Quando alguém vos relata um acontecimento ou um espectáculo a que assistiu, se começar a misturar os seus próprios pontos de vista, sentimentos e impressões, não podereis ter uma ideia exacta do que realmente se passou.
É por isso que lhe pedis que vos conte apenas o que viu e ouviu: as pessoas, o que elas disseram, os seus gestos, os objectos, o tempo, as distâncias, exactamente como se tudo tivesse sido registado por uma câmara e um gravador.
Mas, na realidade, pedindo-lhe que refira apenas o que se passou materialmente, objectivamente, estais a pedir-lhe que se limite, que fale apenas de um aspecto das coisas.
Portanto, também não é completo e não sois informados sobre a realidade com mais exactidão do que no primeiro caso, em que a pessoa deixava transparecer a sua subjectividade.
Um ser humano não é só uma forma, alguns gestos, algumas palavras, tem toda uma vida interior impalpável, que emana, que se propaga, e se nada puderdes ver nem sentir dessa vida, para falardes dela e a explicardes, faltar-vos-á uma grande parte da verdade.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
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