quinta-feira, 1 de março de 2018

OS ESPLENDORES DE TIPHÉRETH - O Sol na Prática Espiritual


Capítulo V
(parte)
TODAS AS CRIATURAS TÊM A SUA MORADA  -  O ROSÁRIO DE 7 PÉTALAS


Como havemos nós de separar-nos deste Sol?
Esta manhã, ele está um esplendor!...
Somos verdadeiramente privilegiados...
Quando penso na rapidez com que os raios do Sol viajam através do espaço para virem ter connosco - em oito minutos chegam aqui -, interrogo-me: «Mas o que é que os impele a vir tão rapidamente?»
E então descubro que é o seu amor.
Sim, é o amor formidável de que estão repletos que os apressa a virem trazer-nos todos estes presentes!
Se não acreditais em mim, ide verificar, perguntai ao Alto se é ou não verdade.
Eu creio que a minha descoberta está absolutamente certa: é o amor que impele os raios de Sol a virem tão depressa até nós.
Mas não haverá um outro elemento na origem deste amor?
Sim; para terem um tal amor, os raios do Sol tiveram de ir instruir-se: eles estudaram e compreenderam que não há nada acima do amor.
A sabedoria reside simplesmente em compreender que o amor está acima de tudo.
Os estudos dos homens não os conduziram à descoberta desta verdade porque a inteligência ainda não é suficiente.
Uma inteligência que não consegue compreender que o amor está em primeiro lugar, que tudo deve ser feito pelo amor, com o amor, por causa do amor, pois bem, ainda não é inteligência.
Os homens têm de compreender que o amor está no centro de todas as coisas e que, se o tomarem como único propósito durante toda a sua vida, como o amor tem um calor formidável, tornar-se-á tão poderoso que se transformará em luz e iluminará a sua inteligência.
Só pelo amor é que podemos ser iluminados.
Se lhes faltar o fogo do amor, as pessoas bem podem estudar e ler quanto quiserem que nunca se tornarão verdadeiramente inteligentes nem esclarecidas, pois não terão o calor suficiente.
Vós direis: «Oh! Isso não é bem assim, pois eu tenho um amor formidável por esta ou aquela pessoa e ainda não vi que daí brotasse qualquer luz.»
Bem, mas vamos examinar um pouco o vosso amor: se se trata de um amor interesseiro, pessoal, se desejais comer, beber e regalar-vos à custa dessa pessoa enquanto ela vai murchando, definha e fica mais pobre, então o vosso amor, por mais quente, ardente e inflamado que seja, ainda não poderá fazer jorrar a luz.
Pelo contrário, os raios do Sol, no seu desejo de vivificarem o Universo inteiro, afastam-se do Sol e, é por causa desse amor desinteressado que eles se tornam luminosos.
Eles estavam no forno do Sol, a preparar-se lentamente, mas um belo dia disseram para com os seus botões: «Oh! Temos de fazer qualquer coisa. Temos de sair para ir ajudar os humanos!» e, graças a este pensamento, tornaram-se instantaneamente luminosos...
Evidentemente, eu reconheço que as minhas explicações são um pouco surpreendentes e não se assemelham a nada de que vem nos livros, mas, apesar disso, são verídicas.
Aliás, observai-vos; quando tendes sentimentos negativos - tristeza, inveja, rancor -, olhai-vos ao espelho: o vosso rosto torna-se baço, crispado, os vossos olhos não brilham; é como se uma nuvem passasse e vos obscurecesse.
Mas, assim que vos vêem certos impulsos, certas inspirações divinas, imediatamente surge uma luz que resplandece no vosso rosto.
Isto verifica-se mesmo no rosto de pessoas extremamente feias.
E é esta a razão que me levou a concluir que é o amor que torna os raios solares, luminosos.
Como é que eu compreendi que é assim?
Vós sabeis como os povos primitivos acendiam o fogo: pegavam em dois pedaços de madeira e friccionavam-nos um contra o outro; esta fricção produzia primeiro calor, e depois, finalmente,
 fogo, luz.
Ou seja, primeiro é necessário um movimento, esse movimento produz calor e o calor produz a luz.
Se os raios do Sol são luminosos é porque foram aquecidos pelo Sol e, para serem aquecidos, deslocaram-se, fizeram um movimento para ir até ao centro do Sol, até ao "forno".
O Sol é um forno (isto é uma imagem) e, ao mesmo tempo, como eu vos dizia ontem, um mundo maravilhoso, onde existem cidades, casas, palácios, montanhas...
É claro que vós muito dificilmente acreditareis nisto, porque a ciência oficial ainda não o reconheceu, e estais à espera de que ela se pronuncie.
Mas eu não fico à espera, não tenho tempo para isso; ela avança tão lentamente!
Quereis que vos dê uma prova de como existem habitações no Sol?
