O ANO NOVO
Gostaria de vos dizer hoje algumas palavras acerca do que nos ensina a tradição esotérica a respeito do primeiro dia do ano novo.
Geralmente, o primeiro dia do ano encontra as pessoas nos "dancings" e nos clubes nocturnos; elas sentem-se felizes saudando o ano novo e por isso começam-no com divertimentos,
com prazeres, com loucuras.
Mas, depois, viverão todo o ano na futilidade e na inconsciência; e como a inconsciência acarreta atribulações, estas depressa surgirão.
É tolice começar o ano com tais manifestações; isso prova que não se tem qualquer noção do aspecto espiritual e mágico de cada coisa.
Ora, a mim, é isso que me interessa.
A Cabala ensina-nos que cada dia é um ser vivo, sensível, que regista toda a nossa actividade
física e psíquica.
Podemos dizer, portanto, que os 365 dias do ano são como que uma fita magnética em que cada dia é anotado com o que há de bom e de mau, feliz ou infeliz.
Cada ano da nossa da nossa vida, representa, assim, uma fita magnética gravada.
O ano que começa é completamente novo, mas, ao mesmo tempo, tem a velhice de tudo o que o homem já viveu.
Como a água pura das montanhas que vem misturar-se à água estagnada da planície, o ano novo
não o é, contudo, completamente, porque é vivido por homens que arrastam consigo
demasiadas coisas velhas.
Por isso, ainda que tudo seja novo, eles não conseguem viver uma vida nova.
O ano novo é virgem e sem mácula, mas onde é que ele se mete?
Em quem é que ele entra?
O passado - isto é, os estados e os acontecimentos que o homem viveu - inscreveu-se nele e ficou lá gravado; por isso lhe é tão difícil apagar essas marcas, essas matrizes do passado.
Para o conseguir, é necessária uma grande ciência e também muita paciência e muita vontade.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
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