai como ele está rodeado por uma formidável aura, cheia de cores maravilhosas e, dizei para convosco: «Também eu quero rodear-me das mais belas cores.»
Fechai os olhos e imaginai que estais envolvidos em violeta, depois em azul, verde, amarelo, laranja, vermelho...
Ou então começai pelo vermelho para ir até ao violeta, ficando envolvidos por cada cor durante alguns minutos.
Banhai-vos nessa luz, imaginai que ela brilha e se espalha até muito longe, e que todas as creaturas que se encontram nesta atmosfera beneficiam com isso, que todos os que entram em contacto convosco poderão, de uma maneira ou de outra, receber daí, benefícios.
É desta forma que a vossa aura vos serve de protecção, sendo ao mesmo tempo uma benção para os outros, pois graças a ela podeis ajudá-los.
Dir-vos-ei até que, quando alguém que amais está doente, infeliz, desencorajado, se quiserdes realmente ajudá-lo, enviai-lhe cores.
Sim, quantos exercícios se podem fazer com a aura e as cores!


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 27.01.2017

O Céu só julga as criaturas segundo o que elas são capazes de dar em função dos meios de que dispõem.
Existem seres realmente desfavorecidos: nasceram em famílias miseráveis onde foram maltratados, tiveram diante dos olhos exemplos deploráveis, não são saudáveis, não tiveram estudos...
Dir-se-ia que não há nada a esperar deles.
Mas, com esforços continuados e uma convicção inabalável, eles conseguiram ultrapassar essas condições e realizar aquilo que outros, embora mais priveligiados do que eles, foram incapazes de fazer.

Pois bem, é isso que o Céu observa quando nos envia à terra: o que nós conseguimos fazer com as faculdades que recebemos e nas condições que nos foram dadas.
A vida é tão rica em possibilidades que cada um pode sempre encontrar maneira de se melhorar e de se enriquecer espiritualmente.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 26.01.2017

 MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

Os humanos confundem frequentemente amor com prazer, e por isso o seu amor, a longo prazo, transforma-se em veneno.
Para salvarem o seu amor, eles devem tomar consciência do trabalho que podem fazer com ele e consagrá-lo a Deus, dizendo: «Senhor, eu consagro-Te estas energias que sinto borbulharem em mim, quero pô-las ao serviço da tua glória e para a vinda do teu Reino.»

Evidentemente, poucos homens e mulheres aceitarão esta concepção do amor, e muitos até a acharão ridícula.
Pensam que os seus sentimentos e as suas sensações só lhes dizem respeito a eles, que isso não tem nada a ver com o Céu.
Mas, então, se isso não tem a ver com o Céu, é o Inferno que vem meter-se e interferir.
Quando se afirma: «O meu amor só me diz a mim», este "mim", este "eu", que só pensa em usufruir egoisticamente dos prazeres, já está a caminho do Inferno!
Por que é que os homens e as mulheres suprimem o Céu no seu amor?
Dir-se-ia que eles têm vergonha e procuram esconder-se dele!

Mas diante do Inferno não têm vergonha; então, eles não se queixem se chegar um momento em que terão a sensação de que vivem no Inferno.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

RUMO A UMA CIVILIZAÇÃO SOLAR


Capítulo  VI  -  O  HOMEM  À  IMAGEM  DO  SOL


                                                                                 I

Quando se olha para o Sol, o que se vê em primeiro lugar é aquele disco luminoso que tem sempre a mesma forma, a mesma dimensão, e que pode ser observado, medido, filmado.
É o seu corpo.
Mas se se quiser estudar o que sai dele, esta luz que corre, que jorra do centro para a periferia, se se quiser saber o que ela é e até onde se expande no espaço, é impossível, isso ultrapassa a imaginação.
O ser humano é construído como o Sol: tem um corpo físico determinado, imutável; mas acerca daquilo que sai dele - os seus pensamentos, os seus sentimentos, as suas radiações, as suas emanações -, o que é que se conhece?
Pouca coisa...
As pessoas têm tendência a confundir-se com o seu corpo físico, mas dentro em pouco serão obrigadas a rever todas as suas concepções e a reconhecer que só a Ciência esotérica é verídica porque tem tido em conta os dois aspectos da realidade: o aspecto objectivo, mensurável, material dos fenómenos, que não deve ser descurado, mas também, e sobretudo, o aspecto espiritual, vivo, as emanações e as radiações, cuja natureza e cujo poder ainda não são conhecidos.
Um dia, eu disse-vos: «Os planetas tocam-nos, o Sol toca-nos...», e vós ficastes espantados.
Contudo, é verdade; o Sol toca-nos de longe através dos seus raios.
E nós, que somos construídos pelo mesmo modelo que o Sol, por intermédio do nosso pensamento, da nossa alma e do nosso espírito, temos poderes que se estendem até muito longe, para além dos limites do corpo físico.
Do mesmo modo que o Sol age sobre os metais, as plantas, os animais e os humanos, que penetra, aquece e alimenta, assim também nós podemos, à distância, transformar, melhorar, iluminar e vivificar as creaturas.
Mas vamos mais longe: aquele disco luminoso que vemos no Céu, perfeitamente limitado, é o corpo do Sol.
O que emana dele, os seus raios, são os seus pensamentos, a sua alma, o seu espírito, que vão visitar a periferia para distribuir por toda a parte a riqueza e a abundância.
Quando estão descarregados, regressam ao Sol para se recarregar, e depois voltam a partir para visitar outras creaturas através do espaço.
No nosso corpo físico, o representante do Sol é o coração; tem as mesmas funções, a mesma actividade infatigável e, incessantemente, mesmo quando todos os outros órgãos se relaxam um pouco, ele continua o seu trabalho, pois o seu objectivo é um só: ajudar, sustentar, alimentar, edificar, reparar.
Não pensa senão em dar, em ser impessoal, generoso e cheio de amor.
Mas será que os humanos se aperceberam de que possuem um órgão, o coração, que é representante do Sol no seu corpo físico?

