Cap. III - pág. 71
O nascimento do Cristo, do Menino Divino em nós, é aquilo a que os Evangelhos chamam o segundo nascimento.
Vós direis: «Mas sou eu que nasço uma segunda vez ou um outro que nasce em mim?»
Na realidade, tanto faz que sejais vós ou ele.
Mas pode dizer-se que sois vós que nasceis, visto que sentis que tendes outra consciência, outros pensamentos, outros sentimentos, e entrais num mundo que existe desde sempre mas onde não podíeis ainda penetrar, uma vez que não tínheis ainda nascido uma segunda vez.
O primeiro nascimento é a nossa entrada no mundo físico, em que temos que estudar, em que devemos trabalhar para nos desenvolvermos.
Mas isso não é suficiente: existe um outro mundo que é pura luz, puro amor, pura beleza, e também neste mundo nós devemos penetrar um dia para o explorar, escutar a sua música, sentir os seus perfumes, contemplar as suas flores, lagos, montanhas...
sois vós que nasceis, mas ao mesmo tempo é um outro que nasce em vós, um filho cujo pai é o próprio Deus.
A alma humana tornou-se uma mãe que, pelas suas virtudes, conseguiu atrair o Espírito cósmico.
O Espírito cósmico está sempre presente, deseja unicamente penetrar em vós, para deixar as suas dádivas, mas como quereis que ele entre se tudo está fechado, barricado?
Só pode atrair o Espírito aquele que decide consagrar a sua vida à instituição do Reino de Deus na Terra.
Nesse momento, faz-se uma abertura no seu coração, na sua alma, surge um jorro, como um fogo de artifício, e há centelhas que se projectam por cima da sua cabeça como uma coroa.
E é assim que, nesta obscuridade que o mundo representa, nesta noite sem estrelas em que todos soltam gritos e se massacram, se produzem aqui e ali clarões, projecções luminosas, que são como que outros tantos sinais na direcção dos quais o Espírito se dirige para tomar esse ser sob a sua protecção.
.../...
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
Sem comentários:
Enviar um comentário