segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

DESCOBERTA DA ÁGUA

A água é o fluido vital da terra.
Os rios e os ribeiros representam as artérias e as veias; os lagos, os plexos; etc.
Tal como o sangue, a água é esse elemento tão precioso e indispensável que traz a vida, que alimenta todas as criaturas: as pedras, as plantas, os animais, os homens...
Mesmo os cristais precisam de água para se formar: as pedras preciosas só existem graças a algumas partículas de água sem as quais elas se desfariam em pó.
É a água que faz com que a pedra seja resistente, colorida e transparente à luz.
Quanto à vegetação, cujas raízes estão enterradas no solo, ela constitui o corpo etérico da terra.
Sim, o corpo etérico da terra são as árvores e a água é o fluido que sustenta esse corpo.
As flores, as árvores e todas as plantas dão forma à terra e vivificam-na por intermédio da água.
Se quisermos penetrar nos segredos da Natureza, é preciso esforçarmo-nos por compreender a importância da água, meditar sobre o seu significado, as suas propriedades, o seu poder, sobre tudo o que está oculto nela.
Todos se comportam de um modo negligente em relação à água, não se tem consideração por ela, ela não é apreciada.
Vós direis. «Não, ela é apreciada!»
Sim, instintivamente, mecanicamente, inconscientemente, mas não é a isso que eu me refiro.
É na vossa consciência que deveis valorizar a água, para que ela se torne um factor poderoso na vossa vida psíquica, na vossa vida afectiva e mental.

Eu até já constatei que alguns, diante de um rio, de um lago ou do mar, ficam tão insensíveis como diante de uma parede.
Aquela água não lhes diz nada, é como se eles não a vissem.
Só se preocupam com a água quando ela falta e eles se questionam como é que vão poder cozinhar, lavar a loiça, tomar banho ou regar o jardim...
É extraordinário!
Mas eles que se sacudam um pouco, que tentem maravilhar-se, que digam pelo menos: «Tanta água! Tanta água!» para mostrar que a vêem!...

Como é possível não se ficar maravilhado, não vibrar de alegria diante desta matéria tão límpida, desta manifestação do princípio feminino da Mãe Divina, que nos envolve com a sua pureza e a sua clareza?
É preciso ser cego!
E depois pensa-se que se vai explicar os mistérios do Universo!
É preciso começar finalmente a compreender o que a água representa na Natureza e decidir trabalhar com ela para transformar a sua vida interior.
É bom gostar de passear junto das cascatas e dos ribeiros, de beber a água das fontes, de tomar banho nos lagos e nos mares, mas isso não é verdadeiramente um trabalho e daí não resultará a menor mudança em vós enquanto não souberdes como entrar realmente em contacto com a água, falar-lhe e ligar-vos a ela.

Para entrar em contacto com a água, a primeira condição é aproximar-se dela com respeito, sabendo que nela vivem entidades belas e puras que só ficarão bem dispostas convosco se tiverdes amor e consideração por elas.
Por exemplo, se quiserdes tomar banho, sobretudo num lago, estai atentos, não o façais num estado de espírito qualquer. Pedi autorização às entidades da água, pois, quando vos banhais, é como se vos desembaraçásseis das vossas impurezas no lugar que essas entidades habitam e deveis estar conscientes de que podeis indispõ-las. Portanto, sede muito vigilantes!
Mas, como vós talvez não tenhais todos os dias oportunidade de entrar em contacto com a água na Natureza, podeis exercitar-vos em vossa casa.
Enchei uma taça com água: mesmo em tão pequena quantidade, ela representa todas as águas da terra, pois, simbolicamente, magicamente, uma só gota de água basta para vos ligar a todos os rios e a todos os oceanos.
Concentrai-vos, pois, na água dessa taça cheia, saudai-a para que ela se torne ainda mais viva e vibrante, dizei-lhe quanto a admirais e a achais bela, e que desejais que ela vos dê a sua pureza e a sua transparência.
Depois, podeis então tocar na água, fazê-la correr sobre as vossas mãos com o pensamento de que entrais em contacto com o seu corpo etérico, de que absorveis as suas vibrações e sois impregnados por elas.
Podeis também formar imagens: mantendo as vossas mãos na água, pensai, por exemplo, que vos banhais num lago de uma alta montanha, o lago mais puro, mais cristalino, e que comungais com a sua frescura, a sua pureza...
Se fizerdes este exercício com um sentimento sagrado, sentireis o vosso corpo vibrar em harmonia com toda a Natureza, sentir-vos-eis mais leves, purificados e, até o vosso cérebro funcionará melhor.
Quantas mudanças traz um exercício destes!
Mas desde que o factor mais poderoso, o pensamento, se meta no trabalho.
Tudo o que Deus criou pode servir-vos, graças ao pensamento, para vos melhorardes, vos purificardes, vos reforçardes e vos tornardes mais inteligentes.

Então, exercitai-vos!
Não é uma coisa minúscula e sem importância olhar para a água numa taça de cristal, tocá-la com amor, sentir a sua frescura, a sua doçura, contemplar a sua transparência.
E uma vez que, dos quatro elementos, a água é aquele que se mistura mais intimamente com o nosso organismo, nós podemos também, ao bebê-la, estabelecer comunicações com as forças puras do Universo e absorver os elementos que ela contém.
Mas, evidentemente, para isso é preciso bebê-la de forma lenta, em pequenos goles, com a consciência de que se absorve o sangue da Natureza que dessedenta e alimenta todas as criaturas.

Isto é novo para vós, não é?
Por certo nunca ninguém vos tinha dito como beber água para que ela vos dê a sua vida, a sua pureza, a sua transparência...
É preciso ter desmaiado no deserto por causa da sede para se compreender realmente o que é a água.

A água é a mãe da vida e ela merece o nosso respeito, o nosso reconhecimento e o nosso amor. Nas bodas de Canãa, Jesus transformou a água em vinho, quer dizer, em sangue, em vida.
Bebei água pensando que também no vosso corpo ela se transforma em sangue portador de vida.
Meditai longamente nesta ideia e dizei à água: «Tu, que alimentas todas as criaturas, revela-me os segredos da vida eterna.»

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



Editions Prosveta

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