Quem governa no homem?
Acreditais que o rei é ele mesmo, isto é, o seu Eu divino?
De modo algum.
Houve outros que tomaram o seu lugar, forças caóticas e obscuras, e ele é como um prisioneiro fechado algures numa pequena masmorra, onde é alimentado com umas côdeas de pão e um pouco de água...
Sofre, é infeliz, mas é obrigado a submeter-se a essas forças que nele comandam, e a satisfazê-las.
Compreendei que, na realidade, isto é a anarquia; sim, anarquia interna, que é muito mais grave e perigosa do que a anarquia política ou social.
É ela que enche as prisões, as clínicas e os hospitais psiquiátricos.
Cabe, pois, a cada um estar consciente, vigilante, para restabelecer em si a autoridade, a realeza do princípio divino.