segunda-feira, 18 de julho de 2016

O HOMEM NO ORGANISMO CÓSMICO - Fascículo Nº. 4

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


10º. Capítulo  -  RESTABELECER  O  CONTACTO  COM  A  VIDA  UNIVERSAL


Imensas pessoas têm a impressão de ter sido lançadas no mundo como num meio que lhes é estranho e até hostil!
Porquê?
Porque perderam o contacto com a Natureza.
Elas já não sentem a amizade, a benquerença de tudo o que existe à sua volta: as pedras, as plantas, os animais, o sol, as estrelas...
Mesmo quando se encontram abrigadas nas suas casas, estão inquietas, perturbadas.
Mesmo durante o sono, sentem-se ameaçadas.
É uma impressão subjectiva porque, na realidade, nada as ameaça assim tanto; mas, interiormente, algo se degradou e elas não se sentem protegidas.
É preciso, pois, que elas restabeleçam o contacto com a Vida Universal a fim de compreenderem a sua linguagem e de trabalharem em harmonia com ela.
Toda a Natureza fala, tudo o que existe no Universo possui uma maneira particular de se exprimir.
A questão está em trabalharmos sobre as nossas faculdades de percepção a fim de compreendermos todas as manifestações da Natureza e as suas formas de linguagem, mas também em encontrarmos em nós próprios meios de expressão para nos dirigirmos a ela ou responder-lhe.
Porque a Natureza é viva e inteligente.
Sim, inteligente; a inteligência não é própria só do homem.
É muito difícil de admitir para alguns, eu sei, mas eles devem saber que, à medida que mudamos a nossa opinião sobre a Natureza, modificamos o nosso destino.
A Natureza é o corpo de Deus.
Se nós pensamos que ela é morta e estúpida, diminuímos a vida em nós, e se pensamos que ela é viva e inteligente, que as pedras, as plantas, os animais, as estrelas, são vivos e inteligentes, também introduzimos a vida em nós.
E porque a Natureza é viva e inteligente, devemos estar extremamente atentos a ela, respeitá-la e aproximar-nos dela com um sentimento sagrado.
Muitos de vós pensam: «Que importa se eu ajo em relação à Natureza com respeito ou não?
Para ela, isso nada muda, eu não lhe faço bem nem mal.»
Na realidade, deveis respeitar a Natureza não tanto por ela, mas por vós.
Se fordes atenciosos com as pedras, as plantas, os animais e os homens, e até com os objectos que vos rodeiam, a vossa consciência da vida desenvolve-se, aprofunda-se, e sois enriquecidos por toda essa vida que respira e vibra em vosso redor.
Certamente nunca pensastes nisto, e é essa a razão por que vos sentis muitas vezes desorientados, angustiados, no vazio.
Quereis sair dessa situação?
Pensai que estais ligados às forças e às entidades luminosas da Natureza e que podeis comungar com elas.
A verdadeira vida é esta comunhão diária e ininterrupta com uma multidão de criaturas.
«Mas - direis vós - como fazer isso?»
Pelo amor.
Não há outro meio a não ser o amor.
Se amais a Natureza, ela falará em vós, porque vós também sois uma parte da Natureza.
Claro que é necessária toda uma preparação para atingir este estado de consciência.
Mas, no dia em que o atingirdes, sentir-vos-eis na luz e em paz, protegidos pela Mãe Natureza que vos reconhece como seu filho, e ela acarinha-vos, toma-vos nos seus braços, dá-vos das suas alegrias...
Vós nem sequer sabeis de onde vêm essas alegrias, mas ficais felizes, como se o Céu e a terra vos pertencessem.

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