Aquilo a que cada um chama "realidade" corresponde ao grau de consciência que ele conseguiu atingir e que lhe dá uma determinada percepção dos seres e das coisas.
Vós direis que, quando se fala da realidade, se trata de algo objectivo, exterior a nós, sobre o qual todos podem estar de acordo.
Aparentemente, sim, mas só aparentemente, porque a realidade objectiva, qualquer que seja, para ser contactada, sentida, conhecida, passa necessariamente pela nossa subjectividade.
Nunca ninguém é um espelho insensível e frio da realidade.
Seja qual for o nosso desejo de objectividade, nós temos uma acção sobre a realidade,
acrescentamos-lhe ou retiramos-lhe sempre alguma coisa.
É sempre a subjectividade que domina.
Colocai vários pintores juntos diante da mesma paisagem: eles não pintarão o mesmo quadro, pois existem factores psíquicos que fazem com que não vejam a mesma coisa.
Então, quando se fala da "realidade", muitas vezes só se fala de si mesmo.
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