sábado, 30 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 30.04.2016

As montanhas e os vales têm as suas correspondências na vida interior.
Os vales, onde correm ribeiros e rios, representam a fertilidade e, portanto, a abundância, a generosidade, a bondade.
É nos vales, e não nos cumes, que existem prados, jardins, frutos, flores, cidades e os seus habitantes.
Nos altos cumes, encontram-se rochas, gelo, aridez.

Sentis-vos solitários?
Pois bem, não permaneçais no cume para onde vos arrastou o vosso intelecto, com o seu orgulho, o seu gosto pela crítica.
Descei até ao vale, onde reina a abundância, onde o coração se manifesta, onde correm as águas do amor.
O saber que adquiristes nos cumes, graças ao vosso intelecto, deve fundir-se para formar regatos, rios, e fertilizar os vales, pois há um tempo para subir e um tempo para descer: há um tempo para subir à montanha com o intelecto e um tempo para descer ao vale com o coração.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

quinta-feira, 28 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 29.04.2016

 Na vida espiritual, aquilo a que se chama silêncio não é um mundo mudo.
Os sábios do Oriente falam da "voz do silêncio" e é essa voz que eles se esforçam por ouvir.
Para aquele que sabe escutar, o silêncio, o verdadeiro silêncio, tem uma voz, pois é a expressão da vida, da plenitude da vida divina.

A voz do silêncio é a voz de Deus.
Só se pode ouvir esta voz  em si próprio quando se consegue serenar todas as agitações interiores: revoltas, temores, cobiças...
Esta voz de Deus confunde-se com a da nossa natureza superior; ela só pode exprimir-se quando todas as paixões se calaram.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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PENSAMENTO QUOTIDIANO - 28.04.2016


 A oração não é a simples reacção de pessoas ingénuas e crédulas que, quando estão em dificuldades ou desgostosas, se viram para o Senhor imaginando que Ele não tem mais nada para fazer do que vir em seu auxílio.
A verdadeira oração está baseada numa ciência que diz respeito à estrutura do Universo e aos diferentes estados da matéria.
Para além da terra, da água, do ar e do fogo, existem no espaço regiões cada vez mais subtis, povoadas por entidades espirituais.
E, do mesmo modo que nós podemos captar na terra, na água, no ar e na luz tudo aquilo de que necessitamos para a nossa vida física, também podemos captar nessas regiões tudo o que necessitamos para a nossa vida psíquica.

O Universo é uma hierarquia; no cume dessa hierarquia reina um Ser que é só amor e que distribuiu tudo para que nada falte seja a que criatura for.
Cabe-nos a nós procurar alcançar, pelo pensamento, essas regiões espirituais: captaremos nelas todos os elementos de que o nosso coração e a nossa alma necessitam e, nos momentos de incerteza e de angústia, encontraremos aí um refúgio.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

quarta-feira, 27 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 27.04.2016

Os humanos deixam acumular na sua cabeça e no seu coração tantas coisas inúteis!
Porquê?
Porque não sabem fazer triagens.
Eles aceitam tudo sem discernimento: o bom e o mau, o útil e o inútil, o essencial e o supérfluo.
Depois queixam-se: «Eu esforço-me!
Por que é que não avanço?
Por que é que não obtenho resultados?»
É simples: eles ainda não compreenderam que devem começar por desimpedir o terreno.
Sim, fazer uma triagem e eliminar tudo o que contradiz o seu ideal espiritual, pois não basta ter um ideal que se deixa ficar num canto da sua cabeça, é preciso que toda a vida que se vive esteja em harmonia com ele.

Cada um acha normal ter toda a espécie de gostos, de necessidades, de projectos, de pontos de vista, de actividades.
Mas, se as passar em revista, se as analisar bem, constatará que muitos deles o retêm nos níveis inferiores da consciência.
Enquanto ele não os abandonar, não conseguirá progredir.


terça-feira, 26 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 26.04.2016

Para justificar os seus caprichos e as suas infidelidades, certas pessoas afirmam que o casamento mata o amor.
Nada disso, o casamento não mata o amor, desde que o homem e a mulher saibam como considerar-se um ao outro.
Cada um deve procurar no outro uma manifestação do mundo divino, uma alma e um espírito que merecem que se faça por eles todos os sacrifícios.
Se eles contarem com o corpo físico para os satisfazer, é evidente que o seu amor não durará.

