A festa de São João, que é celebrada quando o Sol entra em Caranguejo, não é a festa do fogo espiritual, mas a do fogo físico, terrestre.
E este fogo não é apenas o que faz amadurecer o trigo e os frutos das árvores, mas também o fogo interior do planeta, que mantém em fusão toda uma matéria na qual são elaborados os metais, os minerais, e que tem sido assimilado ao inferno.
Em certas tradições, o verão é simbolizado por um dragão que cospe chamas.
O dragão é precisamente o animal mítico que vive em subterrâneos e que só sai à superfície para queimar, devorar e destruir.
Mas ele é também o guardião de todos os tesouros ocultos, as pedras e os metais preciosos, que são frutos da Terra, e para nos apoderarmos desses tesouros, temos de ser capazes de o enfrentar e de o vencer.
Também este aspecto é referido por numerosas tradições, relatadas sobretudo nos contos, que celebram o herói audacioso que foi capaz de vencer o dragão para se apoderar dos seus tesouros.
São relatos sobre os quais o discípulo deve meditar: não é porque o verão liberta forças subterrâneas que os seres devem deixar-se devorar pelo dragão.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
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