Estes raios, esta luz que o Sol envia, correspondem, portanto, ao sangue: como ele, estão cheios de tudo o que é útil, proveitoso, benéfico e salutar para todas as creaturas do Universo.
Este sangue, depois de ter depositado a sua carga de materiais nutritivos, reparadores, portadores de saúde, e de ter captado, em troca, todas as impurezas, regressa.
Mas não regressa directamente para o Sol, para o coração, passa primeiro pelos pulmões do Universo para aí ser liberto dessas impurezas.
O planeta que desempenha o papel dos pulmões é Júpiter.
A astrologia atribui-lhe mais o fígado, mas o fígado executa as mesmas funções noutro domínio: limpa e purifica também o organismo dos seus venenos.
Em búlgaro, fígado diz-se «tcheren drob» que se pode traduzir por pulmão negro, e pulmões diz-se «bel drob», pulmão branco.
Reparai que há uma aproximação extraordinária.
Em dois domínios diferentes, ambos estão encarregues da purificação.
Se bem que a astrologia atribua vulgarmente o fígado a Júpiter, eu atribuo-o antes a Saturno.
Aqui é a mitologia que pode ajudar a compreender as suas relações.
Na origem, Júpiter encontrava-se no fígado e Saturno nos pulmões, mas quando Júpiter destronou o seu pai, apoderou-se do governo dos pulmões e precipitou Saturno para o fígado.
Desde então, Saturno leva uma vida subterrânea, nas minas, tal como o fígado, que trabalha abaixo do diafragma, na escuridão e nos venenos.
Mas deixemos tudo isso e voltemos ao Sol.
A luz que sai do Sol é, pois, o seu sangue.
Estes raios, depois de terem sido utilizados pelos planetas, pelos inúmeros seres do Universo - visto que o espaço é habitado por biliões de creaturas que recebem estes raios e deles se alimentam - escurecem, perdem a sua luz, o seu calor; dirigem-se então para Júpiter, que os purifica - a Lua e Saturno participam também nesta purificação - e, finalmente, voltam ao Sol.
Em seguida, depois de ela ter sido recarregada de amor, de sabedoria e de verdade, o Sol envia de novo esta força para o espaço.
No sistema solar há, pois, toda uma circulação.
Ele é um organismo vivo que funciona graças ao Sol, o coração que bate e o alimenta sem cessar.
Eis porque o coração foi tomado como símbolo da impessoalidade, do desinteresse, do amor: porque ocupa no homem o lugar do Sol.
É o seu desejo de dar que torna o Sol tão luminoso e ardente.
Tirai a alguém o amor, a bondade, o desejo de ajudar os humanos, e o seu aspecto tornar-se-á mortiço, tenebroso.
Reparai num homem que se prepara para ir ver um amigo que está doente ou infeliz para levar-lhe presentes, dizer-lhe palavras de consolação: o seu rosto é belo, radioso.
E reparai, pelo contrário, no aspecto de um criminoso que prepara um mau golpe: ele tem um ar tenebroso, crispado, inquieto, nele já não há luz.
É preciso que compreendais esta linguagem.
Quanto mais tiverdes o desejo de esclarecer, de instruir os seres e de os ajudar, mais a luz aumenta em vós e se alarga até formar à vossa volta uma aura extraordinária, radiosa, luminosa.
É o Sol que possui os verdadeiros critérios, as medidas, as leis absolutas.
Por isso, eu não procuro instruir-me noutros livros, para mim o Sol é o verdadeiro livro.

E agora, não achais espantoso que o Sol, que dá, dá e irradia há biliões de anos, não se tenha esgotado?...
O que vós não sabeis é que no amor divino existe uma lei segundo a qual quanto mais dais, mais vos encheis.
No Universo não há vazio.
Logo que se produz um vazio, algo vem imediatamente preenchê-lo.
Esta lei aplica-se em todos os planos.
Se aquilo que dais for luminoso, resplandecente, benéfico, recebeis, do outro lado, elementos da mesma qualidade, da mesma quinta-essência luminosa e brilhante.
Mas se emanardes sujidades, imediatamente o vosso reservatório se enche de sujidades.
O Sol é inesgotável porque, no seu desejo de dar, ele enche-se.
Envia-nos os seus raios mas, ao mesmo tempo, recebe incessantemente novas energias do infinito, da imensidão do Absoluto.
Foi o que ele me explicou um dia: «Eu estou continuamente ligado ao infinito, à Divindade e, como tenho os mais puros desejos e pensamentos, atraio também as mais puras e luminosas energias.
Aprendei comigo a tornar-vos perfeitos, inesgotáveis, infatigáveis.
Tende o mesmo objectivo que eu, tende por ideal ser semelhantes a mim, trabalhar como eu e, constatareis que, quando dispendeis algumas energias para o bem dos outros, muito pouco tempo depois, de súbito, sentis-vos recarregados com novas energias.»
Como acontece isso?
É misterioso, mas tão verdadeiro!
Ao passo que se dispenderdes energias num propósito demasiado pessoal, levareis muito tempo a recuperar, a descansar, a restabeler-vos, e se, por infelicidade, ficardes doentes, talvez sejam necessários meses e anos para vos curardes.
as creaturas inspiradas pelos melhores pensamentos e pelo melhor ideal restabelecem-se sempre mais rapidamente.
Dir-me-eis, é claro, que é difícil realizar esta grandeza, esta superioridade do Sol...
Sei-o bem; mas se, de geração em geração, os homens se aperfeiçoarem, se purificarem, se espiritualizarem, obterão pouco a pouco as mesmas qualidades que o Sol: serão infatigáveis, invulneráveis, inesgotáveis e sempre radiosos.


Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 25.01.2017



Um pensamento é um ser vivo e, na sua região, com os materiais subtis de que é formado, tem grandes poderes.
A ignorância desta verdade é, para os humanos, uma causa de muitas dificuldades e provações.
Eles não vêem, não sentem, que o seu pensamento trabalha, que ele constrói ou destrói; então, permitem-se pensar seja o que for e depois ficam espantados com o que lhes acontece.

Cada um dos nossos pensamentos é uma entidade viva.
Por isso, devemos ter o cuidado de só projectar os melhores pensamentos; pensamentos cheios de amor, de bondade, de luz, de harmonia.
O verdadeiro saber começa aqui: na consciência de que um pensamento é um ser real.
Embora não consigamos vê-los nem ouvi-los, e muito menos tocar-lhes, todos os pensamentos, por mais fracos que sejam, agem como criaturas vivas.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 24.01.2017

Se estivésseis verdadeiramente atentos, sentiríeis que, antes de cada momento importante da vossa vida (um encontro, uma viagem, um trabalho, uma decisão a tomar), há uma voz interior que vos aconselha.
Mas vós não a ouvis e cometeis erros...
Por que é que não ouvistes?
Porque só o barulho e o alvoroço atraem a vossa atenção.
Para que ouvísseis o ser interior que vos fala, ele teria de fazer muito barulho, mas como ele fala baixinho...
Contudo, ficai a saber que, quando os seres superiores falam aos humanos, apenas dizem algumas palavras e com uma voz quase imperceptível, um murmúrio, como uma brisa ligeira, e cabe-lhes a eles estar atentos.

