sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Brochura nº. 301 - O ANO NOVO

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

4ª. parte

«As aves do Céu vêm abrigar-se nos seus ramos», diz Jesus.
As aves são os espíritos do mundo invisível que vêm visitar-nos e até procurar abrigo em vós.
Não vos faço, pois, grandes promessas; apenas vos digo que, se me compreenderdes bem, se aceitardes com amor a pequena promessa que hoje vos faço, se cuidardes dela, se a alimentardes, daí resultará uma grande árvore onde até os anjos virão abrigar-se.
A semente que hoje vos dou é a ideia de que deveis associar os três factores, "intelecto", "coração" e "vontade" e dar-lhes o mesmo objectivo, porque só nestas condições é que são possíveis as grandes realizações.
Como estes factores são de ordem divina, cada um deles contém tesouros extraordinários e, uma vez unidos e ligados ao Céu, estão em permanente comunicação com ele.
Quando o intelecto tem as raízes no terreno do Céu, a sua luz aumente e ele recebe, incessantemente, inspirações e revelações.
Quando o coração está ligado ao Céu, onde tem a sua origem, bebe o elixir da vida imortal, bebe o amor, está sempre maravilhado, deslumbrado, e torna-se vasto como o Universo.
E também a vontade constantemente exercitada se torna tão poderosa que ultrapassa todos os obstáculos; unida ao Céu pode tornar-se poderosa como o próprio Deus.
Diz-se que a união faz a força, mas até agora, essa união tem sido sempre compreendida nos domínios social, político e militar; as pessoas unem-se para destruir, unem-se para construir, mas tem sido sempre uma união exterior.
Doravante, é necessário compreender a união interiormente.
Devemos estar unidos pelo nosso ideal, por uma ideia divina, pelo amor fraternal, devemos estar unidos nos trabalhos que executamos pela realização do Reino de Deus.
Então, sim, a união torna-se um poder extraordinário.
A união exterior não é má, mas é incompleta.
As pessoas associam-se por um tempo, mas depois essa associação desfaz-se e cada um volta para a sua casa.
Ao passo que a união de que falamos, a união que faz a verdadeira força, dura eternamente.
Quando vos unis aos Anjos, ao Céu, ao vosso Eu Superior, não o fazeis por um ou dois dias, ou mesmo por alguns anos; não vos unis para obter um resultado qualquer, após o qual mergulhais novamente na ignorância e nas trevas; não, é uma união para sempre, para a eternidade...
Eis o que deveis compreender.
É hoje o primeiro dia do ano, e pelo menos, durante doze dias, deveis conseguir vigiar-vos, estar atentos às vossas palavras, aos vossos sentimentos, aos vossos gestos, e ter sempre em vista o 
Reino de Deus e a Fraternidade Universal.
Evidentemente é muito difícil, porque há sempre coisas imprevisíveis, mas se a vossa consciência estiver vigilante, se ela orientar, corrigir, podereis fazer um trabalho glorioso, um trabalho divino.
Poderá suceder que, durante estes doze primeiros dias tenhais tentações, provações, solicitações de criaturas muito inferiores...
Há que contar com isso, não vos prometo que tudo será fácil nestes doze dias, nem para vós nem para mim; mas, pelo menos, todos unidos, juntos, poderemos ajudar-nos mutuamente.
O mais importante é a união, mas em primeiro lugar, a união do coração, do intelecto e da vontade em nós.
Um dia, quando tiverdes a possibilidade de recordar todos os acontecimentos que se deram nos diversos momentos da vossa existência, sereis obrigados a constatar que todos os minutos que passastes na Fraternidade, nas meditações, nos cânticos e na oração, foram os mais importantes e mais preciosos da vossa vida.
Por agora, vós não vedes nem sabeis isso, mas um dia, quando virdes as coisas com mais clareza, compreendereis em que trabalho participastes, e então direis:
«Deus seja louvado!
Bendito seja Deus por me ter permitido participar nesta obra grandiosa!»
E quando vos for dado conhecer os resultados deste trabalho, as maravilhas que ocorrem no mundo inteiro graças a ele, ficareis deslumbrados porque o trabalho em que vos peço que participeis, já foi empreendido no Alto pelos Anjos e pelas Divindades, e nós, aqui na terra, queremos apenas abrir uma portazinha para que esse trabalho divino possa produzir os seus resultados também no plano físico.

Sèvres, 1 de Janeiro de 1963 (manhã)

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