Na verdade, o que é o corpo físico?...
Um homem morre: agora, que não passa de um cadáver, a sua mulher vai mantê-lo junto dela?
Não, ele é enterrado.
Contudo, ela amava o seu marido e continua a amá-lo.
Mas aquilo que se ama é o lado subtil, a vida.
E o que é vivo é a alma, é o espírito.
O corpo físico envelhece e, passados alguns anos, pode-se achá-lo menos agradável e ficar cansado dele.
Ao passo que a vida interior é sempre diferente, sempre nova, como a água que corre.
Num casal, é essa água que cada um deve procurar descobrir no outro, pois ela é inesgotável.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

domingo, 24 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 25.04.2016

Aqueles que querem ser bem-sucedidos na vida devem ter certas capacidades e trabalhar bem.
Mas isso ainda não é suficiente.
Para saberem que direcção tomar, com quem se associar, etc., eles também devem ter discernimento.

E como adquirir o discernimento?
Cultivando o desapego.
Sim, pois o desapego dá ao homem a faculdade de ver claro, ao passo que o egoísmo, a avidez, a inveja, toldam-lhe a vista e fazem-no perder a lucidez.
Estais surpreendidos?
Mas é fácil de compreender: aquele que está obnubilado pela satisfação do seu interesse pessoal vê o que se passa à sua volta como se fosse através de lentes que deformam; essas lentes são o seu egoísmo, as suas ideias pré-concebidas.
E, como não vê a realidade tal como ela é, aquilo que ele julga fazer no seu interesse, fá-lo, na realidade, em seu prejuízo.
Sim, contrariamente ao que é costume pensar-se, não é o egoísmo que ajuda os humanos a resolver as suas questões, a tratar dos seus assuntos, mas o desapego.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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PENSAMENTO QUOTIDIANO - 24.04.2016

A décima quarta carta do Tarô é designada por Temperança.
Ela representa um anjo que tem um recipiente em cada mão e que verte o líquido contido no recipiente que segura com a mão esquerda, que está em cima, para o que tem na mão direita, em baixo.
Que líquido é esse que o anjo está ocupado a transvazar?
É a vida, a corrente da vida divina.
Se essa corrente é cortada, já não há trocas e toda a vida pára.
Quanto ao anjo, ele representa-nos a nós.
Nós somos esse ser que tem a possibilidade de trabalhar com os dois recipientes, para que a vida divina, a vida do espírito, desça para animar, exaltar, vivificar, a nossa matéria.

Sempre que procuramos elevar-nos pela oração e pela meditação, nós preparamos essa descida da vida divina.
Sim, pois o movimento de cima para baixo só pode ocorrer se for precedido por um movimento de baixo para cima.
O espírito só pode descer se nós fizermos um esforço para nos elevarmos, isto é, se lhe prepararmos as melhores condições para ele se manifestar em nós.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sábado, 23 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 23.04.2016

Vós estais continuamente à procura de novas coisas para aprender, para ver, para ouvir.
Isso não é mau, mas habituai-vos também a dedicar em cada dia, alguns instantes para vos ligardes ao mundo divino: aquilo que assim ganhareis, podereis transportá-lo convosco por toda a parte, mesmo para o outro mundo; nada vo-lo poderá retirar.

Tudo o que encontrais nos livros, todos os conhecimentos que recebeis dos outros, nunca serão verdadeiramente vossos.
Quando deixardes a terra, tereis de os abandonar e, quando voltardes, tereis de adquiri-los de novo.
Ao reencarnar, cada um só traz o que adquiriu e experimentou verdadeiramente nas suas vidas anteriores.
Tudo o resto foi-lhe retirado, porque não lhe pertencia: ele tinha-o tomado de empréstimo de outros.
É claro que, graças a esses "empréstimos", durante o pouco tempo em que está na terra, ele aproveita as vantagens da terra: a aprovação, os elogios, os aplausos de pessoas que não são muito esclarecidas.
Mas, quando parte deste mundo, encontra-se pobre e nu, pois não adquiriu nada por ele mesmo.
E será pobre e nu que voltará à terra.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 22.04.2016



A inquietação e a agitação criam as piores condições para a actividade do pensamento.
Por isso, quando tiverdes um problema importante para resolver, começai por apaziguar-vos.
Fazei silêncio em vós e procurai elevar-vos o mais alto possível, pois é no alto que se encontra a luz.
Quando sentis que conseguistes alcançar uma espécie de cume, colocai a questão que vos preocupa e esperai...