Por vezes, encontrais-vos em situações difíceis...
Nunca vos aconteceu dizer: «Por que é que eu me deixei arrastar para isto?...
Realmente havia qualquer coisa a chamar-me a atenção, mas era uma voz tão fraca!...»
Pois bem, tirai daí um conclusão: de futuro, desconfiai das vozes que vos falam muito e com grande intensidade, para vos induzirem em erro, e esforçai-vos por escutar melhor a suave voz do Céu, que quer evitar-vos sofrimentos inúteis.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 23.01.2017

A unidade é a condição para a estabilidade e para qualquer actividade construtiva.
Quando sentis que um certo estado de hesitação, de dispersão, se instala em vós, parai, recolhei-vos e procurai atingir o centro único do vosso ser: o vosso Eu superior.
É em torno desse centro que se organizarão harmoniosamente todas as correntes que vos atravessam: quaisquer que sejam as circunstâncias, sentireis instalar-se em vós um equilíbrio que nenhum abanão poderá fazer-vos perder.

O equilíbrio...
Nada é mais importante para a nossa vida física e psíquica e, ao mesmo tempo, nada é mais difícil de realizar.
É preciso tão pouco para ficar desequilibrado e cair!
O equilíbrio é uma vitória de cada instante sobre forças contrárias, por isso está sempre ameaçado.
É preciso aprender a dominar essas forças contrárias e, para as dominar, é preciso ver claro neste domínio, estar atento e ser determinado.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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domingo, 22 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 22.01.2017

Criou-se o hábito de separar o plano físico do plano espiritual; mas a verdade é que não existe ruptura de um para o outro: só há uma passagem progressiva do plano físico ao plano etérico e, além dele, aos planos astral, mental, causal, búdico e átmico.


Esta passagem do plano físico aos planos subtis faz-se, no homem, por intermédio de centros e de órgãos que são, de algum modo, prolongamentos dos centros e dos órgãos físicos.
Pode-se considerar estes centros (o plexo solar, o centro Hara, a aura, os chacras) como transformadores que nos permitem viver harmoniosamente, e simultâneamente, no plano físico e nos planos psíquico e espiritual, pois há um contínuo vaivém entre eles.
E é isto, verdadeiramente, a alquimia espiritual: a transformação progressiva da matéria física, densa, opaca, em matéria fluídica, etérica, espiritual; e, inversamente, a difusão desta matéria espiritual no corpo físico, que então é vivificado, regenerado.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sábado, 21 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 21.01.2017

Quando sentis um desejo, questionai-vos sobre a sua estrutura, a sua qualidade.
Perguntai a vós mesmos como procedereis para o realizar, mas também o que fareis quando o tiverdes realizado.
Vós desejais ser ricos...
É claro que tendes esse direito, mas que métodos utilizareis para o conseguir?
E, quando fordes ricos, o que fareis com essa riqueza?
Utilizá-la-eis unicamente para a vossa satisfação ou fareis com que beneficiem dela outros seres, que têm necessidades?...
E, se desejardes a beleza, também deveis estar vigilantes.
Não procureis essa beleza que transtorna os corações humanos e pode conduzi-los ao desespero ou ao crime.
Concentrai-vos na beleza espiritual, aquela que inspira os seres e os impele a tornarem-se melhores.

A infelicidade dos humanos advém de eles não fazerem intervir qualquer consideração moral nos seus desejos, nos seus projectos.
Mesmo quando entram num ensinamento espiritual, muitos só pensam em aí encontrar meios para satisfazerem os seus desejos!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 20.01.2017



Os dinossauros eram répteis de quatro patas que viviam na terra há milhões de anos e sabe-se hoje, que as aves são um resultado da sua evolução.
Com o tempo e por transformações sucessivas, as patas da frente desses répteis tornaram-se asas.
Sim, por mais incrível que pareça, os dinossauros são os antepassados das aves.
Como interpretar esta evolução?
Talvez houvesse entre estes répteis alguns indivíduos mais empreendedores, mais audaciosos, mais curiosos, que quiseram libertar-se, não ficar limitados ao solo, e uns quantos seguiram o seu exemplo, ao passo que os outros, preguiçosos, limitados, não conseguiram.
Considerai esta interpretação como quiserdes.

Façamos agora uma transposição deste fenómeno para o mundo dos humanos.
Sempre houve, ao longo da História, seres audaciosos que quiseram abrir novos caminhos, explorar novos territórios.
Alguns seguiram-nos, outros recusaram mexer-se, mas é graças aos audaciosos que a humanidade progride.
Então, cabe a cada um de nós decidir se continuará a arrastar-se pelo solo ou se quer fazer o esforço de se lançar nos ares, como a ave, e ser livre.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 19.01.2017

Vós procurais o amor e julgais que ele virá até vós do exterior, sob a forma de um ser que será exactamente como o esperais: agradável, belo, generoso, paciente... perfeito!
Vós sois resmungões, egoístas e coléricos, mas o amor deve apresentar-se a vós sob a forma de um anjo!
Pois bem, não é assim que as coisas se passam.
O amor que ireis atrair será sempre o reflexo de vós mesmos.
Se não vos tiverdes aberto ao mundo divino, bem podereis ter um anjo ou um arcanjo nos braços, que não sentireis nada do seu esplendor.
E o que eu estou a dizer-vos nada tem de extraordinário.
Constata-se muitas vezes que certas pessoas, apesar do afecto que lhes é transmitido pela família e por quem as rodeia, vivem numa grande solidão interior; sentem-se completamente isoladas e até se julgam perseguidas por toda a gente!
Infelizmente, não é dado a todos sentir e apreciar o amor dos outros.

O amor é uma qualidade da vida divina.
Por isso, só encontrareis verdadeiramente o amor se conseguirdes fazer correr essa vida em vós, uma vida purificada, iluminada graças ao vosso trabalho espiritual.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 18.01.2017



 Cada novo dia traz, evidentemente, motivos de inquietação.
Mas, mesmo que vos encontreis em grandes dificuldades, ou numa situação perigosa, esforçai-vos por não vos deixardes perturbar.
Reagi, ligai-vos à Providência Divina, pedindo-lhe que vos envie a luz.
Graças a essa luz, podeis ver as coisas com mais clareza e impor calma ao vosso coração e à vossa cabeça.
Só nestas condições é que encontrareis as soluções certas.

