terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 09.02.2022

 

Era uma vez um sábio da China antiga, cuja mulher não parava de o atormentar com as suas recriminações.
«O que é que ganhas com os teus pensamentos?
Mal temos com que viver e eu gasto a minha juventude a fazer a lida da casa!
Eu quero belos vestidos e joias, quero distrair-me como as mulheres da minha idade.»
Cansado destas cenas, o sábio acabou por dizer-lhe: «Pois bem, se encontrares um homem com quem penses ser mais feliz, deixa-me, eu não te impedirei.»
E foi o que ela acabou por fazer...
Ora, um dia, o velho imperador morreu sem deixar herdeiro.
Depois de terem procurado por todo o país um homem digno de lhe suceder, acabaram por descobrir aquele sábio, e fizeram dele imperador.
Quando a mulher soube disso, foi ter com ele e disse-lhe: «Compreendo agora como fui tola e leviana por não ter sabido apreciar as tuas qualidades. Mas eu era jovem...
Perdoa-me! Quero voltar a viver contigo.»
Ele, calmo, sem lhe fazer a mínima censura, voltou-se para um servo e disse-lhe: «Traz-me uma taça do mais precioso licor.»
Quando lhe deram a taça, ele despejou-a no chão e disse à mulher: «Recolhe esse licor.
Se ele estiver tão puro como antes, aceito voltar a ter-te como esposa.»
E a mulher chorou, pois sabia que isso era impossível.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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