A vista, o ouvido, o olfacto, o tacto e o gosto...
Os cinco sentidos põem-nos em relação com o mundo que nos rodeia.
Já reflectistes sobre o facto de que podemos ouvir ao longe e ver ainda mais longe, mas, para sentirmos as coisas e lhes tocarmos, temos de nos aproximar delas?
E, para as saborearmos, temos de as incorporar, pondo-as na boca.
Podemos dizer, pois, que o ouvido e a vista deixam o homem livre, ao passo que o olfacto, o tacto e o gosto, tendencialmente, subjugam-no, pois obrigam-no a aproximar-se dos objectos e dos seres.
Mas acontece que os sentidos superiores - a vista e o ouvido - levam aos sentidos inferiores.
Os olhos e os ouvidos fazem o possível para assinar contratos com o nariz, a boca e as mãos.
Um homem fica maravilhado com a beleza de uma mulher, com o som da sua voz...
Será que ele se limita a olhá-la e a escutá-la?
Muitas vezes, é levado a aproximar-se dela para respirar o seu perfume, para a acariciar, para a beijar...
O sábio aprendeu a romper esse contrato: por intermédio dos seus ouvidos e dos seus olhos,
esforça-se por entrar mais em contacto com o lado subtil dos seres.
É assim que ele se liberta.
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