Todos os perigos e obstáculos perante os quais a alma humana pode ser colocada resumem-se a duas palavras - medo e escuridão - e é preciso fazer tudo para os vencer.
Só há um medo legítimo e bem-vindo que cada um pode tolerar em si mesmo: o receio de perturbar a Ordem Divina.
Aquele que tem medo da pobreza, dos fracassos, da opinião pública, medo da morrer por doença ou acidente... ainda não é um discípulo.
O discípulo só tem um medo, o de ser uma nota falsa na Harmonia Universal.

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

RUMO A UMA CIVILIZAÇÃO SOLAR


Capítulo V  -  O  PLEXO  SOLAR


A luz, o calor e a vida que nós conhecemos mais não são que um aspecto muito inferior da verdadeira luz, do verdadeiro calor e da verdadeira vida.
Por detrás da luz do Sol há a luz de Deus, mas nós não podemos conhecê-la, do mesmo modo que não podemos conhecer o seu calor, o seu amor ou a sua vida, isto é, o grau mais intenso da vida.
Deus é incognoscível, impossível de compreender e, ao mesmo tempo Ele quase nos toca, mas sob uma forma remota, muito inperfeita.
Não devemos imaginar que a luz do Sol é a verdadeira luz de Deus.
É um reflexo da verdadeira luz.
A outra luz não podemos nem conhecê-la nem compreendê-la; ela é tão subtil e potente, que para nós, e mesmo para muitos espíritos mais evoluídos do que nós, ela é trevas.
Na Ciência Iniciática diz-se que foram as trevas que produziram a luz.
Na origem era o caos, a matéria inorganizada: «hyle», como lhe chamam os Gregos.
Este caos é representado por um círculo, o zero.
Simbolicamente, o círculo é o infinito, a matéria inanimada.
Mas é muito difícil apreender semelhantes noções; intelectualmente é quase impossível.
É por isso que os filósofos e os sábios que querem compreender tudo intelectualmente não o conseguem.
Aquilo que é teórico, ainda vai, o seu cérebro apanha.
Mas compreender verdadeiramente as coisas, quer dizer, senti-las, apreciá-las e vivê-las, isso não é facultado ao cérebro.
Aliás, diz-se muitas vezes que é o coração que compreende, e fala-se da inteligência do coração...
Até os Evangelhos fazem alusão ao coração como órgão de compreensão.
Mas de que coração se trata?
Crê-se  que é do coração físico, o órgão que faz circular o sangue.
Mas não, o verdadeiro coração, o coração iniciático é o plexo solar: é ele que sente, que compreende, que apreende as grandes verdades cósmicas.
O cérebro apenas é um pouco capaz de discutir, de escrever, de falar e de pavonear-se sem sequer ter uma ideia clara das coisas.
Reparai naquilo que se passa no mundo actual, o mundo da quinta raça: explica-se, fala-se, escreve-se, mas na verdade nada se compreendeu, porque com o cérebro é impossível ter uma compreensão perfeita.
É preciso viver as coisas para compreendê-las, é preciso vivê-las com todo o seu ser.
O plexo solar dirige todas as funções do corpo físico; é dele que dependem a respiração, a eliminação, a circulação, a nutrição, o crescimento.
É também pelo plexo solar que o homem pode comunicar verdadeiramente com o Universo, porque o plexo solar está ligado a todo o Cosmos, o que não acontece com o cérebro.
Na verdade, esta comunicação poderia ser estabelecida, mas o cérebro não está ainda suficientemente desenvolvido para isso, porque é uma formação muito recente.
O plexo solar foi formado há muito mais tempo; foi ele que  creou o cérebro e é ele que o alimenta.
Sim, o cérebro é um produto do plexo solar, é seu filho e, é por isso que o plexo solar o alimenta, lhe envia ajudas e, quando ele pára de enviar-lhas, o homem adormece, embrutece ou tem dores de cabeça, deixa de poder reflectir.
O cérebro não está separado do plexo solar, mas se nem sempre pode beneficiar do seu apoio é porque não consegue entrar ainda em comunicação com ele.
Já vos expliquei que o plexo solar é um cérebro invertido, porque no cérebro a matéria cinzenta está no exterior e a matéria branca no interior, ao passo que no plexo solar a matéria cinzenta está no interior e a matéria branca no exterior.
Disse-vos também que a matéria cinzenta permite-nos pensar, enquanto a matéria branca permite-nos sentir.
Portanto, graças à matéria branca que está no exterior, o plexo solar sente tudo o que se passa no ser humano, em todas as suas células; por isso ele se ocupa, incessantemente, de restabelecer o equilíbrio.
Ao passo que o cérebro não sente absolutamente nada, salvo quando as coisas vão muito mal e tudo está obstruído.
Mas ele não sabe como remediar isso.
Por exemplo: se o vosso coração bate demasiado depressa ou demasiado lentamente, ou se tiverdes dores de estômago, o cérebro é incapaz de fazer seja o que for.
De resto, isso não depende dele.
Ao passo que o plexo solar, se lhe derdes boas condições para funcionar normalmente, restabelece tudo.
Ele possui uma farmácia formidável que não podeis sequer imaginar e, como está em relação com todos os órgãos, com todas as células, sabe o que se passa e pode intervir.
Está, pois, muito melhor equipado do que o cérebro.
Mas até agora nada disto foi bem explicado, nem mesmo pela ciência médica.
Nos animais e nos humanos, o cérebro desenvolveu-se muito tarde; e, até o cérebro das formigas, por exemplo, está melhor organizado do que o do homem, porque as formigas são mais antigas do que ele.
Se se comparar o cérebro das formigas com o do homem, fica-se espantado ao ver como elas conseguiram organizar um cérebro tão minúsculo.
O cérebro humano não está ainda bem organizado, mas sê-lo-á mais tarde, porque tem a missão de registar a totalidade dos conhecimentos e conceber realizações fantásticas.
Contudo, repito, aquele que dirige, que comanda e do qual tudo depende, é o plexo solar, com o centro Hara situado um pouco mais baixo, pois estão em comunicação.
Os Ocidentais estão a destruir-se porque toda a sua actividade está situada no cérebro: os estudos, os cálculos, as inquietações, etc...
Mas como ele não está lá muito preparado para resistir a grandes tensões, muitas doenças nervosas aparecem, actualmente, porque o cérebro está sobrecarregado.
Se os Ocidentais soubessem como repartir o trabalho entre o plexo solar e o cérebro, nunca ficariam cansados.
Porquê?
Porque o plexo solar nunca se fatiga, é um reservatório quase inesgotável.
Mas o homem que vive uma vida desordenada perturba o funcionamento do plexo solar e, então sente-se bloqueado, comprimido, com os nervos doentes.
Aqueles que não vivem correctamente estão a demolir o factor mais importante de que depende o resto do seu organismo.

Nos velhos tratados de alquimia, falava-se de uma espécie de óleo ou de essência que possuía propriedades maravilhosas: dava a saúde, a inteligência, a beleza, o saber...
Na verdade, todos os seres vivos - as plantas, os animais e os humanos - podem destilar essa essência.
Têm-lhe dado vários nomes: verdadeira seiva, prâna, elixir da vida imortal...
Outros chamam-lhe magnetismo.
Era desta essência que Jesus falava quando dizia: «Do seu seio jorrarão fontes de água viva.»
E quando o homem se alimenta, quando respira (pois no ar está espalhada uma essência vinda do Sol que nós podemos captar pela respiração) e, até quando pensa, ele procura extrair esta essência, este óleo.
Ora, eu já vos disse que esta essência se encontra por toda a parte.
As plantas colhem-na no solo, no ar, nos raios do Sol e, graças a ela, preparam a seiva.
A seiva dos vegetais é o símbolo desta seiva viva que corre em nós.
E onde corre ela?
Justamente no plexo solar.
Por vezes, quando estais inquietos, descontentes, impacientes, se fordes suficientemente sensíveis para poder observar o que em vós se passa, constatareis que algo se dispersa no vosso plexo solar.
O plexo solar é o vaso que conserva o magnetismo vivo, e quando este se escapa sentis que vos tornais fracos, incapazes de agir, de vos concentrardes.
Pelo contrário, se estiverdes felizes, calmos, sentis uma dilatação do plexo solar, algo que corre como uma nascente.
O plexo solar é o reservatório das forças vitais, o acumulador de todas as energias.
Se souberdes enchê-lo quotidianamente, tereis uma fonte onde podereis colher, em qualquer altura, as forças que vos são necessárias.
Eis um exercício que podeis fazer justamente ao nascer-do-sol: quando meditais sobre a luz e sobre o calor do Sol, colocai a mão direita sobre o vosso plexo solar e, deste modo enchê-lo-eis de forças e energias que vos permitirão prosseguir infatigavelmente o vosso trabalho.

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 17.01.2017

Todo o mistério da vida está contido na respiração.
Mas a vida não pode ser confundida com o facto de se respirar nem com o ar em si mesmo; ela tem por origem um elemento superior ao ar e para o qual o ar é um alimento: o fogo.
A vida tem a sua origem no fogo e o ar serve unicamente para o alimentar, pois, sem a presença do ar, o fogo extingue-se.
A acção dos pulmões é precisamente a de alimentar o fogo que arde no coração.
A causa primeira da vida é, pois, o fogo; e o ar, que é seu irmão, alimenta-o e vivifica-o.
Com a última expiração, o fogo extingue-se: a derradeira expiração extingue o fogo.

Uma vez que é o ar que mantém o fogo da vida, há que dar uma grande atenção ao processo da respiração.
Não vos limiteis a pensar que, pelo facto de respirardes, tudo está bem.
Não!
Na maior parte dos humanos, apesar de eles respirarem - pois estão vivos -, o processo da respiração está enfraquecido, entravado.
Por isso, eles precisam de se exercitar a trabalhar com o ar, para animarem, purificarem e intensificarem a vida neles mesmos.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 16.01.2017

Quaisquer que sejam os vossos sofrimentos e as vossas dificuldades, não deveis ir queixar-vos aos outros e ficar com um ar sombrio; pelo contrário, procurai acender luzes em vós.
Sim, quanto mais as coisas correm mal, mais luzes deveis acender.
Sabeis o que se passará então?
De todos os lados virão pessoas que essa luz terá atraído e elas dir-vos-ão: «Gostávamos de dar-lhe uma ajuda.
Do que é que necessita?»
Ficareis até sem saber o que fazer com todos os serviços que quererão prestar-vos...
Simplesmente por causa da vossa luz!

As pessoas crêem que as suas infelicidades podem tocar o coração dos outros e então relatam-nas, até as exageram, na esperança de obterem ajuda e socorro.
Mas aqueles a quem se impõe tais relatos só têm um desejo: fugir.
Sim, infelizmente é assim.
Nessas condições, é raro alguém ser escutado, porque só a beleza, a luz e o amor atraem os humanos.
Portanto, quanto mais as coisas vos correm mal, mais radiosos e alegres deveis ser.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


sábado, 14 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 15.01.2017

Alguém diz: «Eu quero fazer o bem, peço a Deus que me oriente na via do bem, mas caio sempre onde não devo; por que é que Ele me deixa extraviar-me?
Evidentemente, Deus é que tem a culpa, e não ele!
Mas será que ele, esse ser magnífico que quer o bem, já se interrogou sobre o que quer realmente?
Quer um bem que seja fácil de realizar, um bem que não perturbe os seus projectos pessoais, que não se oponha à sua necessidade de conforto, de prazer, de riqueza, de poder, de glória.
Então, o que pode fazer o Senhor com um ser que construiu para si próprio uma concepção tão ligeira e preguiçosa do bem?
Deixa-o agir e ir para onde ele quiser.

Aquele que tem, verdadeiramente, um alto ideal de justiça, de bondade, de generosidade, e que não se poupa a esforços para realizar esse ideal, recebe interiormente alguns conselhos sobre a via a seguir.
Mesmo que não encontre essa via desde o início, algo o impelirá a parar a tempo e a fazer marcha atrás para se pôr no bom caminho.


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 14.01.2017

O homem só pode alcançar Deus, o Espírito Cósmico, se se esforçar por alcançar o espírito nele mesmo, o seu Eu superior.
Assim, quando orais a Deus, na realidade é o cume do vosso ser que procurais atingir.
Se conseguirdes, desencadeareis uma vibração tão pura e subtil que, ao propagar-se, ela produzirá em vós as transformações mais benéficas.
E, mesmo se não obtiverdes ainda o que pedistes na vossa oração, pelo menos ganhareis alguns elementos muito preciosos.

O que é que dá sentido à oração?
O esforço que fazeis para atingir um cume em vós mesmos.
Graças a esse esforço, movimentais lá muito longe, muito alto, uma energia que, ao vir até vós, produz vibrações de uma extrema subtileza, produz sons, perfumes, cores, e regenera todo o vosso ser.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 13.01.2017

As três virtudes "esperança", "fé" e "amor" correspondem, respectivamente, à forma, ao conteúdo e ao sentido.
A esperança está ligada à forma, a fé, ao conteúdo e o amor, ao sentido.
É a forma que preserva o conteúdo.
O conteúdo traz a força.
E a força só tem razão de ser se lhe for atribuído um sentido.

Quando a esperança é forte, age sobre o corpo físico, influenciando favoravelmente o estômago e todo o sistema digestivo.
Se, pelo contrário, ela é fraca ou não existe, o sistema digestivo é afetado por isso e a beleza do corpo também se altera.

A fé, que corresponde ao conteúdo, está ligada à força e influencia os pulmões.
Para recebermos energias, vivermos a vida em plenitude e respirarmos os eflúvios celestes, devemos cultivar a fé.

Finalmente, para que a nossa vida adquira o seu sentido mais amplo e mais profundo, é o amor que, como uma fonte, deve jorrar em nós.
Apesar dos conhecimentos e das riquezas que possamos adquirir, a vida perde todo o seu sentido sem o amor.
O amor está relacionado com o cérebro, e aquele que quer ter a verdadeira inteligência deve aprender a amar.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


O VERDADEIRO ENSINAMENTO DO CRISTO






III Capítulo  -  SEDE  PERFEITOS  COMO  O  VOSSO  PAI  CELESTE  É  PERFEITO
                        (II parte - Continuação)


Também se pode dizer que esta imagem divina em nós é o nosso Eu superior, para o qual devemos tender a fim de nos fundirmos com ele, tal como a sementinha, que era negra, baça e insignificante, se transforma numa árvore gigantesca, rica, portentosa.
Observai um carvalho: inicialmente era uma pequenina glande, mesmo boa para ser comida por um porco.
E depois, anos mais tarde, vemos uma magnífica árvore que embeleza a floresta: a sua folhagem purifica a atmosfera, as aves constroem ninhos nos seus ramos, as crianças penduram nela os seus baloiços, os passeantes vêm repousar junto dela, os pintores inspiram-se nela para os seus quadros, os camponeses aproveitam a sua lenha para fazer lume...
Que árvore formidável, um carvalho!
No entanto, inicialmente não era quase nada.
Nós também não somos quase nada, mas, se soubermos servir-nos desse meio fantástico, dessa "força forte de todas as forças", para trabalharmos a imagem divina que existe em nós, conseguiremos realizar-nos tal como o Senhor nos concebeu.
Está escrito que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança.
Essa imagem está em nós, foi o próprio Deus que a colocou em nós, e agora compete-nos fazer esforços para conseguirmos chegar à semelhança.
A única actividade digna desse nome é trabalharmos para nos assemelharmos ao nosso Pai Celeste, pelo menos esforçarmo-nos para o conseguir, para irmos sempre mais longe, mais alto, para vermos as coisas de outro modo, na sua imensidão e no seu esplendor.
Sim, Deus criou o homem à sua imagem, e essa imagem encontra-se no germe do corpo átmico.
A imagem de Deus no homem não se pode encontrar nos planos físico, astral ou mental, senão poder-se-ia concluir que o Senhor era muito imperfeito, muito desajeitado e muito fraco.
É no Alto, no nosso espírito, lá onde reinam a beleza e a perfeição absolutas que nós somos à imagem de Deus.
É impossível vermos essa perfeição porque os outros corpos, mais densos, são como carapaças que nos impedem de a vislumbrar.
Mas aquele que souber concentrar-se nesse germe sublime que representa a luz absoluta, o amor absoluto, consegue, pouco a pouco, fazê-lo crescer e desenvolver-se.
Enquanto não houver nada que o vivifique - nem pensamento, nem sentimento - o germe permanecerá improdutivo e o homem continuará a viver a sua vida medíocre, sem saber que existem meios de a transformar.
Mas, no momento em que o discípulo se torna capaz de projectar o seu pensamento e o seu amor nesse germe, ele não só começa a desenvolver-se, como influencia os outros corpos que, pouco a pouco, na medida das suas possibilidades (porque eles, apesar de tudo, são limitados), conseguem transformar-se.
A partir do momento em que ele consegue vivificar essa matriz que em si existe, influencia progressivamente as células de todo o corpo, criando entre elas uma extraordinária harmonia.
A Cabala explica que o primeiro homem que vivia no Jardim do Éden, o homem cósmico, chamado Adam Kadmon, tinha exactamente o rosto do Senhor.
Mas, mais tarde, quando o intelecto despertou nele (e este processo é simbolizado pela serpente enrolada à volta da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal), o primeiro homem foi tentado a alargar o campo dos seus conhecimentos e abandonou o Paraíso (quer dizer, desceu às regiões cada vez mais densas da matéria, onde conheceu o frio, a escuridão, a doença, a morte), e os espíritos da Natureza e os animais, que até então lhe obedeciam, afastaram-se dele e começaram a atormentá-lo.
Quando o homem conseguir voltar a ter o seu rosto primordial, todos os espíritos do Universo lhe obedecerão de novo e conceder-lhe-ão tudo o que ele lhes pedir.
Mas até lá, ele continuará a assemelhar-se àquele filho pródigo da parábola que, tendo deixado a casa paterna para correr mundo, veio a viver miseravelmente como guardador de porcos.
Mas, ao menos, esse filho pródigo acabou por compreender que devia voltar para a casa do pai...
E vós?
Será que também acabareis por compreender que deveis regressar à Origem, para reencontrardes a luz, o amor e a vida do Pai Celeste?
Regressar à Origem, à Fonte, é o que nós fazemos todas as manhãs quando vamos contemplar o Sol, porque o Sol é a expressão da Divindade na terra.
Nenhum Iniciado vos dirá que o Sol é o próprio Deus, e eu também não vos digo isso, mas, nos seus aspectos de luz, de calor e de vida, o Sol é o melhor símbolo da Santíssima Trindade.
Se nos aproximarmos dele conscientemente, todas as manhãs, ele alimentará e reforçará essa pequena trindade que trazemos em nós: o intelecto que necessita de luz, o coração que necessita de calor, de amor, e a vontade que necessita de vida, de energia.
Mas os cristãos, que não quiseram ver no Sol a manifestação da Santíssima Trindade, porque isso lhes parecia uma concepção de pagãos ou de selvagens, preferiram procurá-la em imagens mortas que nada exprimem, que não irradiam e, portanto, não têm qualquer utilidade.
Ao contemplar o Sol, vós permitis que essa força akashica, a força Telesma, que ele propaga através do espaço, venha vivificar no germe sublime que trazeis em vós, a imagem que é a matriz, o cunho perfeito do Senhor.
Quando conseguirdes reencontrar essa imagem em vós, os espíritos da Natureza, os quatro elementos, colocar-se-ão ao vosso serviço; se lhes fizerdes algum pedido, eles ficarão muito contentes por corresponderem a ele, porque vêem em vós essa imagem que respeitam.
Mas, se não a virem, voltar-se-ão contra vós e poderão mesmo desagregar-vos.
Foi assim que certos magos negros, que quiseram comandar os espíritos da Natureza, se tornaram suas vítimas; os espíritos vingaram-se e dilaceraram-nos, porque não gostam que alguém tente impor-se a eles por intermédio de conjurações mágicas.
A única  força que eles respeitam é a luz que o Iniciado projecta quando consegue expressar o verdadeiro cunho de Deus que traz em si.
Porque não esclarecem os cristãos e os deixam andar a patinhar em noções tão ineficazes, inúteis e até nocivas?
Há dois mil anos, Jesus disse: «Sede perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito», mas será que os cristãos procuram realmente a perfeição do seu Pai Celeste?
Eles mostram-se sempre fracos, miseráveis, invejosos, rancorosos, coléricos, sensuais...
É isso a Divindade?
As noções e os conhecimentos que lhes deram são insuficientes para eles poderem transformar-se verdadeiramente.
Eles precisam de mais qualquer coisa.
Alguns dirão: «Como?
Eles têm tudo!
Está tudo nos Evangelhos!»
Sim, eu sei, mas será que eles compreenderam os Evangelhos?
Mais do que ninguém, eu estou convencido de que os Evangelhos contêm tesouros, mas tesouros que eles ainda não souberam descobrir e muito menos aplicar.
Sim, está tudo nos Evangelhos, na cabeça dos cristãos é que não há grande coisa.
A filosofia do Cristo conduz o homem à realização do mais alto ideal: assemelhar-se ao modelo divino que traz em si, no plano átmico.
Jesus só pôde dizer «Sede perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito» porque em cada criatura está depositada, como uma semente, a imagem da perfeição do Pai Celeste, e alimentando essa semente, regando-a, vivificando-a, pouco a pouco aproximais-vos da sua perfeição.
Mas só o alto ideal pode ajudar-vos a chegar lá.
A mãe que espera um filho não sabe como se forma essa criança, não tem consciência de nada, no entanto a criança forma-se segundo um esquema invisível contido no germe que ela recebeu.
Ela própria nada sabe, mas no seu subconsciente há forças que sabem muito bem como actuar.
De igual modo, vós podeis estimular o crescimento do germe divino.
Por isso, quando fizerdes as vossas orações, quando estiverdes a meditar, esforçai-vos por subir ao cume do vosso ser, porque é daí, do cume, ou do coração (a palavra é diferente, mas a atitude interior é a mesma), que fluirão forças e energias que irão transformar tudo em vós, até à vibração da mais pequena célula, do mais pequeno átomo do vosso ser.


