Capítulo IV - O PENTAGRAMA
(Continuação - 4)
II
O pentagrama é um símbolo extremamente divulgado.
Ele não foi só adoptado por numerosas sociedades ocultas e tem um papel muito importante nos tratados de magia, como também se vê um pouco por todo o lado, desde as bandeiras de numerosos países e as condecorações militares até às feiras e aos espectáculos de variedades; também há quem o use como enfeite em jóias ou berloques; ele está tão divulgado que já ninguém sequer se questiona sobre o que ele representa.
Não é bom usar tais símbolos se eles não são vivificados, isto é, quando não correspondem a nada na vida, quando não estão ligados, por aquele que os usa, a uma ideia, a um pensamento, a uma virtude.
Usar jóias iniciáticas pode ser útil e benéfico se forem preenchidas certas condições, senão correm-se riscos.
Há espíritos do mundo astral que são atraídos pelos pantáculos*, mas, se sentem que o homem não pratica as virtudes correspondentes aos símbolos que traz consigo, eles lançam-se contra ele.
Quantas pessoas, e até ocultistas, que se serviram de talismãs, viram as suas vidas perturbadas por forças invisíveis de que não sabiam proteger-se!
Há pessoas que compram talismãs para que eles lhes tragam de volta um bem-amado infiel ou para serem bem sucedidas, sem se darem conta de que estão é a lançar-se de cabeça em grandes complicações.
Eu não tenho o desejo de impedir que os fabricantes e comerciantes de talismãs façam negócio, mas quero chamar a vossa atenção para o significado, o valor e o poder dessas representações, a fim de que não tenteis fazer experiências perigosas.
Os símbolos estão sempre ligados a entidades, e os homens que se servem deles ligam-se a essas entidades e fazem com elas contratos que podem custar-lhe muito caro.
O mundo invisível não gosta de ser tratado levianamente; ele aceita ser incomodado e até gosta que se recorra a ele, mas desde que seja para realizar uma ideia muito elevada, para servir a Causa Divina.
Não se tem o direito de manipular símbolos sem se ter um conhecimento exacto a seu respeito.
Cada símbolo é um sinal convencional na Natureza e, mesmo que os humanos não saibam o que significa esse sinal, os espíritos da Natureza sabem-no.
Portanto, atenção!
Quando ostentais o símbolo do pentagrama, isso é como que uma ordem, um sinal, para que se desencadeiem certas energias.
Por isso é importante trabalhar conscientemente com este símbolo e, principalmente, colocá-lo correctamente, isto é, com uma ponta para cima.
O pentagrama com a ponta para cima é o homem cujo pensamento está dirigido para Deus, o homem que quer trabalhar para a glória de Deus; todas as outras actividades, representadas pelos braços e pelas pernas, estão subordinadas a este trabalho ao serviço da Divindade.
Se inverterdes o pentagrama, o homem ficará com a cabeça para baixo; ele deixará de ser conforme à ordem divina, o que é exactamente a atitude do Diabo.
Porque é que se tomou a cabeça de bode como símbolo do Diabo?
Porque, com os seus cornos, as suas orelhas e a sua barbicha, esta cabeça tem a forma do pentagrama invertido.
Portanto, atenção à maneira como desenhais ou colocais um pentagrama, pois trata-se de um símbolo extremamente poderoso.
O número cinco é o da séfira Guéburah, onde se encontra o planeta Marte.
Guéburah é o poder, a força que repele os inimigos, que protege.
Por isso os magos colocavam muitas vezes um pentagrama à entrada das suas casas; proibiam assim a entrada dos espíritos infernais e também impediam os espíritos bons de saírem.
Evidentemente, para se estar protegido não basta colocar um pentagrama à entrada de casa.
Para que este símbolo seja verdadeiramente eficaz é preciso trabalhar para se ser interiormente um pentagrama.
O pentagrama é, se quiserdes, o esqueleto de um espírito do plano astral.
Se o vivificardes, esse espírito é como um cão que defende a entrada das entidades maléficas; e vós só podeis vivificá-lo por intermédio da vossa maneira de viver.
Jesus só possuía tamanho poder de expulsar os demónios, de repelir as forças do mal, porque ele próprio era o pentagrama vivo.
Quando tiverdes que desenhar este símbolo, fazei-o com a consciência do que ele representa, para que as suas vibrações benéficas atravessem o espaço e voltem até vós amplificadas; é assim que avançareis no caminho da perfeição.
À noite, por exemplo, antes de vos deitardes, para adormecerdes nas melhores condições de paz e harmonia, também podeis traçar o pentagrama no ar, com a mão direita, seguindo este traçado:
Evidentemente, eu sei que alguns prefeririam ouvir falar de talismãs onde se gravam figuras, sinais, fórmulas mágicas, sortilégios com palavras incompreensíveis...
Eles não se apercebem de quão perigoso é o que pretendem.
É necessário ser-se muito avançado e muito puro para se entrar no domínio da alta magia.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
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