Cada problema que temos de resolver na nossa existência, cada decisão, cada experiência, tem a ver, de uma forma ou de outra, com esta questão: o que devemos sacrificar para podermos beneficiar de uma vida rica e bela?
Por não ter compreendido o que é o sacrifício, a maior parte dos humanos considera-o uma privação, uma perda, e com efeito, há sacrifícios que nada justifica e que, por isso, são perdas.
É preciso compreender: fazer sacrifícios, no sentido espiritual do termo, não é sacrificar-"se", mas deixar morrer em si algo que é inútil ou nocivo, para obter algo maior, poderoso, precioso.
Se não se sacrifica o que é inferior em si próprio, para fazer viver o que é superior, sacrificar-se-á necessariamente o que se tem de melhor, em proveito dos instintos mais grosseiros.
É impossível escapar a esta lei: a nossa natureza superior só pode viver se lhe sacrificarmos a nossa natureza inferior.
O que é a vida para uma é a morte para a outra.
O verdadeiro sacrifício é renunciar ao seu eu humano limitado, fraco, pobre,
para viver no seu eu divino.
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