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 12.01.2017


Existem inúmeros livros que dizem como meditar e que fórmulas pronunciar durante as meditações...
Eu não nego que essas fórmulas sejam belas, úteis e eficazes.
Mas há uma palavra que nunca é mencionada, uma palavra que, para mim, é a mais poderosa de todas, uma palavra que ilumina, que harmoniza, que cura; é a palavra "obrigado".
Eu experimentei muitos métodos na minha vida, fiz muitas experiências, mas, no dia em que me habituei a dizer conscientemente a palavra "obrigado", senti que tinha ali uma varinha mágica capaz de transformar tudo.
Se souberdes como pronunciá-la, esta palavra fará em vós um trabalho até à medula dos vossos ossos.

Nada é mais importante do que agradecer a Deus: «Obrigado, Senhor!
Obrigado com todo o meu coração, todo o meu pensamento, toda a minha alma e todo o meu espírito!
Obrigado!»
Tereis a eternidade para verificar o valor desta palavra.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O VERDADEIRO ENSINAMENTO DO CRISTO






III Capítulo  -  SEDE  PERFEITOS  COMO  O  VOSSO  PAI  CELESTE  É  PERFEITO
                        (II parte)


Uma semente não é mais do que um ser vivo que apela incessantemente às forças e aos materiais do Cosmos para poder realizar a sua tarefa.
E a sua tarefa é assemelhar-se à árvore que a produziu.
O Criador depôs na semente a vocação de se assemelhar à sua mãe, a árvore; por isso, uma vez plantada, a menos que seja defeituosa, todo o seu trabalho irá no sentido de concretizar essa vocação, utilizando entre os elementos que a rodeiam, aqueles que lhe são convenientes, e deixando os outros de lado.
É assim que ela conseguirá exprimir todas as tendências indicadas no esquema que traz em si.
Ora bem: acontece o mesmo com o homem.
Uma vez que Deus criou o homem à sua imagem, ele tem a possibilidade de se tornar como o seu Pai Celeste, se se desenvolver correctamente.
O que existe numa semente?
Se a cortardes para a examinar ao microscópio não descobrireis nela a imagem da árvore.
Todavia, quando a puserdes na terra, essa sementinha insignificante vai dar, pouco a pouco, uma planta magnífica com raízes, caule, folhas, flores e frutos.
É evidente que, se abrirdes a semente para a estudar, não encontrareis o desenho dos ramos ou das folhas, porque esse registo é de natureza etérica.
Só quando tiverdes a possibilidade de ver no mundo etérico é que vos apercebereis de toda a estrutura da árvore tal como ela deverá desenvolver-se, segundo esta ou aquela linha de força.
O crescimento é, pois, um trabalho que se processa segundo um certo esquema, segundo determinadas linhas de força, para que a planta adquira exactamente as mesmas características que aquela que a produziu: forma, dimensão, cor, gosto, perfume, propriedades.
Toda a gente acha isso normal, natural, não suscita reflexões nem interrogações, mas não é extraordinário?...
Contudo, o mais extraordinário é que esse processo de crescimento da semente pode revelar-nos o mistério do homem.
O homem também possui interiormente um esquema segundo o qual as forças que estão nele se determinam, se orientam.
O que é este esquema e como realizá-lo  -  é sobre isso que eu agora vou falar-vos.
Quando se quer construir um edifício qualquer, é sempre necessário um projecto, um plano.
Assim, para qualquer construção, há sempre o autor do plano, o arquitecto, e depois os operários que executam o trabalho e, evidentemente, os materiais necessários à construção.
O mesmo sucede quando uma criança se forma no ventre da mãe: ela forma-se segundo um esquema, um plano, um programa elaborado pelos Senhores dos Destinos, consoante o que aquele ser mereceu pela vida que levou nas incarnações anteriores, e a mãe constrói-lhe uma casa, ou seja, um corpo correspondente a esse plano.
Assim, quando um ser humano desce à terra, vem com um germe que contém as linhas de força do seu destino - como cada grão ou semente que encontramos na natureza -, isto é, um registo original segundo o qual a planta começa a desenvolver-se e a crescer quando é posta na terra.
É em conformidade com esta imagem, com este registo, que vai decorrer todo o seu crescimento.
Na realidade, não é a partir de apenas um germe que o ser humano se desenvolve, mas a partir de sete.
Estes sete germes correspondem aos seus diferentes corpos: átmico, búdico, causal, mental, astral, etérico e físico.
Estes corpos são os suportes da vida física (corpo físico), afectiva (corpo astral), intelectual (corpo mental) e espiritual (corpos causal, búdico e átmico).
À medida que vai descendo através das diferentes regiões do espaço, ele recebe os germes que permitirão que esses corpos se desenvolvam, começando pelo mais subtil, o corpo átmico, para terminar no mais material, o corpo físico.
Mas voltemos à semente.
Alguns viajantes que foram à Índia contam que viram faquires plantar um caroço de manga, por exemplo, e fazer crescer, em muito pouco tempo, uma pequena árvore cujos frutos distribuíam depois pela multidão.
Este fenómeno explica-se pelo facto de o faquir trabalhar com uma substância a que, na Índia se chama akasha.
Esta substância etérica propagada no espaço, pode ser utilizada para acelerar o crescimento da vegetação e fazer amadurecer os frutos muito rapidamente.
Portanto, quem souber concentrar-se nesta força akashica é capaz de fazer crescer, em muito pouco tempo, uma árvore que normalmente levaria meses ou anos a completar o seu crescimento.
Mas nenhum dos pensadores que se debruçaram sobre este fenómeno (e eu não falo, bem entendido, daqueles que só quiseram ver nele charlatanismo), foi ao ponto de descobrir que o ser humano pode igualmente acelerar o seu aperfeiçoamento.
A vocação do homem é alcançar a perfeição do seu Pai Celeste; ainda que esta evolução tenha de demorar séculos, milénios, o ser humano está construído para atingir a perfeição divina; isso está inscrito na sua estrutura.
Na realidade, o que não se sabe é que ele pode atingir esse estado de perfeição numa única incarnação.
Sim, isso é possível, mas na condição de ele ser capaz de encontrar essa imagem de Deus em si mesmo e de a alimentar, servindo-se da matéria akashica, da electricidade cósmica, a que Hermes Trismegisto, na Tábua de Esmeralda, chama a força Telesma.
Seja qual for o nome que se lhe dê, trata-se sempre dessa mesma força primordial, "a força forte de todas as forças", como Hermes Trismegisto também lhe chama, essa força que vem do Sol, de que o Sol é o distribuidor e a fonte inesgotável.
Uma das manifestações dessa força é o amor, o amor que faz mover os mundos e de que o amor sexual é apenas um aspecto limitado.
É esta a verdadeira ciência, que muito poucos possuem: como trabalhar com essa força para atingir a perfeição, essa perfeição que já está gravada algures em nós, tal como na semente.
A semente não se assemelha à árvore, mas a imagem da árvore está inscrita nela; se a puserdes em condições favoráveis, ela transformar-se-á numa árvore, porque antes de se realizar no domínio material, físico, essa imagem da árvore já está realizada algures no domínio subtil.
A vocação desta semente que nós somos, consiste, pois, em nos aproximarmos cada vez mais da imagem do Pai Celeste que trazemos em nós, em vibrarmos em uníssono com Ele, a fim de nos tornarmos semelhantes a Ele.

Continua


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 11.01.2017

O que é o sangue?
Para a Ciência Iniciática, cada gota de sangue é uma quinta-essência da matéria, pois ela contém os princípios dos quatro elementos: terra, água, ar e fogo.

O sangue representa a vida que circula no Universo e é, em nós, o que mais se aproxima da luz.
O sangue é a vida, acerca da qual São João escreve, no começo do seu Evangelho, que ela é «a luz dos homens».
Ora, a luz é precisamente a matéria da Criação.
O relato do Génesis revela que Deus, para criar o mundo, primeiro fez intervir a luz.
«Deus disse: Haja luz!»
É esta luz que está condensada no nosso sangue.
Portanto, devemos estar muito atentos e considerá-lo com imenso respeito, tomando consciência de que ele é luz condensada, a vida divina condensada.
E, do mesmo modo que o sangue regressa sempre ao coração, a nossa vida deve regressar ao coração do Universo, ao Criador.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 10.01.2017


Uma ideia não é uma abstracção, uma ideia é um ser vivo; e uma ideia divina é uma criatura que desce do mundo do espírito.
Essa criatura faz um trabalho sobre vós.
Enquanto a mantiverdes, enquanto a alimentardes, essa ideia molda-vos, modela-vos, ao ponto de um dia conseguirdes reflectir esse mundo sublime no qual ela tem origem: o mundo dos arquétipos, onde habitam as criaturas a que se chama, precisamente, as Ideias.
Por isso, antes de aceitardes uma ideia, é muito importante estardes vigilantes e lúcidos e, que a estudeis bem para saberdes onde ela vos levará.

Quaisquer que sejam as condições em que vos encontreis, não aceiteis trabalhar a não ser por uma ideia divina: ela dar-vos-á todas as condições para vos melhorardes e fará de vós cidadãos desse mundo que é a sua morada.
É pelas Ideias que estabeleceis relação com as regiões celestes: elas são como abelhas que vos trazem o melhor alimento para a vossa alma e para o vosso espírito.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 09.01.2017

Todas as condições para o nosso sucesso e para a nossa felicidade existem, mas, muitas vezes, nós não queremos reconhecer isso.
Porquê?
Porque os acontecimentos raramente surgem como nós imaginávamos ou esperávamos.
Mas, se aquilo que esperamos se realizasse tal como o desejamos, talvez estivéssemos expostos a complicações e decepções ainda maiores.
Já pensastes nisto?

A sabedoria divina responde aos nossos pedidos, mas fá-lo por intermédio de acontecimentos cujo sentido nos escapa.
Ainda não somos suficientemente clarividentes para interpretar os sinais que nos revelariam o porquê desses acontecimentos, dos encontros que temos ou da presença de certas pessoas no nosso círculo de relações.
Compreendê-lo-emos, certamente, um dia.
Entretanto, devemos confiar no Céu que previu tudo para a nossa evolução.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV