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Tomemos precisamente a figura do círculo.
É muito interessante ver como se desenha um círculo.
Coloca-se a ponta do compasso no papel para ter um centro e só mantendo este centro é que se pode traçar a circunferência. Portanto, no princípio há o centro: a circunferência só pode ser traçada a partir do centro.
E os Iniciados fizeram do círculo o símbolo da Criação precisamente para sublinhar a ideia de que tudo o que existe tem uma ligação com o centro e só pode subsistir mantendo e alimentando esta ligação.
Aqueles que cortam esta ligação com o centro não só não podem ter uma ideia clara sobre o mundo nem sobre as entidades e as forças que nele trabalham, como se privam da corrente da vida pura que jorra da Fonte, do próprio Deus.
O equilíbrio da vida cósmica fundamenta-se nas relações que a periferia não pára de manter com o centro.
Todas as partes têm que convergir para o centro, porque é ele que sustenta a sua existência.
Um exemplo destas relações entre o centro e a periferia é-nos dado pelo sistema solar, com os planetas gravitando incansavelmente em volta do sol num movimento harmonioso.
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Evidentemente, o ser humano é constituído de tal modo e as suas condições da vida são tais que ele não pode manter continuamente a sua atenção virada para o centro e negligenciar a periferia.
É obrigado a ir para a periferia, quer dizer, a estudar a matéria, a trabalhar com ela.
Mas para isso ele não tem que romper a ligação espiritual com o centro e separar-se dele; deve, pelo contrário, agarrar-se ao centro divino em si, porque é o centro que une tudo, que congrega tudo, que explica tudo e, a partir deste centro há todas as possibilidades de estender ligações para a periferia.
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Para usar outra imagem, pode dizer-se também que ele enterra profundamente as suas raízes no Céu.
Vale a pena meditar sobre esta questão da ligação que nos une ao centro, porque ela é a condição essencial da nossa vida.
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Eu já vos ensinei exercícios, métodos para restabelecerdes a ligação com o centro do vosso ser.
Esses exercícios andam principalmente à volta do sol, porque, como vos disse, o sistema solar apresenta-nos a imagem ideal das analogias harmoniosas entre o centro e a periferia. Mas hoje ainda posso dar-vos um novo exercício, diferente dos outros.
Por exemplo: de tempos a tempos, parai, fechai os olhos, entrai em vós e experimentai encontrar o centro que é a fonte pura da vida.
Abrir e fechar os olhos é um dos actos mais frequentes da vida diária, mas as pessoas fazem-no inconscientemente e é por isso que não aprendem nada.
De hoje em diante, procurai fazer conscientemente este exercício: fechai os olhos lentamente e deixai-os fechados por um momento... depois, abri-os de novo, lentamente, e estudai as mudanças que ocorrem em vós.
Pouco a pouco, conseguireis compreender como esta alternância entre abrir e fechar os olhos tem a sua correspondência na vida interior: abrir os olhos é ir para a periferia, e fechá-los é voltar ao centro do vosso ser, que é Deus.
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OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
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