OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV - 23.05.2014
Uma vida social harmoniosa tem de estar baseada em trocas justas; e as trocas justas resumem-se em duas palavras: apropriar-se e dar.
Só se tem o direito de se apropriar de alguma coisa se se for capaz de dar em troca.
No plano material, a questão é clara para toda a gente, cada um sabe o que são trocas justas.
Mas isso não é suficiente, pois a lei da troca aplica-se a todos os domínios da existência.
Alguém diz: "Eu sou honesto, pago os meus impostos, entrego o salário aos meus empregados, sustento a minha família, não engano a minha mulher, ajudo os meus pais, que já são idosos...".
De acordo, mas será isso suficiente?
Como é que essa pessoa se comporta, na realidade, em relação aos seus pais, à sua mulher, aos seus filhos?
Como é que ela corresponde ao seu afecto?
Por que razão o sentem eles, por vezes, como um estranho ou um tirano?
É muito mais fácil ser honesto e justo no plano material do que no plano psíquico.
Vê-se mesmo certas pessoas evidenciarem toda a espécie de sinais exteriores da sua honestidade para melhor esconderem a sua desonestidade nas relações intelectuais e afectivas.
Elas conseguem enganar os outros (e, mesmo assim, nem sempre), mas não enganam a Justiça divina, pois ela tem concepções diferentes da justiça humana em relação àquilo a que se deve chamar "apropriar-se" e "dar".
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