Nada.
Para pôr nele um novo conteúdo, primeiro é preciso esvaziá-lo.
Acontece o mesmo com o ser humano: se ele não se esvaziar dos seus defeitos e dos seus maus hábitos, como é que as virtudes e as qualidades divinas poderão vir instalar-se nele?
É este o sentido da renúncia: renunciar é esvaziar-se, libertar-se de certos elementos prejudiciais a si mesmo e aos outros, para poder introduzir no seu lugar outros elementos, mais puros, mais luminosos.
Aqueles que compreenderam o sentido da renúncia, esforçam-se por criar em si mesmos esse vazio, indispensável para que as qualidades divinas venham introduzir-se neles.
Estão errados os que pensam que, ao renunciarem a certos prazeres, serão infelizes.
Não, pelo contrário, porque esses prazeres minúsculos serão substituídos por alegrias muito maiores e de melhor qualidade.
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