Evidentemente, essa resposta começará por vir até vós de uma forma mais clara ou menos clara; talvez não passe de uma impressão vaga, difícil de interpretar, mas já será um indício.
Não pareis.
Recomeçai tantas vezes quantas for necessário, colocai de novo a questão: em breve, sentireis em vós uma clareza, uma certeza, e nesse momento já não haverá dúvida, sabereis como deveis agir.
Contudo, é necessário saberdes que a nitidez e a precisão das respostas que recebeis, e a ajuda que elas vos trarão, dependem do vosso grau de evolução espiritual.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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quinta-feira, 21 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 21.04.2016

 As entidades celestes gostam da luz e, quando se apercebem de um ser rodeado dessa luz a que a Ciência Iniciática chama "aura", acorrem até ele.
Se eu vos perguntar: «Desejais verdadeiramente o amor, a paz, a saúde, a beleza?», todos respondereis: «Claro que sim, não queremos outra coisa!»
Mas, então, o que fazeis para os obter?
Não é possível todas as bençãos virem até vós por acaso.
Trabalhar sobre a aura é o melhor meio para as atrair: pelo vosso amor, vós vivificai-la; pela vossa sabedoria, iluminai-la; pela vossa força de carácter, aumentais o seu poder; pela vossa pureza, tornai-la límpida e transparente.
Mesmo que não façais qualquer exercício de concentração para formar as cores da vossa aura, se trabalhardes para alimentar em vós as virtudes divinas, atraireis todas as cores magníficas que lhes correspondem.
Então, as criaturas celestes que virão banhar-se nelas trazer-vos-ão os seus presentes e, junto de vós, os humanos sentir-se-ão apaziguados, reforçados, impelidos numa direcção divina.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

quarta-feira, 20 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 20.04.2016

As pessoas lavam-se todos os dias, mas podem estar lavadas e limpas fisicamente e, no seu interior, permanecer tão sujas como se nunca tivessem tocado na água em toda a sua vida.
Ora, a água lava-nos no plano físico, mas no plano espiritual, possui exactamente as mesmas propriedades.
A água que nós conhecemos e utilizamos todos os dias é a materialização do fluido cósmico que enche o espaço e com o qual nós podemos entrar em contacto pelo pensamento.
A primeira condição para este trabalho de purificação é, pois, lavar-se com a consciência de que, através da água, é possível contactar com um elemento de carácter espiritual.

Quando vos lavais, concentrai-vos na água, na sua limpidez, na sua inocência, e rapidamente sentireis que ela toca em vós regiões desconhecidas para nelas produzir transformações.
Não só vos sentireis mais leves, purificados, como o vosso coração e o vosso intelecto serão alimentados por novos elementos, mais subtis e vivificadores.
A água física contém todos os elementos e forças da água espiritual, que é a água verdadeira.
Só é preciso aprender a recebê-los.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

terça-feira, 19 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 19.04.2016

Há tantas pessoas que se passeiam pelos caminhos da vida como recipientes vazios que estão à espera de ser cheios!
Mas porquê esperar?
Cada ser, cada objecto que elas encontram, tem virtudes particulares.
Que elas aprendam a reconhecer essas virtudes, que se abram a esses seres, que se inspirem neles, e nunca mais se sentirão vazias nem sós.

Tudo o que existe na terra e no céu pode dar-vos algo de bom.
Mas recebê-lo depende de vós; para receber, é preciso estar consciente e abrir-se.
Se atravessais a existência não apenas com os olhos e os ouvidos fechados, mas, sobretudo, com o coração e o intelecto trancados, é evidente que ficareis sós e vivereis na pobreza.
Mostrai-vos um pouco mais receptivos e sabereis que tudo pode tornar-se um alimento para o vosso interior.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

segunda-feira, 18 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 18.04.2016

Um general lança uma ordem de ataque.
Ele grita: «Fogo!» e, alguns minutos depois, já nada resta do que era uma cidade magnífica.
Ele próprio nada fez, apenas pronunciou a palavra, mas que poder tinha essa palavra!
Ou, então, um homem ou uma mulher, que conta muito para vós mas cujos verdadeiros sentimentos ainda não conheceis, vos diz ou vos escreve, um dia, as seguintes palavras: «Amo-te!»
Subitamente, a vossa vida fica iluminada!
No entanto, nada mudou.
Mas mudou tudo.
Toda a existência nos demonstra os poderes da palavra.

E, na vossa opinião, por que é que as pessoas falam, na maior parte das vezes?
Para exercerem o seu poder.
Então, mesmo quando, supostamente, pretendem dizer que estão a dar explicações, informações, muitas vezes não é realmente para explicar ou informar.
Ao falarem e ao escreverem, elas querem, sobretudo, produzir certos efeitos: fazer aliados, suscitar a cólera, o ódio, ou então, evitarem que desconfiem delas.
E vós, com que objectivo utilizais a palavra?


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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domingo, 17 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 17.04.2016

A maior parte dos humanos têm bom coração e são sensíveis, mas têm também uma maneira curiosa de manifestar essa sensibilidade.
Se vêem, no cinema ou no teatro, uma criança abandonada ou maltratada, pessoas pobres a morrer de fome ou a ser perseguidas, facilmente vertem algumas lágrimas.
Mas, se à saída do espectáculo passarem diante de um mendigo cuja fisionomia miserável deveria reter o seu olhar e suscitar a sua piedade, nem sequer o notam.
E, quando chegam a casa, afastam os filhos com um empurrão, não os escutam, quando eles precisam de atenção e ternura.
Sim, é extraordinário!
No cinema ou no teatro, as pessoas são sensíveis, ficam enternecidas, choram.
Mas na vida, perante o mesmo espectáculo, muitas vezes fecham os seus olhos e o seu coração.

Os humanos têm ainda muito a aprender sobre a verdadeira sensibilidade e como a manifestar.
Quantos há que são sensíveis à beleza do mundo divino e, ao contemplá-la, sentem emoções tais, que todo o seu ser estremece e renasce purificado, regenerado?


sábado, 16 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 16.04.2016


Procurai estar atentos à linguagem da natureza.
Mesmo que tenhais a impressão de não a compreender, isso não tem importância: o importante é estardes abertos.
Desse modo, preparais os centros subtis que, um dia, vos porão em contacto com toda essa vida que circula no Universo e que nos fala, pois tudo o que é vivo fala, e a natureza, que é viva, também nos fala.

E, tal como a natureza nos fala, nós podemos falar-lhe.
Não importa que as pedras, as plantas, os rios, as montanhas, os astros, não conheçam as nossas línguas humanas: seja em que língua for, as palavras que nós pronunciamos com convicção e amor produzem vibrações, cores, ondas, que agem sobre a matéria; e a matéria reage, responde, como se tivesse compreendido.
Apesar de a terra, a água, o ar e o fogo não compreenderem as palavras que nós pronunciamos, essas palavras têm efeitos, em função dos pensamentos, dos sentimentos e da força que pomos nelas.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sexta-feira, 15 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 15.04.2016

Quando sentem insatisfações, os humanos têm tendência para procurar respostas materiais.
Eles agem como se essas insatisfações viessem do corpo físico.
Então, arranjam maneira de esse corpo poder comer, beber, fumar, distrair-se, passeiam-no e proporcionam-lhe todos os prazeres.
E ele, coitado, repleto, saturado, sufoca  e queixa-se: «Pára! Vais matar-me.
Não é atulhando-me desse modo que te sentirás melhor!»
Mas os humanos não compreendem a linguagem do seu corpo.
Eles teimam, dizendo para si próprios que, se não conseguirem encontrar desta vez o que procuram, consegui-lo-ão, seguramente, na próxima.
Infelizmente, na próxima vez acontece o mesmo ou ainda pior: o vazio.
Mas eles continuam...

Na realidade, são necessárias muito poucas coisas para satisfazer o corpo físico.
As reclamações em nós, vêm da alma e do espírito, que estão sempre a pedir, a suplicar: «Eu necessito de pureza, de luz, de espaço...
Necessito de contemplar o Sol...
Necessito de me unir ao Senhor, de trabalhar para a vinda do seu Reino, para que a paz reine um dia entre os humanos...»
São estas as vozes que devemos escutar em nós, prestando atenção aos seus pedidos, a fim de os satisfazermos.


quinta-feira, 14 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 14.04.2016


 Só é necessário fazer tantas leis para reger as relações entre os humanos porque eles ainda não são habitados pelo amor.
Quando eles souberem o que é o verdadeiro amor, quando eles viverem desse amor, nesse amor, já não terão necessidade de que as leis venham, continuamente, recordar-lhes o que devem fazer ou não: eles fá-lo-ão, pois, espontâneamente, descobrirão como pôr-se em harmonia uns com os outros.

O amor é a única força que organiza as coisas, que as faz crescer e florir.
Assim que o amor entra numa família, numa comunidade, numa sociedade, já não é preciso dizer: «Fazei isto, fazei aquilo, porque se não o fizerdes, ai de vós!»
Todos executam a sua tarefa com prazer.
Onde existe amor, a lei já não faz falta.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

quarta-feira, 13 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 13.04.2016

Quando certos homens ou mulheres deram bons contributos para uma sociedade, para um país ou mesmo para toda a humanidade, erguem-lhes monumentos ou estátuas.
E isso tem o seu sentido.
No entanto, eu acho que aqueles a quem deveríamos erguer os mais belos monumentos, as mais belas estátuas, são os nossos inimigos... pois são eles os nossos benfeitores!
Graças a eles somos obrigados a estar mais vigilantes, a ser mais inteligentes, mais pacientes, mais senhores de nós mesmos.
Para suportar as dificuldades que eles nos criam, temos de partir à descoberta de regiões de paz e de luz interiores que, sem eles, nunca teríamos procurado explorar.
Pensais que o que eu estou a dizer não é sério?
Reflecti um pouco nesta ideia: muitas vezes, os nossos amigos, com os seus sinais de afecto e os seus elogios, adormecem-nos, ao passo que os nossos inimigos estimulam-nos.

Vós direis: «Mas essas pessoas que nos são hostis envenenam-nos a vida!»
É certo, mas se vós tiverdes o desejo sincero de avançar, recebereis o saber e a força para utilizar todos os obstáculos que eles põem no vosso caminho.
Esses obstáculos serão como degraus que vos permitirão subir cada vez mais alto.


terça-feira, 12 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 12.04.2016

Na Grécia chamava-se ambrósia, na Índia era o soma, os alquimistas chamam-lhe o elixir da vida imortal...
Todas as culturas mencionaram a existência de uma bebida da imortalidade e algumas explicam mesmo como prepará-la.
Na realidade, essa bebida existe na Natureza, mas, evidentemente, não é em qualquer lugar: só pode ser encontrada nas regiões mais subtis e mais puras do espaço, e em certos momentos particulares, como o nascer do sol.
A aurora é o momento mais favorável do dia, pois a verdadeira bebida da imortalidade é a luz e, ao nascer do sol, nós podemos captar essa luz para alimentarmos com ela os nossos corpos subtis.

Nós vamos contemplar o sol nascente na primavera e durante o verão precisamente para conseguirmos beber essa quintessência de vida que ele espalha pelo Universo.
As pedras, as plantas, os animais e os humanos recebem, pelo menos, algumas partículas dela.
Todos os seres vivos captam essas partículas de forma inconsciente, mas os humanos podem aprender a captá-las de modo consciente.
Fazei o esforço de vos levantardes para saudar a aurora, para acolher essa luz no vosso coração, na vossa alma, e saboreareis a vida imortal.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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segunda-feira, 11 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 11.04.2016

As lamentações sobre a natureza humana pecadora e com inclinação para o mal não servem de nada.
Não há que lamentar, só há que trabalhar.
Seja a vaidade, o orgulho, a cólera, o ciúme ou a sensualidade, todos os defeitos devem ser usados para fazer um trabalho.
É este o único ponto de vista bom, a única boa solução.
É o trabalho que conta, é inútil ocupar-se do resto; as qualidades, os defeitos, são coisas secundárias.
Quando se descobriu qual é o melhor trabalho e se decidiu estar sinceramente consagrado a ele, até os defeitos se tornam bons servidores.

Consideremos um exemplo muito simples.
Vós quereis levantar um peso.
Todas as energias contidas em potência no vosso corpo são mobilizadas: os músculos, o coração, os pulmões e até o cérebro participam na acção.
Mas, se não tiverdes o desejo de fazer seja o que for, todos os vossos órgãos estagnam, ficam sonolentos.
É o desejo de trabalhar que mobiliza todas as vossas potencialidades.
Mesmo um criminoso, se se puser a trabalhar, pode acabar por ultrapassar, em generosidade, em paciência e em bondade, os homens mais virtuosos.
Ao passo que, muitas vezes, as pessoas de bem não fazem nada de grandioso: acham suficiente serem como são, não pensam em trabalhar para se melhorar.


domingo, 10 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 10.04.2016

Assim que vos falta uma coisinha, começais logo a queixar-vos.
Por que é que essa falta há-de subitamente obscurecer o vosso olhar?
O sol nasce todos os dias.
Vós tendes a luz, o ar, a água, o alimento.
Podeis ver, ouvir, saborear, compreender.
Tendes a faculdade de entrar em relação com o Criador, com todas as entidades celestes, com a natureza, com os humanos.
Será que tudo isso é nada?

Em que é que pensais, quando vos levantais de manhã?
E no momento em que fazeis a vossa toilette?
E quando vedes a vossa mulher, os vossos filhos, em que é que pensais?
Podereis dizer-me, talvez, que não tendes mulher nem filhos.
Admitamos que é assim.
Mas, ao sairdes de casa, encontrais com certeza alguém: em que é que pensais quando vedes essas pessoas?...
Todos os seres que vivem perto de vós, todos aqueles que encontrais, surgem na vossa vida para vos trazer qualquer coisa, para vos fazer reflectir, para afinar a vossa sensibilidade.
Em vez de vos focardes no que vos falta, aprendei a regozijar-vos com todas as riquezas inesgotáveis da vida que vos são oferecidas e tornar-vos-eis mais vivos.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sábado, 9 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 09.04.2016



OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


A verdadeira religião é uma ciência baseada no conhecimento de que o ser humano foi criado à imagem de Deus.
Por isso, os fundamentos do sentimento religioso estão inscritos no próprio ser humano.

Ao criar-nos à sua imagem, como está escrito no Génesis, Deus marcou-nos com o seu selo.
E, façamos nós o que fizermos, não podemos libertar-nos dessa marca: ela faz parte da nossa estrutura, da essência do nosso ser.
Desse ponto de vista, nunca seremos absolutamente livres, pois não podemos escapar a esse esquema a partir do qual todo o nosso ser está construído.
Em contrapartida, foi-nos dada a maior liberdade para manifestarmos a consciência dessa marca divina que trazemos em nós.
É assim que se explica a diversidade das religiões que, consoante as épocas e os lugares, assumiram e continuam a assumir as formas mais variadas e mais ricas.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 08.04.2016

O limitado não pode compreender o ilimitado.
E, como a consciência humana é limitada, não pode conhecer Deus, o ilimitado.
Ou, mais exactamente, o homem não pode conhecer Deus enquanto permanecer fora d'Ele.
Só O conhecerá quando entrar nessa imensidão, quando se fundir nela, confundindo-se com ela.
Enquanto uma gota de água estiver separada do oceano, não pode conhecê-lo; mas, se ela voltar ao oceano, já não se pode separá-la dele, ela torna-se o oceano e, nesse momento, conhece-o.

Direis vós: «Mas o homem está no Universo, faz parte dele, não está separado desse ilimitado, desse infinito que é Deus.»
Sim, mas ele não tem consciência disso.
Em contrapartida, é em plena consciência que, muitas vezes, ele decide separar-se de Deus e depois declarar que Ele não existe.
Portanto, se quisermos conhecer Deus, devemos conscientemente, fundir-nos n'Ele, perder-nos n'Ele.
Nós conhecê-l'O-emos porque nos tornaremos Ele, seremos um com Ele.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 07.04.2016

 Os rios nascem na montanha e, quaisquer que sejam os obstáculos que encontram pelo caminho, acabam sempre por chegar ao mar.
Aí, a sua água, aquecida pelos raios do sol, transforma-se em vapor e retoma o caminho do céu, até ao dia em que volta a cair sob a forma de chuva ou neve.
Esta imagem da água pode ter uma interpretação simbólica.
Os destinos humanos são à imagem destas viagens contínuas que a água faz entre o céu e a terra, a terra e o céu.
Tal como as gotas de água, as almas descem à terra, cada uma num determinado lugar; a partir daí, elas têm todo um caminho a percorrer, até ao momento em que regressam ao seu lugar de origem... para descerem de novo, um dia, noutro lugar.
É a isso que se chama "reencarnação".

E, embora os rios tenham sempre o mesmo nome - Sena, Tamisa, Mississípi... -, a água que corre no seu leito é sempre nova.
Os habitantes do rio, os milhões e milhões de gotas de água, limitam-se a passar; enquanto elas se dirigem para o mar, outras tomam o seu lugar.
Tal como os rios, os países mantêm, muitas vezes o mesmo nome, mas encarnam-se sucessivamente neles seres sempre diferentes e que vêm de outros lugares.
Assim se explicam as mudanças que ocorrem na História.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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quarta-feira, 6 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 06.04.2016

Um homem e uma mulher encontram-se e sentem necessidade de se aproximar um do outro: durante algum tempo, cada um é atencioso em relação ao outro e procura agradar-lhe.
Mas, a partir do dia em que vivem juntos, já não se julgam tão obrigados a fazer esforços.
Vós direis que a vida quotidiana é muito absorvente: tantas preocupações, tantas obrigações, tantas coisas para resolver que ocupam toda a vossa atenção!
De acordo, mas há, pelo menos, uma solução: mostrar reserva, contenção.
Sim, mesmo quando vivem juntos, os homens e as mulheres teriam vantagem em mostrar uma certa contenção, para evitarem cair na familiaridade prosaica da vida quotidiana.
Muitas vezes, é por causa da falta de vigilância que se perde o amor.

É bom que, num casal, cada um mantenha em relação ao outro um pouco de segredo, de mistério, para alimentar o interesse, a curiosidade, por algo de novo, de desconhecido.
É essa parte desconhecida que protege, que alimenta a atracção que eles sentem um pelo outro.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

terça-feira, 5 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 05.04.2016

É quase inútil alguém enveredar pela vida espiritual se não compreendeu até que ponto a natureza inferior do homem é coriácea, rebelde, e como o trabalho a fazer sobre ela exige vigilância, humildade, perseverança.
Há imensas pessoas que descobrem um ensinamento espiritual e crêem que vão transformar-se rapidamente.
Mas não, o domínio da vida psíquica é muito mais difícil do que elas imaginam!
Existe, realmente em cada ser humano, a capacidade de renovação, de regeneração. de divinização, mas é um processo muito lento e aquilo que cada um pode realizar nesta existência depende do trabalho já começado nas encarnações anteriores.

Para aquele que não tem consciência das dificuldades que, inevitavelmente, encontra na vida espiritual, é impossível progredir.
Então, ele sofre e também faz sofrer os outros.
Empenhar-se na vida espiritual exige que, primeiro, se esteja lúcido em relação a si próprio.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 04.04.2016

Todas as religiões recomendaram o jejum como exercício de purificação.
Mas o jejum não deve ser compreendido somente no plano físico.
Se certas impurezas se introduziram no corpo físico e provocam perturbações físicas, abster-se de alimento (com moderação, é claro) pode eliminá-las.
Mas as impurezas também podem introduzir-se no corpo astral e no corpo mental, sob a forma de sentimentos e desejos grosseiros, de pensamentos e juízos errados.
Estes pensamentos, estes sentimentos e estes desejos são entidades tenebrosas que obrigam os humanos a absorver certos alimentos de que elas necessitam, pois os pensamentos, os sentimentos e os desejos são entidades vivas que também querem ser alimentadas.

Para se desembaraçar destas entidades tenebrosas, o homem não deve continuar a dar-lhes "de comer", ou seja, é necessário não só que ele deixe de alimentar pensamentos e sentimentos egoístas, agressivos, mas também que os substitua por pensamentos e sentimentos puros e luminosos.
Se ele privar essas entidades dos alimentos que elas procuram, fá-las-á "jejuar" e, então, sentindo-se ameaçadas de morrer à fome, elas deixá-lo-ão.
É assim que é preciso compreender o jejum: transpondo-o para os planos astral e mental.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

domingo, 3 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 03.04.2016



A alquimia foi condenada pela Igreja.
Contudo, alguns Papas praticaram esta arte.
E os construtores das catedrais também tinham conhecimentos alquímicos.
A arquitectura  e a escultura medievais dão testemunho disso: nas paredes de inúmeros edifícios, estão inscritas as diferentes fases que a matéria atravessa no decurso da preparação da pedra filosofal.

Mesmo o episódio do Dilúvio, no Antigo Testamento, que se vê pintado muitas vezes nas paredes das catedrais, pode ser olhado do ponto de vista alquímico.
A chuva cai durante quarenta dias e quarenta noites; ora, 40 é o número da morte.
A arca na qual Noé e a sua família se fecham com um casal de cada espécie animal, representa o vaso alquímico no qual se faz a transmutação.
Quanto ao corvo, Horev, e à pomba, Iona, que Noé solta um após o outro para ver se tinha reaparecido terra firme, eles representam um momento essencial da Grande Obra: a passagem do negro ao branco, o símbolo de uma ressurreição.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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sábado, 2 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 02.04.2016

Todas as manhãs ocorre um acontecimento grandioso: o nascer do sol.
Mesmo que vos seja penoso levantar cedo, mesmo que estejais meio sonolentos, vale a pena assistirdes a ele.
Vós direis que, se estiverdes sonolentos, não beneficiareis nada com isso.
Estais enganados!
Mesmo sem terdes consciência disso, processa-se um trabalho, cujos efeitos aparecerão mais tarde e vos surpreenderão.

Quando uma pessoa viveu na infância cenas de violência, acontecimentos trágicos, ainda não estava em idade para compreender o que se passava; mas, um dia, esses dramas começam a surgir sob a forma de angústias, de perturbações do comportamento, que são muito difíceis de curar.
Quer se compreenda, quer não se compreenda, tudo se regista e pode vir à superfície, mais tarde.
Por isso, mesmo que não "compreendais" nada desse fenómeno cósmico que é um nascer do sol, preparai em vós boas condições: necessariamente, o vosso espírito, a vossa alma e o vosso corpo receberão alguns alimentos, que se manifestarão mais tarde, em vós, como harmonia, paz e luz.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sexta-feira, 1 de abril de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 01.04.2016

Há tantas pessoas que se agarram desesperadamente à vida, porque ignoram que esta não termina com aquilo a que se convencionou chamar morte.
Elas são mesmo  capazes de cometer todos os crimes para subsistir.
Mas, deste modo, contraem dívidas cármicas que terão de pagar numa próxima encarnação.
O discípulo de uma Escola Iniciática tem outra filosofia.
Por vezes, ele diz para si próprio: «Viver na terra é uma maçada.
Estamos limitados, somos achincalhados, violentados, atormentados, esmagados.»
Mas ele também sabe que está aqui para fazer um trabalho e reparar os seus erros do passado.
Então, aceita as circunstâncias, pensando que, quando tiver terminado esse trabalho, poderá viver livre, no espaço e na luz.

É esta a verdade que os espiritualistas conhecem.
Por isso, embora saibam que a verdadeira vida não é aqui, eles estão convencidos de que têm algo a fazer na terra.
Enquanto não tiverem regularizado tudo, enquanto não tiverem terminado o trabalho que o Céu lhes atribuiu, o resto é.lhes indiferente.
Eles não se questionam se preferem viver ou morrer, querem apenas terminar o seu trabalho.
Mas, logo que ele termine, com que alegria eles vão embora, porque sabem que não vale a pena ficar agarrado à terra.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV