Págs. 26 e 27
Ficai portanto a saber que vós, todos vós, sois divindades...
Sim, todos vós sois divindades, e viveis numa região extremamente elevada onde já não existem doenças nem sofrimentos, nem limitações, nem obscuridade, nem tristeza, nem desalento.
Lá, viveis na plenitude.
Mas essa vida que viveis lá em cima, ainda não podeis fazê-la descer aqui, senti-la, compreendê-la, manifestá-la, porque a personalidade não vo-lo permite.
Ela é obtusa, opaca, mal adaptada, ou mal regulada, tal como um rádio que não consegue captar certas estações de emissão.
As ondas que a Inteligência Cósmica propaga lá em cima, nas regiões sublimes, são tão rápidas e curtas, e a matéria de que a personalidade é formada é tão espessa e tão pesada, que esta não consegue vibrar em consonância com as mensagens divinas: estas deslizam, passam sem deixar traços e o homem não tem qualquer ideia daquilo que na realidade está a viver nas regiões mais elevadas do seu ser.
Mas quando ele começa a trabalhar convenientemente, quando aplica regras para uma vida pura e tem o desejo de se tornar, finalmente, um filho de Deus, a personalidade começa a evoluir, a tornar-se nobre: as emoções ficam mais puras, o intelecto ilumina-se e a vontade torna-se firme.
A personalidade transforma-se então, num instrumento apto a exprimir cada vez melhor a vida sublime da individualidade, e um dia, até, elas fundir-se-ão e transformar-se-ão numa unidade.
Deixará de haver personalidade.
A personalidade e a individualidade tornar-se-ão uma única entidade perfeita.
Enquanto isto não acontece, de tempos a tempos são-nos dadas algumas luzes, algumas centelhas, algumas revelações, algumas intuições, momentos que brilham e com os quais ficamos deslumbrados, e dizemos: «Ah! Agora compreendo!»
Mas isso não dura muito e aparecem novamente as nuvens.
E algum tempo depois, ao ler um livro, ao olhar para uma paisagem, ao orar, ao meditar, eis que um desses estados se repete, e então compreende-se, sente-se que se está a viver um grande momento.
Depois, uma vez mais, volta-se a cair, volta-se para trás.
E é esta a vida do homem: a confusão e as lutas, até ao dia em que, finalmente, ele não mais descerá, em que ele cessará de ser escravo, fraco e miserável!
Então, sim!
Ele será a expressão da Divindade e isso será a nova vida, o renascimento completo.
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