domingo, 28 de janeiro de 2018

PODERES DO PENSAMENTO

I Capítulo - A realidade do trabalho espiritual
                   (págs. 27 a 33)

Sim, há que dar um trabalho ao pensamento em vez de o deixar passear, erraticamente,
 por onde calha.
Quando estiverdes na sala de espera de uma estação de comboio ou do dentista, orientai o vosso pensamento nesta direcção para continuardes o vosso trabalho divino.
Em que é que pensais que a maioria dos seres humanos ocupa a sua mente quando está no metro, no autocarro ou no comboio?
Um pensa em vingar-se de alguém que lhe disse umas certas coisas, outro pensa em seduzir a mulher do seu melhor amigo, outro pensa em afastar um colega do seu caminho.
Todos têm sempre algo em mente, lá isso é verdade, mas muitas vezes são pensamentos feios, nocivos, relacionados apenas com a satisfação das suas cobiças ou com ajustes de contas com o vizinho.
Dificilmente vereis uma pessoa ou outra que tenha alguma comunicação com o Céu.
As restantes estão mergulhadas em preocupações vulgares ou criminosas.
Eu bem vejo!
Aliás, nem é difícil, não há nada mais claro: tudo o que se pensa e tudo o que se deseja se reflecte em nós.
As pessoas julgam que podem esconder o que pensam e sentem, mas não; de uma maneira ou de outra, isso transparece... sobretudo quando se quer escondê-lo!
Sim, vale a pena pôr de parte algumas preocupações que não vos conduzem a nada e dedicar mais tempo a actividades espirituais.
É nessas actividades que finalmente ireis respirar, renascer; elas é que vos libertarão do Príncipe deste mundo, pois esse domínio não lhe pertence e vós não ficareis em dívida para com ele: nesse momento, todas as riquezas e bênçãos que receberdes ser-vos-ão dadas por outros seres, por entidades celestes, e sentir-vos-eis livres, livres, livres...
Meditai nestes três métodos de trabalho.
O essencial no nosso Ensinamento é a maneira de trabalhar; os conhecimentos, os conhecimentos dispersos, qualquer um pode encontrá-los nos livros.
Existem tantos livros por aí... bibliotecas cheias!...
As pessoas lêem-nos mas não fazem nenhum trabalho.
Aqui, o que conta é o trabalho.
O que eu vos disse até este momento são explicações teóricas, preliminares, que são indispensáveis mas ainda não são o trabalho.
O trabalho ainda agora está a começar.
É agora que ides começar a trabalhar.
Apenas com estes três métodos, há trabalho para toda a gente, por toda a eternidade; mas estareis vós prontos a fazer este trabalho?
Tenho encontrado muitas pessoas que me disseram:«Ah! A vida espiritual é formidável!
Eu gostaria de me consagrar a ela, mas primeiro preciso de resolver alguns compromissos para com o meu marido, ou para com a minha mulher, os meus filhos, etc.»
Está bem, de acordo.
Mas eu vi-as dez ou vinte anos mais tarde e verificava que elas ainda não tinham conseguido livrar-se daqueles compromissos; algumas até já morreram sem ter conseguido dedicar um minuto sequer à vida espiritual.
Porquê?
Porque o seu raciocínio estava errado!
Para se iniciar o trabalho espiritual não se deve esperar pela resolução deste ou daquele problema, porque nunca nada ficará verdadeiramente resolvido, haverá sempre algo que não está bem.
Não espereis: mesmo que nada esteja resolvido, começai desde já a viver a vida espiritual e tudo melhorará.
O que quer que façais no domínio material, as coisas nunca estarão definitivamente em ordem.
É exactamente como se tentásseis dar forma esférica a uma bola furada.
Quando conseguis encher a concavidade de um lado, logo ela se forma do outro.
Vós sentis-vos tranquilos, pois finalmente estais reformados, os filhos estão criados, casados, instalados...
Mas eis que surgem problemas entre os casais e é preciso resolvê-los.
Ou então aparecem os netos e é preciso tomar conta deles, e assim por diante...
A casa tornou-se pequena e é necessário mudar...
Depois é um outro que adoece...
Eu vos digo: é interminável.

Continua

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