segunda-feira, 29 de julho de 2019

PODERES DO PENSAMENTO


Capítulo XIII

A  BUSCA  DO  CUME

A busca de Deus é, na verdade, longa e exigente.
Por vezes, as pessoas sentem-se desiludidas, têm a impressão de estar a trabalhar no vazio.
Mas isso é só na aparência.
É como uma pessoa que cava um buraco na terra para encontrar água...
Ela ainda não vê a água, mas tem o reflexo dela na sua cabeça, no seu coração e na sua alma.
Vive com a ideia, com o pensamento, com a esperança de encontrar água.
E mesmo que essa água ainda não brote fisicamente, no seu interior ela já brota.
De igual modo, aquele que procura Deus, embora aparentemente não encontre nada, trabalha com uma realidade muito poderosa que vive nele.
Ele pode dizer: «Está bem, eu não encontrei Deus, mas Deus reflectiu-Se através dos meus pensamentos e dos meus sentimentos, porque esta esperança e esta fé já são Deus.»
Vou apresentar-vos outra imagem.
Um garimpeiro de ouro, passa o tempo a peneirar areia de um rio e, palheta após palheta, enriquece.
Enquanto isso, um alquimista anda à procura da pedra filosofal, que transforma os metais em ouro...
e durante muito tempo ele nada encontra, continua pobre.
Mas um dia, passados anos... ou séculos!, se encontrar encontrar a pedra filosofal (e, se trabalhar segundo as regras, encontrá-la-á), nesse mesmo instante o alquimista tornar-se-á o homem mais rico do mundo: poderá até transformar montanhas em ouro.
Aquele que procura Deus é como o alquimista que ainda não encontrou a pedra filosofal e, ao mesmo tempo, como aquele homem que, à beira-rio, peneira a areia e encontra algumas palhetas de ouro, pois, ao procurar Deus, é obrigatório que se obtenha em cada dia, algumas partículas da Sua luz, do Seu amor, do Seu poder, da Sua beleza.
É isso o que eu faço; tal como o alquimista, faço um trabalho do qual nunca vejo resultados, mas isso não me desanima, pois, tal como o garimpeiro, regozijo-me com as palhetas de ouro que recebo em cada dia, elas são já o reflexo da pedra filosofal, da presença de Deus.
Eu digo-vos muitas vezes: buscai o inacessível, procurai aquilo que não podeis obter nem realizar, pois é graças a essa busca que obtereis algo mais em cada dia.
É claro que nunca tereis tudo, mas, quando vos concentrais num objectivo inacessível, sois obrigados a percorrer novas regiões, a vencer novas etapas, e é essa progressão que conta.
Não pedis nem a ciência, nem a bondade, nem a saúde, nem a felicidade, pedis Deus, o Absoluto...
Pois bem, tereis tudo o resto, porque para chegar até Deus sereis obrigados a passar pela luz, pela beleza, pela saúde, pela ciência, pela riqueza, pelo amor, pela felicidade e por todas as maravilhas que juncam esse caminho.
Felizes aqueles que me compreendem!
Porque vos fixais em pequenas coisas que não podem satisfazer-vos?
Continuareis desiludidos quando as obtiverdes.
O que é limitado nunca poderá preencher a imensidão da vossa alma e do vosso coração.
Somente o Absoluto, o próprio Deus, pode preencher-vos, e só procurando-O, sem vos deterdes no caminho, podereis obter tudo, mesmo aquilo que não pedistes.
Não é a primeira vez que eu vos falo nisto; há muito tempo que vos esclareci acerca deste assunto, mas sou obrigado a repetir, pois vejo-vos sempre entregues às pequenas coisas, na esperança de que elas preencham esse espaço imenso que há em vós...
Não, não acrediteis nisso.
Existem, pois, dois caminhos: um deles, aparentemente, não vos trará nada excepto desilusões; mas, na realidade, dar-vos-á tudo, a ponto de um dia poderdes dizer:
«Eu nada tenho.
Contudo, o Universo pertence-me»;
ao passo que o outro caminho, por mais coisas que vos traga, deixar-vos-á sempre insatisfeitos, pois, mesmo quando possuírdes algo, sentireis que o essencial vos escapou

Continua

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