Num sentido muito amplo, podemos considerar que o verbo é a síntese de todas as expressões da vida interior do homem, das emanações produzidas pelos seus pensamentos e pelos seus sentimentos.
E neste sentido, muitas vezes o verbo opõe-se à palavra.
Vou dar-vos um exemplo: um homem detesta o vizinho, mas, para iludir a sua desconfiança, enquanto pensa em como há de arruiná-lo, afirma-lhe todos os dias a sua amizade, e o desgraçado deixa-se levar por essas palavras.
E quantas vezes a palavra, em vez de ser o reflexo fiel da realidade dos factos, só é utilizada para despertar certas reacções nas pessoas: a desconfiança, o ódio, a revolta, ou outros sentimentos que aquele que fala tem interesse em suscitar!
Então, desconfiai das palavras.
Poder-se-ia objectar, evidentemente, que assim a palavra continua a ter, quase sempre, o seu papel mágico, ou seja, o de transformar a realidade; sim, mas não é neste sentido que ela a deve transformar.
O poder mágico da palavra deve ser utilizado sempre para o bem.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
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