Na Terra, todos os homens vivem em casas, em abrigos ou pelo menos, em grutas; todos têm necessidade de ter uma habitação e trabalham para a obter, vós sabeis bem que é assim.
Mas sabeis porquê e de onde lhes vem essa ideia?...
Eles são impelidos, muito simplesmente, a imitar, a reproduzir o que aprenderam antes de reencarnarem, durante os nove meses de gestação, quando trabalharam com o espírito da mãe para construir a sua futura casa, o corpo físico...
Um palácio ou um casebre, conforme o seu nível de riqueza espiritual.
Antes de a alma humana reencarnar, ensinam-lhe que, para poder permanecer na Terra e resistir às condições, às correntes, às intempéries, terá de construir uma casinha para si: o seu corpo físico.
Mas não é tudo; ela tem necessidade de mais três casas: uma no plano etérico, outra no plano astral e outra no plano mental (e eu digo três para simplificar; na realidade, existem muitas mais).
Por conseguinte, todas as criaturas são obrigadas a ter uma casa, um invólucro.
Mesmo os espíritos muito elevados têm uma "casa" que transportam consigo, como nós transportamos o nosso corpo físico, e graças à qual podem manifestar-se.
Evidentemente, essa casa é feita de uma matéria extremamente subtil, mas sem ela eles desapareceriam no oceano cósmico, na luz primordial, deixariam de ter uma existência individual.
Quando se diz "puro espírito", isto é apenas um modo de falar, porque um puro espírito não pode existir no domínio da manifestação, da polarização: ele volta a fundir-se com o oceano cósmico.
Para poder manifestar-se, é-lhe necessário um corpo, quer dizer, um veículo ou se quiserdes, uma "mulher".
Ficastes espantados?
Não, meus caros irmãos e irmãs, o corpo físico é a nossa mulher e, é por seu intermédio que nós fazemos trocas com o mundo exterior, que podemos trabalhar, manifestar-nos e exprimir-nos de todas as maneiras possíveis.
Quanto mais sublime é o espírito que se manifesta, mais o seu corpo, isto é, o seu veículo, a matéria que o envolve, é ténue, subtil, luminosa, ao ponto de os dois se confundirem; mas, na realidade, o espírito e a matéria continuam a ser dois polos diferentes; senão deixaria de haver manifestação.
Existem seres, pois, cuja habitação é o Sol.
O Sol não é ainda a manifestação suprema da Divindade; até existem sóis muito maiores do que o nosso, muito mais poderosos, muito mais luminosos mas, no nosso Universo, o nosso Sol é o maior e o que está mais próximo da Divindade.
O Sol é um mundo onde habitam espíritos de um tal poder que nós não podemos fazer uma pequena ideia; esses espíritos são fogo, são luz...
Mas também têm como morada um corpo onde podem habitar.
O Sol tem uma organização, uma estrutura, compartimentos, mas num tal estado de subtileza e de luz que não se pode diferenciar nada.
Se fôsseis clarividentes, compreenderíeis que as classificações, as divisões do mundo invisível, são análogas às do mundo físico.
O mundo físico não seria o que é se não tivesse a sua origem e o seu modelo no mundo divino.
Ora, o mundo divino, por enquanto, tem no Sol a sua melhor expressão, ele é para nós a melhor imagem, o que melhor nos aproxima desse mundo.
É claro que o mundo divino não se limita ao Sol, existe para além dele, acima dele, é infinito, inexprimível, mas para nós, o Sol é a sua melhor representação.
Talvez não consigais ainda compreender o que eu vos revelo, mas essa compreensão virá pouco a pouco.
Nós retomaremos estas ideias e vós acabareis por ter noções muito claras e verídicas.
Eu vivo continuamente com todas estas verdades que o Céu quis revelar-me; ele deu-mas para que eu vo-las transmita e as partilhe convosco, pois no novo mundo que se está a criar haverá um novo tipo de homens, com outros pontos de vista, outras concepções.
Sem estas grandes verdades, o homem nunca conseguirá reflectir o mundo divino, nem exprimi-lo, nem manifestá-lo, nem apresentá-lo aos olhos dos outros.
É por isso que agora é necessário construir novos sistemas filosóficos a partir de elementos e materiais novos.
E aqui tendes esses novos materiais, eu estou a dar-vo-los: vós ireis construir novas casas, forjar novas concepções, viver novos estados de consciência, e então, sentireis que entrais no mundo divino, num mundo de esplendor, de beleza, de alegria, de felicidade, de inteligência, de liberdade.


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