A partir do instante em que desperta, de manhã, ele sai, isto é, olha, escuta, fala, deixa a sua casa para ir para o trabalho ou para as lojas, vai visitar amigos, distrair-se, passear, viajar.
Isso está muito bem mas, com o tempo, ele deixa-se apanhar a tal ponto por todas essas actividades exteriores que acaba por perder o contacto consigo mesmo, já não sabe verdadeiramente quem é.
E, a partir desse momento, não só já não vê claro nas situações e comete erros, como se enfraquece, e o mínimo choque, a mínima contrariedade, deixa-o desamparado.
É normal o homem não ficar fechado em si mesmo, cada contacto com o mundo exterior obriga-o a sair.
Mas, para não ficar à deriva, ele deve restabelecer constantemente, pelo pensamento, o equilíbrio entre o exterior e o interior, a periferia e o centro, a matéria e o espírito.
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
(1900-1986)
Sem comentários:
Enviar um comentário