Sempre que agimos, desencadeamos inevitavelmente certas forças que, também inevitavelmente, produzirão determinados efeitos.
É esta ideia de uma relação de causa e consequência que está contida, à partida, na palavra "carma".
Depois é que o termo foi tomando o sentido de pagamento por uma transgressão cometida.
Na realidade, podemos dizer que o "carma" (no segundo sentido do termo) se manifesta sempre que um acto não é executado na perfeição - o que acontece quase sempre!
Mas o homem deve fazer tentativas, exercitar-se, para atingir a perfeição.
Enquanto for desajeitado e cometer erros, terá de corrigir-se, reparar os erros; para isso, evidentemente, terá de penar, de sofrer.
Perguntar-me-eis: «Mas então, se ao agirmos nós cometemos obrigatoriamente erros, mais vale não fazermos nada.»
Alguns apresentaram esta filosofia, mas ela não é uma boa solução, porque, se nada se fizer, nada se aprenderá.
É preferível agir, enganar-se e sofrer, esforçando-se por imprimir diariamente aos seus actos, às suas palavras, aos seus sentimentos e aos seus pensamentos, cada vez mais bondade, pureza e desapego.
Pouco a pouco, deixareis de sofrer consequências dolorosas, já não tereis carma.
Vivereis cada vez mais com alegria, na plenitude, e a isto chama-se "darma".
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
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