quarta-feira, 25 de junho de 2014

O REINO DE DEUS ESTÁ EM NÓS

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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Jesus veio e ensinou aos humanos que Deus era o seu Pai; a partir daí, a tónica não mais foi posta exclusivamente na noção de justiça, mas na de amor, de bondade e de perdão.
Deus não era mais o amo rígido diante do qual os homens deviam inclinar-se como escravos, mas um Pai, e os homens tornavam-se seus filhos.
Esta mudança de ponto de vista a respeito das relações entre os humanos e o Senhor acarretou uma outra ainda mais profunda, igualmente mencionada nos Evangelhos mas que ainda não foi compreendida.
Esta diz respeito à própria natureza do homem.
Se Deus é nosso Pai, é porque temos a mesma natureza que Ele - nunca se viu um pai e os seus filhos serem de natureza diferente - e se somos da mesma natureza que Ele, podemos identificar-nos com Ele, estamos, pois, n'Ele e Ele em nós.
Não basta considerar que Deus é nosso Pai e nós seus filhos, porque assim admitíamos uma separação, um corte: se Ele está fora de nós e nós fora d'Ele, somos obrigados a sujeitar-nos a tudo o que está compreendido neste intervalo, estamos fora da Sua Luz, da Sua Paz e do Seu Amor
Quantos místicos se queixaram de ter sido abandonados por Deus!
Não.
Deus não os abandonara, eles é que não tinham sabido conservar a consciência da Sua presença, neles.
Deus nunca nos abandona, é na nossa consciência que ocorrem mudanças.
Umas vezes a nossa alma está mais receptiva e nós sentimo-nos penetrados pela luz e pelo calor de Deus.
Outras vezes, pelo contrário, a nossa alma fecha-se e ficamos privados da Sua presença.
De quem é a culpa?
Afastai-vos do sol e sentireis frio e escuridão.
Claro que é difícil manter permanentemente um estado de consciência em que nos sintamos habitados pela presença divina, mas é neste sentido que devemos trabalhar fazendo do nosso ser o templo da Divindade.
Sim, não um palácio, mas um templo.
Evidentemente, já será bom se conseguirmos fazer dele um palácio, mas no palácio falta o elemento de santificação que se encontra no templo.
Naquele que consegue fazer de si próprio um templo, Deus entra e não mais o deixará: a Divindade não deixa o santuário que lhe foi consagrado e onde se continua a prestar-lhe culto na pureza e na luz.

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